BVB 09 Dortmund 0-0 Manchester City FC: Empate em jogo pobre carimba passagem dos alemães

    A CRÓNICA: ABORRECIDO FOI POUCO

    O Manchester City FC já viajou até ao Signal Iduna Park com o bilhete para os oitavos de final no bolso, mas nem por isso seria de esperar uns citizens tão apagados. O BVB 09 Dortmund, logicamente consciente das suas limitações perante um adversário deste calibre, baixou as linhas de pressão e fez o que qualquer não-tubarão, e talvez também alguns tubarões fariam: jogar na expectativa, uma vez que o empate chegaria para passar à próxima fase.

    Ora, estava montado o cenário ideal para termos um jogo entediante e sem grande espetacularidade, que só poderia ficar mais interessante pelo regresso do ‘robot’ Erling Haaland a Dortmund. Mas nem isso valeu o tempo perdido, dada a quantidade de outros confrontos aparentemente mais apelativos para ver nesta terça-feira à noite, que, pelo menos, trouxeram mais golos e oportunidades, coisa rara em Dortmund.

    O Dortmund, com o passar dos minutos, foi arriscando mais, mas sem arriscar demasiado. Todas as tentativas pareciam revelar-se inglórias, com muita precipitação e atrapalhação dos homens da frente. Pep Guardiola estava inconformado com a exibição e mexia na equipa através do banco, dando indicações de que queria algo mais da sua equipa.

    O Dortmund destapou ligeiramente a manta e o City lá foi atacando de forma rápida, os únicos momentos em que se sentiu alguma emoção no jogo. Riyad Mahrez, ainda antes da hora de jogo, conseguiu coroar a má exibição com penálti falhado para enorme defesa de Gregor Kobel. O City voltou a pegar na posse de bola e tentou controlar o jogo a seu belo prazer, embora este estivesse empatado a zero. O Dortmund não tinha bola, nem interesse, para atacar e o City não parecia ter muito mais interesse em ser vertical, apesar de ter a bola no seu controlo. Enfim, aborrecido é o termo que encontro para descrever este jogo, tão pobre como seria de esperar.

    Já alguma vez viu um “solteiros contra casados” na Liga dos Campeões? Pois bem, era o que parecia estarmos a assistir. E connosco, concordará certamente o árbitro da partida, Davide Massa, que, dada a inoperância das duas equipas, até acabou o jogo mais cedo, e ninguém ficou chateado. Ambas as equipas estão qualificadas para os oitavos de final e todos se puderam, finalmente, cumprimentar entre sorrisos e abraços.

    A FIGURA

    Gregor Kobel – O Manchester City fez poucos remates na direção da baliza, é verdade, mas num jogo em que tão pouco se viu em termos ofensivos, Gregor Kobel conseguiu garantir ao Dortmund o empate numa fase crucial da partida, ao defender o penálti de Mahrez. Boa exibição do guardião que leva o muro amarelo em direção aos oitavos de final,

     

    FORA DE JOGO

    João CanceloDesinspirado e pouco confiante, é como aparenta estar João Cancelo. Ninguém consegue dizer que o lateral português não é um dos melhores do mundo na atualidade, mas também por isso se esperava mais dele. Já o vimos fazer muito melhor, mas não foi caso único. Erling Haaland andou estranhamente afastado da baliza e acabou por sair ao intervalo no regresso a Dortmund, com toda a justiça, diga-se.

    ANÁLISE TÁTICA – BVB 09 DORTMUND

    O BVB 09 Dortmund alinhou claramente em dois sistemas táticos: 4-5-1 a defender e 3-4-3 nos momentos de ataque.

    Nos momentos de defesa, Mats Hummels era o central pelo meio, com Nico Schlotterbeck a funcionar como defesa lateral esquerdo e Niklas Sule no mesmo papel do lado direito. Thorgan Hazard baixava do lado esquerdo e juntava-se aos defesas para fechar o muro amarelo em contenção.

    Emre Can, Jude Bellingham e Julian Brandt pelo meio, com Adeyemi e Reyna pelas alas preenchiam uma linha de cinco médios, deixando Moukoko sozinho na frente. Nos momentos de ataque Karim Adeyemi e Giovanni Reyna disparavam nas alas, tornando-se em extremos (ou avançados interiores), e juntos criaram muitas oportunidades de golo.

    O Dortmund passou grande parte do jogo, como se esperava, em bloco muito baixo, não atacando a primeira linha de pressão do City, mas sim esperando pelo erro ao compactar as linhas defensivas e médias, tornando o espaço disponível para se jogar muito reduzido.

    A verdade é que o Manchester City raramente criou perigo para a baliza de Gregor Kobel, tirando da equação as bolas paradas, demonstrando que a estratégia de Edin Terzic funcionou, pelo menos, parcialmente.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Gregor Kobel (8)

    Niklas Sule (5)

    Mats Hummels (7)

    Nico Schlotterbeck (6)

    Emre Can (5)

    Jude Bellingham (6)

    Giovanni Reyna (6)

    Karim Adeyemi (5)

    Julian Brandt (5)

    Thorgan Hazard (6)

    Youssoufa Moukouko (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Donyell Malen (5)

    Modeste (5)

    Marius Wolf (5)

    Papadopoulos (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – MANCHESTER CITY FC

    O Manchester City apresentou-se no Signal Iduna Park em 4-4-2, que muitas vezes se confundia com um 3-5-2, dada a profundidade oferecida pelo ‘lateral’ esquerdo João Cancelo.

    Rúben Dias pelo meio e direita, Aké pela esquerda e Stones num papel de defesa central do lado direito, os defesas formavam uma linha de 2 centrais, com Stones a variar entre lateral e defesa central. Na saída de bola, Aké e Stones abriam para as alas, Cancelo juntava-se aos médios / atacantes e Rodri e İlkay Gündoğan baixavam para auxiliar na construção, sempre calma e paciente.

    No ataque, Julian Álvarez esteve numa fase inicial na retaguarda a fazer companhia ao goleador Erling Haaland, que regressou a Dortmund com o papel de avançado referência dos citizens, embora nenhum dos dois tenha sido se quer notado na partida, principalmente o norueguês.

    O Manchester City FC jogou, à imagem do contexto em que se encontrava inserido: uma vez que estava já apurado para a próxima fase de grupos da Liga dos Campeões, pegou na bola e assumiu a posse, como seria de esperar, mas sem o típico ímpeto sobre o adversário. Conduziu o jogo com cautela e sem colocar o pé no acelerador em demasia, jogando no erro do Dortmund.

    Na segunda parte, dada a incapacidade em criar através da construção, o City começou a tentar criar também na transição ofensiva, algo não visto no primeiro tempo. Terminou a segunda parte com mais posse, porque o Dortmund fechou as linhas e preferiu garantir o empate. Exibição sofrível para o nível a que estamos habituados dos ingleses.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Stefan Ortega (5)

    João Cancelo (4)

    Nathan Aké (6)

    Rúben Dias (7)

    John Stones (6)

    Rodri (6)

    Ilkay Gundogan (6)

    Phil Foden (5)

    Riyad Mahrez (4)

    Julián Álvarez (5)

    Erling Haaland (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Manuel Akanji (6)

    Bernardo Silva (6)

    Jack Grealish (5)

    Cole Palmer (-)

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    Gabriel Henriques Reis
    Gabriel Henriques Reishttp://www.bolanarede.pt
    Criado no Interior e a estudar Ciências da Comunicação, em Lisboa, no ISCSP. Desde cedo que o futebol foi a sua maior paixão, desde as distritais à elite do desporto-rei. Depois de uma tentativa inglória de ter sucesso com os pés, dentro das quatro linhas, ambiciona agora seguir a vertente de jornalista desportivo.