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Senegal 0-0 Egito (4-2 a.p.): “Leões de Teranga” conquistam África pela primeira vez

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A CRÓNICA: PARTIDA ALGO EQUILIBRADA, FINAL DE LOUCOS E O GRITO DOS “LEÕES DE TERANGA”

Hoje, durante mais de 120 minutos, toda a África parou: muitos corações a palpitar, olhos focados e a festa em suspenso. Era o dia da grande final: Senegal de Sadio Mané frente ao Egito de Mohamed Salah. Das duas uma: ou os Faraós reforçavam o seu estatuto de maior campeão africano (8º título) ou os Leões da Teranga gritavam mais alto com o seu primeiro troféu internacional. Isto é, história ou história.

Final que é final é uma fábrica de emoções. Sadio Mané começou. Logo aos sete minutos, o Senegal recebeu uma oportunidade de se adiantar no marcador através de grande penalidade, mas Gabaski defendeu o remate da estrela do Liverpool FC. Mantinha-se o 0-0. Ainda que tenha sido uma primeira parte ligeiramente inclinada a favor do Senegal, observou-se um jogo equilibrado com poucas (mas boas) oportunidades de parte a parte. Destaque para o penálti falhado e um remate potente de Salah. O jogo estava em aberto.

No entanto, na segunda parte, quem continuava incrivelmente fechado era Gabaski, um simples homem que estava a segurar uma nação. Soberbo. Nestes últimos 45´, houve mais oportunidades no último terço, porém, à medida que o tempo se consumia, a partida tornava-se cada vez mais equilibrada como se aguardassem o prolongamento. E assim chegou, jogar-se-iam mais 30 minutos.

O prolongamento começa e continua em vigor a grande constante desta partida: Gabaski contra o mundo. Está de portas fechadas e diz bem alto e bom som “Não” a todo o Senegal. A poucos minutos dos 120, a intensidade e sobretudo a emoção estavam bem patentes no jogo e não ficava por aqui. O filme “Taça das Nações Africanas 2021” terminaria nas grandes (e frenéticas) penalidades. Totalmente impróprio para cardíacos, que venha o desfibrilador para todo o Senegal e Egito.

Estava 3-2 nas grandes penalidades e a decisão estava nos pés de Sadio Mané. O avançado aproxima-se da marca com toda a calma e elegância do mundo. Toda a África para. Se marcasse, Senegal conquistaria o seu primeiro troféu internacional de sempre. Parecia um filme. Parecia aquele típico sonho de miúdo. Mané avança e marca, convertendo esse mesmo sonho em realidade. Os Leões da Teranga gritam mais alto e aclamam o seu estatuto de Rei da Selva, e bem que o merecem. De um lado, é a festa e o choro de alegria. Do outro, é o desalento e o choro de tristeza. É normal. É uma final e só um pode ganhar. Ainda assim, ambas as seleções estão incrivelmente de parabéns pelas suas exibições. E por fim, estava escrito nas estrelas e o filme termina com uma vitória inédita (a primeira vez) do Senegal. Lindo.

 

A FIGURA

Gabaski (Egito) – Perdeu, é verdade. Mas não anula o herói que foi ao longo de toda a partida. Uma exibição individual a roçar a perfeição e arrisco dizer que foi nota 10, com oito defesas (seis dentro de área) e dois penáltis (um deles nas decisões finais). Não venceu o prémio de guarda-redes do torneio (venceu Edouard Mendy), mas para mim foi ele mesmo. Soberbo!

 

O FORA DE JOGO

Mohamed Abdelmonem (Egito) – Não que tenha sido o pior jogador em campo e se tenha destacado pela negativa, mas tenho de selecionar alguém e a verdade é que o central concedeu uma grande penalidade numa fase muito prematura do jogo (apesar de ter sido defendida por Gabaski) e, ironicamente, ainda foi um dos dois homens que falhou penálti nas decisões finais. Não foi uma boa noite para o central egípcio. Pormenores que mais parecem “pormaiores”.

 

ANÁLISE TÁTICA – SENEGAL

Na partida mais importante da história do Senegal, Aliou Cissé alinhou a sua equipa num 4-3-3 que, sem bola, se transformava num 4-4-2 em diversos momentos. À frente de Edouard Mendy, apresentou-se no eixo da defesa uma linha de quatro muito experiente a nível europeu: Ciss, Diallo, Koulibaly e Bouna Sarr. De seguida, no miolo do terreno, verificou-se Idrissa Gueye um pouco mais recuado com tarefas mais defensivas, junto de Nampalys Mendy e Cheikhou Kouyaté. Por fim, a esperança senegalense estava depositada no trio ofensivo: Ismaila Sarr, Famara Diédhiou e sobretudo em Sadio Mané, com a sua velocidade e técnica distintas.

Durante a generalidade da partida, a equipa do Senegal dispôs de mais bola e mais perigo, no qual direcionava frequentemente as suas armas pelos corredores laterais, apostando em inúmeros cruzamentos (curtos ou longos) que assustavam a baliza adversária.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Edouard Mendy (8)

Saliou Ciss (7)

Abdou Diallo (7)

Kalidou Koulibaly (7)

Bouna Sarr (6)

Idrissa Gueye (8)

Nampalys Mendy (6)

Cheikhou Kouyaté (6)

Sadio Mané (7)

Famara Diédhiou (6)

Ismaila Sarr (6)

SUBS UTILIZADOS

Pape Gueye (6)

Boulaye Dia (6)

Ahmadou Bamba Dieng (7)

  

ANÁLISE TÁTICA – EGITO

No caminho para a felicidade, o Senegal era o último obstáculo do Egito de Carlos Queiroz. No sentido de ultrapassar esta grande equipa, os Faraós organizaram-se também em 4-3-3. Porém, no processo defensivo, verificou-se muitas vezes um 5-3-2 de modo a fechar qualquer espaço em zonas mais recuadas. Embora não dispusessem de muita bola (algo usual em que estão habituados e confortáveis), defenderam muito bem e atacaram sobretudo em transições rápidas, explorando muitas vezes a velocidade de Mohamed Salah. Resumindo, organização e transição: duas palavras que sublinharam a abordagem tática deste Egito. A entrada do Zizo pretendia trazer mais profundidade ao jogo egípcio, defendendo em 4-4-2 para, no caso de recuperarem o esférico, contra-atacar com mais qualidade.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Gabaski (10)

Ahmed Fatouh (7)

Mahmoud Hamdi (7)

Mohamed Abdelmonem (5)

Emam Ashour (7)

Amr Al-Sulaya (5)

Mohamed Elneny (7)

Hamdi Fathi (6)

Omar Marmoush (5)

Mostafa Mohamed (5)

Mohamed Salah (6)

SUBS UTILIZADOS

Trezeguet (6)

Zizo (7)

Marwan Hamdy (6)

Mohanad Lasheen (5)

Diogo Lagos Reis
Diogo Lagos Reishttp://www.bolanarede.pt
Desde pequeno que o desporto lhe corre nas veias. Foi jogador de futsal, futebol e mais tarde tornou-se um dos poucos atletas de Futebol Freestyle, alcançando oficialmente o Top 8 de Portugal. Depois de ter estudado na Universidade Católica e tirado mestrado em Barcelona, o Diogo está a seguir uma carreira na área do jornalismo desportivo, sendo o futebol a sua verdadeira paixão.

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