USC Paredes 0-1 SL Benfica: Já acabou?

    A CRÓNICA: ENCARNADOS SEGUEM EM FRENTE NA TAÇA APÓS NOITE SEM HISTÓRIA

    Não foi um jogo difícil para uma equipa alternativa do SL Benfica, que entrou no Complexo Desportivo de Paredes como se apresentasse todos os titulares, mandão no jogo e procurando sem receio a baliza do USC Paredes.

    Se do outro lado existia uma linha de cinco na retaguarda e o bloco baixo na procura de manter invioláveis as redes, Jorge Jesus ordenou várias vezes a procura da largura máxima e o jogo pelos flancos: e foi assim que surgiu o primeiro golo, com falta na esquerda a ser meritoriamente marcada por Franco Cervi, num cruzamento adocicado para a cabeça de Samaris.

    Pelo meio não deu. Várias vezes. A dupla de atacantes titular não apresentou rotinas – obviamente – para criar associações que permitissem aproximar a equipa da área adversária.

    Facundo Ferreyra e Gonçalo Ramos esforçaram-se, lutaram, o jovem português até procurou muitas vezes a solidão da ala direita, onde esperava por Gilberto e Pizzi, mas não deu ao jogo encarnado as características ideais. Chiquinho, como elemento de criação, andou muito disperso, entregou responsabilidades a Pizzi e foi apenas mais um.

    Quanto ao Paredes, demasiado compenetrado na tarefa de sofrer poucos golos, não saiu praticamente do seu meio-campo e só por uma vez obrigou Helton Leite a ir ao relvado, em defesa para a fotografia e com pouco rigor prático.

    Vindos do intervalo, a mesma toada. Benfica controlava a posse e circundava a área de Marco Sousa – mas o guarda-redes do Paredes nunca teve muito trabalho digno de nota, exceptuando a comunicação contínua com que brindou todos no recinto, alertando com todas as precauções os seus colegas para possíveis perigos vestidos de encarnado.

    Mas não, nunca existiram que ameaçassem o 1-0, resultado que se manteve até final, não sem antes se assistir a cartada final de Eurico Mendes, técnico dos da casa: aos ’87, lança três para dentro – Ferraz, Caleb e Jorge Santos – desfazendo a defesa a cinco e colocando-os a jogar em 4-2-4 na procura da glória à base do “chuveirinho”.

    Só que Jesus, em resposta caricata dada a diferença de qualidade individual, faz entrar Morato para pegar ele no sistema de três centrais, fazendo Tiago Araújo, um dos estreantes, fechar a ala esquerda.

    E assim, encostado à sua grande área, o Benfica defendeu calmamente nos últimos instantes, dilacerando o sonho do Paredes numa tentativa kamikaze de ir a prolongamento, que não aconteceu. Justamente.

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Ferro Grande regresso do defesa português. Num jogo à sua medida, abusou do seu grande talento no passe curto e à distância, cortou com eficácia os poucos atrevimentos na sua zona de acção e sentiu-se confortável como primeira referência enquanto apoio mais recuado. Boas indicações que fazem reclamar por mais minutos.

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Gonçalo Ramos Era um dos intervenientes de quem mais se esperava para o jogo de hoje. Aliás, era uma das principais atracções, observar como se comportava em contexto de equipa principal contra equipa acessível. Desiludiu, não só pela fraca capacidade de decisão no último terço, como nunca conseguiu soltar-se das amarras do “autocarro” nortenho – na única ocasião onde teve visão sobre toda a baliza, servido por Pizzi já dentro da área, precipitou-se e rematou muito ao lado. Melhores ocasiões virão.

    ANÁLISE TÁTICA – USC PAREDES

    O 5-4-1 tão em voga nos campos portugueses foi simulado pela equipa da casa em grande demonstração de eficácia defensiva – deixaram o Benfica ter o domínio, acomodaram-se lá atrás e manietaram Ferreyra e Gonçalo Ramos.

    Bangoura e Emanuel Brito, nas faixas, ainda tentaram levar a equipa para a frente, mas a natural preocupação em não fazer fraca figura balancearam a equipa demasiado para trás, resultando em postura ultra-defensiva, mas que, no cômputo geral, não envergonhará nenhum adepto paredense. As poucas oportunidades criadas pelo Benfica são atestado à qualidade da estratégia.

    ONZE INICIAL E PONTUAÇÕES

    Marco Sousa (5)

    Pedro Meneses (5)

    Henrique (5)

    Amadeu (5)

    Emanuel Brito (6)

    Marcão (5)

    Tójó (5)

    Bangoura (6)

    Ismael (5)

    Nuno Martins (4)

    Madureira (4)

    SUPLENTES UTILIZADOS

    João Rafael (3)

    Bela Tavares (3)

    Caleb (-)

    Ferraz (-)

    Jorge Santos (-)

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    Nada de novo. Muito se falou, durante a pausa de selecções, numa possível mudança para o sistema de três centrais, mas em Paredes voltámos a assistir ao 4-4-2 habitual, com Chiquinho como dínamo de toda a equipa, funcionando na frente de Samaris. Pizzi e Cervi procuraram terrenos interiores, trocaram  muitas vezes de lado e João Ferreira, responsável pela ala esquerda, fez o mesmo devido á predominância do seu pé direito.

    A equipa afunilou muitas vezes, Ferreyra não tem essa capacidade de procurar a profundidade e Gonçalo Ramos não conseguiu ser a referência posicional do costume, encontrando-se muitas vezes fora de posição. Nos últimos minutos a ambição do Paredes foi estancada com a entrada de Morato, colocando-se junto a Jardel e Ferro e pedindo a Tiago Araújo para ocupar a faixa – e, apenas aí, se assistiu à tão prometida mudança de sistema.

    ONZE INICIAL E PONTUAÇÕES

    Helton Leite (5)

    Gilberto (6)

    Jardel (5)

    Ferro (7)

    João Ferreira (5)

    Samaris (5)

    Chiquinho (5)

    Pizzi (6)

    Cervi (6)

    Gonçalo Ramos (4)

    Ferreyra (4)

    SUPLENTES UTILIZADOS

    Tiago Araújo (4)

    Daniel dos Anjos (-)

    Morato (-)

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    Pedro Cantoneiro
    Pedro Cantoneirohttp://www.bolanarede.pt
    Adepto da discussão futebolística pós-refeição e da cultura de esplanada, o Benfica como pano de fundo e a opinião de que o futebol é a arte suprema.