Força da Tática: O que é que a Signora tem (até agora)?

Itália conhece apenas duas cores: Branco e Preto. O domínio da Juventus FC a nível doméstico é evidente, são sete scudettos consecutivos. Assim, Massimiliano Allegri têm agora a missão de conquistar a Europa, a Série A é um dado adquirido.

O treinador de 51 anos já esteve perto de o fazer em 2015 e em 2017, mas acabou por perder a grande final.  Para garantir que isso não volta a acontecer, o clube italiano foi “roubar” Cristiano Ronaldo ao Real Madrid CF. Naturalmente que essa transferência chamou todas as atenções, mas não menos importante foram as contratações de Cancelo, Emre Can, Bonucci e de Spinazzola (lesão está a impedir que mostre a sua qualidade).

Será, finalmente, este o ano da Juventus FC?

Estrutura

A entrada de Bonucci, elevou para cinco o número de defesas centrais na equipa: Barzagli, Benatia, Rugani, Chiellini e Bonucci. O que deixava no ar a possibilidade da implementação de um sistema de três centrais, mas Allegri mantêm-se fiel à defesa a quatro. Assim, mantêm-se o 4-2-3-1/4-3-3 quando a equipa têm a posse de bola.

Para dar início à fase ofensiva, Pjanic recua para junto dos centrais, para pegar no jogo e criar uma linha de três com grande qualidade de passe e extremamente confortável em avançar com a bola ou fazer passes de rotura. Em especial Bonucci, que têm uma capacidade de distribuição de fazer inveja a muitos médios.

Fonte: Eleven Sports

Na imagem em cima, também podemos observar o posicionamento adiantado de Matuidi e Bentancur, o que permite a Pjanic ter mais espaço para iniciar a construção, e aos centrais para invadir o meio-campo campo adversário em posse ou através do passe.

Fonte: Eleven Sports

Para além da capacidade de recuperação de bola de Matuidi, Can ou Khedira, que falta a Pjanic, o papel dos médios é importante na ocupação dos espaços entre corredores em posse e na cobertura aos laterias no momento de transição defensiva.

Fonte: Eleven Sports

Poder ofensivo | CR7 e os Amigos

A Juventus FC é uma equipa fluída quando têm a posse de bola, onde os jogadores trocam regularmente de posição e com movimentos coordenados sem bola. Os poucos jogadores que ocupam regularmente a mesma zona do campo são os defesas laterais e o já mencionado Pjanic. Alex Sandro e Cancelo garantem a largura.

Esses laterais ocupam posições elevadas no campo, logo desde o inicio de construção, o que abre espaço nas zonas recuadas, que podem ser ocupados pelos médios para criar situações momentâneas de superioridade numérica, como vimos Bentancur fazer frente ao United, quase um lateral direito.

A colocação, na posição de extremo, de jogadores com o pé trocado (no corredor direito, jogadores esquerdinos) procura dar mais espaço aos laterais, particularmente a Cancelo, que podem conquistar posições para retirar bons cruzamentos para Ronaldo e Mandzukic. A parceria entre o Português e o Croata têm se verificado muito interessante, geralmente um ocupa os defesas centrais, arrastando-os para próximo da baliza o que abre espaço para o outro aproveitar um possível cruzamento atrasado. Ou então, aproveitar a diferença de alturas que muitas vezes existe ao segundo poste, face aos laterais adversários.

Como aconteceu no golo frente ao Manchester United FC, a fluidez posicional, mas sem perder a estrutura. É Ronaldo que vai ao corredor cruzar, e Quadrado vai ate à zona de finalização.

Fonte: Eleven Sports

Estas rotações posicionais desmontam as defesas adversárias, particularmente a ligação Central-Defesa Lateral. Foi assim que aconteceu o golo, depois de arrastarem o lateral do United para fora da sua zona.

Defensivamente | Construído à medida para os grandes jogos

O esquema defensivo da Juventus, apesar do número de golos sofridos no campeonato (Se tivermos em consideração o passado), está construído para enfrentar grandes equipas. Quando os adversários têm a bola, a equipa fecha-se, protegendo o corredor central com unhas e dentes, poupando energia quando os adversários têm a bola em zonas laterais.

Não há grande orientação ao homem, ou seja, o foco está em defender o espaço. Quando a bola entra em um corredor, o médio interior mais próximo avança protegendo a fronteira para o corredor central, com a cobertura de Pjanic e do lateral desse lado, que fecha dentro. O que cria uma estrutura em triângulo, que procura evitar a todo o custo a progressão para o corredor central.

É muito importante para a estabilidade da equipa, que os jogadores do lado oposto à bola também fechem dentro, permitindo aos dois centrais permanecer no centro, protegendo a grande área. Igualmente importante é o momento de perda da bola, dada a fluidez da equipa quando têm bola.

Assim, vemos a Juventus pressionar imediatamente o adversário assim que perde a posse de bola, o que ou permite a recuperação em zonas altas ou atrasa a transição do adversário, dando tempo à Juventus para se organizar defensivamente.

Também como vimos frente ao SSC Nápoles, a Juventus FC procura pressionar alto a saída de bola do adversário, destabilizando o início de construção, como (aí sim) orientação ao homem.  Esta forma de pressionar é extremamente eficiente frente a equipas que não têm nenhum jogador resistente à pressão em zonas recuadas, o que dificulta a vida a essas equipas. Por exemplo, tenho dúvidas se Allegri irá fazer o mesmo frente ao FC Barcelona (que têm Busquets/Arthur).

 

Foto de Capa: Juventus FC

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João Mateus
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A probabilidade de o Robben cortar sempre para a esquerda quando vinha para dentro é a mesma de ele estar sempre a pensar em Futebol. Com grandes sonhos na bagagem, está a concluir o Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial, pela Uni-Nova e procura partilhar a forma como vê o jogo com todos os que partilham a sua paixão.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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