As dinâmica dos atacantes de Lage

Em Moreira de Cónegos ficou mais que explicado o porquê de Bruno Lage não se sentir incomodado com o facto de não ter mais pontas de lança no plantel. Ele joga com avançados, jogadores de ataque. Ele aposta em dinâmicas. Para Lage, mais importante do que ter determinados jogadores em posições específicas de ataque, é ter jogadores no ataque que ofereçam à equipa rasgo, técnica, criatividade, envolvência coletiva e dinamismo.

Com Bruno Lage, há quatro posições de ataque – duas mais centrais e duas mais laterais -, as quais se cruzam e se baralham com o passar dos minutos. Cada jogador oferece uma competência distinta à equipa, mas qualquer um vai acabar por rodar todas as posições ofensivas no decorrer dos 90 minutos.

Mas antes de nos soltarmos no ataque, há que ressalvar a importância da dupla de meio-campo. Esta é o suporte que permite maior liberdade às peças mais criativas, que lhes dá bola e que as eleva. A dupla Gabriel e Samaris tem sido perfeita na forma como agarra o meio-campo, enche os espaços e servem a bola aos dínamos ofensivos.

Rafa é simultaneamente um 7 e um 9, com pinceladas de 10
Fonte: SL Benfica

Bruno Lage conta com nove jogadores para o ataque: Pizzi, Rafa, Salvio, Cervi, Zivkovic, Jonas, Seferovic, Félix e Jota. São nove jogadores para quatro posições. A juntar a estes,  Lage ainda pensou no Zivko e está a preparar o Taarabt.

Salvio e Cervi são os jogadores que terão menos espaço no dinamismo que está a ser montado no ataque do SL Benfica. Apesar de rápidos e criativos, são demasiado agarrados à bola e principalmente à linha. Puros extremos que obrigam a movimentos mais centrais dos avançados-centro. Obrigam a uma maior definição posicional. Já o Jota, que parte como última opção, tem todo o potencial para ganhar minutos nesta equipa porque se liberta e cresce nestas dinâmicas.

Sobram os seis maravilhosos. Seis jogadores para rodarem por estas quatro posições. Todos integram com facilidade este dinamismo e cada um oferece qualidades distintas e úteis a este ataque.

Um avançado total que atua em qualquer posição do ataque
Fonte: SL Benfica

O Pizzi é o jogador mais construtor. O ponto de inclusão de todos os outros criativos. Faz jogar, lê o jogo, e ainda cria rupturas pelo centro. O Zivko, por agora o menos utilizado, pode, à partida, ser o substituto mais natural ao Pizzi. À sua leitura de jogo, junta-se a capacidade de integrar o ataque pelo centro a partir da esquerda, sempre em futebol apoiado. Depois, temos o maravilhoso Rafa. Não tem de jogar à direita nem à esquerda e nem ao centro. Rafa é simultaneamente um 7 e um 9, com pinceladas de 10. Rasga por todos os corredores, conduz pelo centro e ainda aparece em zonas de finalização.

E ainda aqueles que são teoricamente os jogadores mais centrais do ataque. Seferovic, “O Ponta de Lança” que raramente se encontra no centro do ataque nos momentos de construção. Recua para vir buscar jogo, abrindo as costas aos colegas de ataque. Recebe a bola na esquerda, servindo aqueles que aparecem de frente na grande área. João Félix, “Um João Pinto”. Difere-se de Rafa por ter menos velocidade e mais classe, por ter mais finalização e menos rasgo. Como João Pinto, pode ser o organizador do jogo, pode partir para desequilíbrios pela ala, pode finalizar de meia-distância e até aparecer na área a rematar de cabeça. Um avançado total que atua em qualquer posição do ataque, seja a partir da linha ou entre os centrais.

Por último, “O Génio”. Jonas. E é isto. O Génio Goleador, mágico e interpretante do ataque. Brilha em qualquer zona do terreno. Combina na perfeição com o Pizzi, percebe o Félix melhor que ninguém e controla o espaço para as ingressões do Rafa. Também com Seferovic faria uma dupla – em quarteto – fantástica. Serve, sabe ser servido e serve-se. É ver como o dínamo Félix foi no último jogo menos rotativo, mais ponta de lança, para dar espaço de criatividade a Jonas, que ia criando os espaços para todos os outros.

O Génio Goleador, mágico e interpretante do ataque
Fonte: SL Benfica

Assim, os defensores nunca têm uma referência de marcação e os atacantes aparecem constantemente de frente para a defesa e para a baliza, com linhas de passe, espaço para rematar e ainda criatividade para rasgar.

Este é o dinamismo de ataque do Lage. Os jogadores abrem espaços uns para os outros. Fogem às marcações e criam oportunidades de golo a qualquer um que apareça na zona do ponta de lança.

Uma delícia que se torna sempre mais genial quando o Génio está por lá a afinar as notas da orquestra de ataque lagiana.

Texto revisto por: Mariana Coelho

Foto de Capa: SL Benfica

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