A CRÓNICA: E QUEM NÃO MARCA? POIS CLARO, SOFRE.
Sporting CP e FC Porto defrontavam-se para o campeonato e um deslize para as duas equipas era marcar passo na corrida ao título. O jogo começou com as emoções à flor da pele, porque Marega começou por fazer explodir a bancada destinada aos adeptos azuis e brancos – de destacar o grande passe de Corona, que rasgou a defensiva leonina. Até perto do final da primeira parte não houve nada… e não fosse Acuña a marcar o golo do empate, estaríamos numa partida parada. Dois golos, um para cada lado, estava assim tudo ao intervalo.
Quem não marca? Sofre! Excelentes oportunidades tiveram os leões para marcarem, mas foi de cabeça que Soares resolveu a questão do sofrimento no jogo. O futebol é injusto? É sim senhora, mas o que conta são os golos e neste aspeto estava em vantagem o FC Porto (1-2). A cabeçada serviu para acalmar o jogo e daí até final não houve mais nenhum lance a registar. Os leões não aproveitaram as oportunidades que tiveram (e foram várias) e saíram com a derrota. Onze anos depois, o FC Porto vence em Alvalade e segue na perseguição ao líder, SL Benfica, com quatro pontos de atraso.
A FIGURA
Marcos Acuña – Um dos mais inconformados do lado leonino e que não merecia o desfecho da partida. O extremo adaptado a lateral esteve bastante atento às investidas adversárias e não se remeteu apenas a tarefas defensivas, sendo que foi o autor do golo do empate.
O FORA DE JOGO
Yannick Bolasie – O atacante congolês não fez uma grande exibição ao longo do tempo que esteve em campo. Muito escondido do jogo, não conseguiu desequilibrar a defesa azul e branca e nas poucas vezes que teve a bola nos pés acabou sempre por perdê-la.
ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP
Os leões começaram com o já habitual 4-3-3, com o Luiz Phellype como avançado mais fixo e quando havia um momento defensivo este alterava-se para um 4-4-2. O grande pormenor negativo a destacar foi a falha de atenção entre Ristovski e Coates no momento do golo de Marega. O Sporting cresceu ao longo da primeira parte e no final da mesma já estavam por cima do jogo. A primeira linha de pressão estava a funcionar bem, juntamente com o meio campo, mas o golo de Soares foi um duro golpe nas ambições leoninas. Com a entrada de Plata e Camacho, a tática deixou de existir e a vontade era mesmo de marcar um golo – jogava-se mais com o coração do que com a cabeça.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Luís Maximiano (6)
Stefan Ristovski (5)
Sebastián Coates (6)
Jérémy Mathieu (5)
Marcos Acuña (8)
Idrissa Doumbia (5)
Wendel (5)
Bolasie (4)
Luciano Vietto (5)
Bruno Fernandes (5)
Luiz Phellype (5)
SUBS UTILIZADOS
Gonzalo Plata (4)
Rafael Camacho (4)
Jesé (-)
ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO
Um 4-4-2 que foi muito eficaz a explorar bem a velocidade de Marega e o posicionamento de Soares. Otávio e Nakajima foram trocando de flancos diversas vezes, dependendo das circunstâncias da partida. Adormeceu a equipa num momento em que estava perto do intervalo em vantagem e deixou-se empatar – talvez, o pior a destacar da equipa portista. Durante muito tempo, em sufoco, na segunda parte, mas o golo deu mais confiança. Os comandados de Sérgio Conceição começaram a controlar o jogo a seu belo prazer e souberam manter a vantagem até final.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Agustín Marchesín (5)
Alex Telles (6)
Iván Marcano (6)
Pepe (-)
Jesus Corona (8)
Danilo Pereira (6)
Matheus Uribe (6)
Shoya Nakajima (6)
Otávio (5)
Moussa Marega (6)
Soares (7)
SUBS UTILIZADOS
Chancel Mbemba (5)
Luis Díaz (6)
Sérgio Oliveira (-)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
Sporting CP
Jorge Silas: «Declarações mais importantes»
«A jogar assim vamos passar o Famalicão. Obviamente que fica mais difícil porque se vencêssemos hoje ao FC Porto ficaríamos a seis, mas agora estamos a 12 pontos».
«Não acho que tenha haver com o Luiz Phellype, quem não conseguiu fazer golo hoje foi o Vietto. Não tem haver com ninguém, o importante é criar ocasiões e temos de marcar. O futebol é mesmo isto e também precisamos de uma “pontinha” de sorte. Não estamos a pensar em ir buscar algum ponta de lança. Estamos à espera de gente nesta janela e quantos mais jogador chegar será ainda melhorada a competitividade interna».
«É preciso melhorar os lances de bola parada também. Pode acontecer o facto de sofrermos o segundo devido ao lance que é, mas o primeiro golo custa-me muito que tenhamos sofrido».
«Ainda não falhei muito com o Presidente em relação a reforços. Temos de trazer um ou outro, mas não vamos fazer uma revolução no plantel neste mercado de transferências».
«Vamos apostar as fichas em todos os jogos. A Liga não acabou para nós. Independentemente da posição em que o Sporting esteja, nós vamos sempre jogar para ganhar. No próximo jogo com o Vitória FC vamos jogar para ganhar e quando recebermos o SL Benfica apostaremos todas as fichas também».
FC Porto
Sérgio Conceição: «Declarações mais importantes»
«Não festejamos vitórias, festejamos títulos. Se esta vitória for importante para ganhar o título no final, então sim isso terá um peso importante».
«O Sporting teve uma equipa bem organizada e com uma dinâmica ofensiva interessante. Exigiu muito de nós. Retificamos aquilo que foi o início da segunda parte e, a partir daí, conseguimos ser mais fortes. O fator emocional de ficar longe do SL Benfica, que ganhou ontem, podia ser mau e nós conseguimos ultrapassar bem isso».
[Resposta ao facto de ser um campeonato disputado a dois – SL Benfica e FC Porto] «Obviamente que fica mais difícil para o Sporting, mas faltam ainda muitos jogos para acabar o campeonato e há muitos pontos em disputa».
«O próximo jogo [frente ao Moreirense FC, fora] vai jogar o Diogo Leite o Mbemba e tenho confiança naquilo que vai ser esta dupla de centrais».
Rescaldo com opinião de Guilherme Costa e João Pedro Barbosa
Foto de Capa: Carlos Silva/Bola na Rede
artigo revisto por: Ana Ferreira