Revista Mundial’2014 – Coreia do Sul

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Neste próximo Mundial, a Coreia do Sul disputará a sua 9.ª fase final desta competição, sendo que esta será a 8.ª seguida (!). Mas tudo não começou num mar de rosas. No ano da sua estreia, em 1954, com uma selecção quase toda amadora, os sul-coreanos conseguiram o pior registo de sempre: perderam 9-0 com a Hungria e 7-0 com a Turquia (selecções que, diga-se, não são sequer top 10 europeu). Depois, só voltaram aos Mundiais no celebre ’86 e entraram para a história do futebol asiático na sua magnifica campanha em 2002, quando, a jogar em casa, conseguiram um brilhante 4.º lugar – na fase de grupos empataram com os EUA (1-1) e venceram a Polónia (2-0) e… Portugal (1-0), no jogo em que João Pinto deitou tudo a perder com o seu “punho de deus”. Com arbitragens desastrosamente “caseiras” (diga-se de passagem), a Coreia do Sul viria a eliminar ainda a Itália (2-1) com o golo de ouro e a selecção espanhola com um desempate da marca de grandes penalidades. Caíram, finalmente, nas meias-finais perante a Alemanha (2-1) e na atribuição do 3º e 4º lugar com a Turquia (3-2).

De momento, a selecção dos “Vermelhos”, como se auto-intitulam, não vive um dos seus melhores momentos: apenas 5 vitórias nos últimos 15 jogos, o que os deixou quase de fora da fase final do Mundial – ficaram “apenas” em segundo posto no grupo A de acesso à fase final com 8 jogos, 4 vitórias, 2 empates e 2 derrotas, atrás do Irão de Carlos Queiroz e com os mesmos 14 pontos do que o Uzbequistão.

Tudo isto é fruto do facto de a Coreia do Sul trazer consigo a selecção mais jovem da sua história desde que são profissionais, o que pode levar a que sejam uma grande surpresa ou… a normal “equipa de fase de grupos”, que só está lá para tentar incomodar os verdadeiros “tubarões”.

OS CONVOCADOS

Guarda-redes – Jung Sungryong (Suwon Bluewings), Kim Seunggyu (Ulsan Hyundai) e Lee Bumyoung (Busan IPark).

Defesas – Hong Jeongho (Augsburg, Ale), Hwang Seoho (Sanfrecce Hiroshima, Jap), Kim Changsoo (Kashiwa Reysol, Jap), Kim Jinsoo (Albirex Niigata, Jap), Kim Younggwon (Guangzhou Evergrande, Chi), Kwak Taehwi (Al Hilal, Ara), Lee Yong (Ulsan Hyundai), Yun Sukyoung (Queens Park Rangers, Ing).

Médios – Ha Daesung (Beijing Guoan, Chi), Han Kookyoung (Kashiwa Reysol, Jap), Ji Dongwon (Augsburg, Ale), Ki Sungyueng (Sunderland, Ing), Kim Bokyung (Cardiff City, Ing), Lee Chungyong (Bolton Wanderers, Ing), Park Jongwoo (Guangzhou R&F, Chi), Son Heungmin (Bayer Leverkusen, Ale).

Avançados – Kim Shinwook (Ulsan Hyundai), Koo Jacheol (Mainz, Ale), Lee Keunho (Sangju Sangmu), Park Chuyoung (Watford, Ing).

A ESTRELA

Son Heung-Min Fonte: FIFA
Son Heung-Min
Fonte: FIFA

Falar na actual Coreia do Sul é falar, obrigatoriamente, da sua estrela mais notória: Son Heung-Min. Com apenas 21 anos e um porte físico invejável (para um jogador asiático) – 1,83 metros e 76 kg –, este jovem, que brilha no renascido Bayern Leverkusen, jogo como médio/avançado vagabundo, sendo muito móvel e com um sentido de oportunidade fantástico. Os 10 golos que apontou no seu ano de estreia na Bundesliga (algo muito positivo para um jogador tão móvel como Son) fazem dele o segundo melhor marcador da equipa, com 17% dos seus tentos a pertencerem ao jovem jogador coreano.

No no ano de 2013 ficou em 3º lugar num prémio que era atribuído aos 3 melhores jogadores asiáticos do referente ano, sendo que no primeiro posto e no segundo ficaram dois “monstros”: Nagamoto (Inter) e Honda (CSKA), respectivamente. Se falar em possíveis surpresas por parte da Coreia do Sul, terei de incluir o seu jogo a passar de todo por este “menino d’ouro” daquele país.

O TREINADOR

Hong Myung-Boo Fonte: vrinsidesports.com
Hong Myung-Boo
Fonte: vrinsidesports.com

O timoneiro que vai ao leme da selecção dos “Vermelhos” foi uma antiga lenda da selecção da Coreia do Sul: Hong Myung-Bo. Actualmente com 45 anos, o seleccionador é o jogador mais internacional pelo seu país (135 internacionalizações), esteve presente na mais brilhante (e talvez a única “brilhante” mesmo) participação da Coreia do Sul num Mundial: em 2002. Era então Guus Hiddink treinador e Myung-Bo o melhor jogador. Obtiveram um fantástico 4º lugar diante do seu público e, curiosamente, afastaram um “mega Portugal” na fase de grupos.

De referir, também, que foi considerado o 3º melhor jogador dessa competição. Para comprovar a sua qualidade, antes de assumir o cargo máximo de seleccionador sul-Coreano, Myung-Bo começou a carreira de treinador como seleccionador sub-20 e o bom trabalho levou-o a mais uma proeza: foi medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, com a selecção Olímpica (sub-23). Se dúvidas havia quanto à competência deste “quase jovem” treinador, essas estão dissipadas.

O ESQUEMA TÁTICO

Coreia
O PONTO FORTE

Olhando para a forma de jogar preferencial desta selecção (4-1-2-1-2 ou 4-4-2 Losango), teremos de ter em conta os seguintes jogadores: Yun Suk-Young, lateral ofensivo do Queens Park Rangers (Inglaterra);  Ki Sung-Yueng, versátil trinco que actua no Sunderland (Inglaterra); Lee Chung-Yong, rápido e tecnicista extremo/médio interior do Bolton (Inglaterra); Park Chu-Young, grande desilusão no Arsenal, agora emprestado ao Watford do Championship, será sempre um avançado a ter em conta, e a estrela maior: Son Heung-Min. Se existir perigo, serão lances rápidos a lançar Suk-Young ao long do flanco (esquerdo ou direito) ou a procura de bolas longas na rapidez e eficácia de Heung-Min, bolas essas lançadas pelos centrocampistas que compõe o sólido meio-campo Sul Coreano. Nunca esquecendo também Chu-Young, que neste momento será uma incógnita para todos.

O PONTO FRACO

Sendo uma equipa extremamente jovem e sem grande experiência de grandes campeonatos (apenas sete jogadores actuam na Europa, todos eles em clubes de segunda ou terceira linha), o grande problema dos “Vermelhos” prende-se, essencialmente, com saber lidar com a pressão em desafios contra jogadores com outra “tarimba”. É o tipo de selecção que se sofre um golo nos minutos iniciais é goleada. Por contraditório que pareça, se aguentar os primeiros 30/40 minutos, será uma valente dor de cabeça, caso não haja quebras físicas. E esse é outro problema: fisicamente, são uma selecção muito débil e sem grande velocidade de execução (tirando dois ou três “artistas” no meio-campo), por isso é expectável que os adversários apostem na velocidade e no poder de choque para ganhar primeiras e segundas bolas e assim ir ganhando vantagem sobre o adversário.

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José Maria Monteiro
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O Zé Maria é um estudante de desporto e apaixonado por futebol (onde o pratica como guarda-redes por esses grandes distritais e tem o curso de treinador). Adora discutir o desporto-rei e tenta ser o mais imparcial possível.                                                                                                                                                 O José não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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