A CRÓNICA: APROVEITAR OS ERROS PARA FAZER UM RESULTADO AVOLUMADO
A Tapadinha recebeu o segundo jogo oficial do SL Benfica e o relvado de Alcântara serviu de palco para a estreia do CA Ouriense na Primeira Liga. O domínio das encarnadas implementou-se na partida, logo de início, mas só, aos 14 minutos, é que a bola beijou a rede adversária. Nycole fez o gosto ao pé, depois de aproveitar uma falha defensiva pelo lado direito do Ouriense. Estava feito o 1-0 e esperava-se já uma goleada.
Foi com este pensamento que, poucos segundos depois, houve novo golo. Ana Seiça, surpresa no onze, abriu para Darlene e a capitã encarnada “chapelou” Barbex, que não teve qualquer hipótese. A reação do Ouriense apareceu e, finalmente, o lado direito deu frutos na partida. Ana Beja apareceu bem pela direita e cruzou. A bola chegou à grande área e Catarina Amado acabou por errar e fazer penalti. Laura Spenazatto não teve medo e reduziu a vantagem (2-1) para a equipa de Ourém.
O Ouriense pegou na bomba de oxigénio e voltou a respirar no jogo. A pressão que se fazia na primeira fase de construção estava a oferecer bolas vindas de erros defensivos das encarnadas. Porém, as bolas nas costas e os cruzamentos eram fatais para o Ouriense e foi daí que surgiu mais dois golos: um de Ana Vitória e outro de Nycole, que bisou na partida. O jogo chegou ao intervalo com clara superioridade das encarnadas no jogo e no resultado, que estava 4-1.
O segundo tempo começou como o primeiro e as encarnadas marcaram, aos 56 minutos, num bom entendimento entre Cloé Lacasse e Darlene. A canadiana “gingou” pela defesa e Darlene só teve de meter no poste mais longe para conseguir fazer o 5-1. Aos 68 minutos, Joline, que esteve num dia mau, conseguiu marcar o golo que talvez não deixou a sua exibição tal e qual como o estado climatérico: muito cinzento. Mas, certo é que a bola entrou e era o 6-1.
Cloé Lacasse, que durante a partida falhou em frente à baliza, na segunda parte foi mais inteligente e assistiu as suas colegas. Foi desta forma que, aos 79 minutos, surgiu o sétimo golo do SL Benfica por intermédio de Carlota Cristo (7-1). Passados quatro minutos, foi Carlota Cristo a devolver a assistência e a canadiana a marcar mais um golo, o 8-1. Cloé Lacasse voltou a fazer das suas no lado esquerdo e encontrou a nigeriana Christy Ucheibe para conseguir marcar o seu na partida também. Era o 9-1.
As encarnadas somam e seguem com dois jogos e duas vitórias na Série Sul da Primeira Liga. Já o CA Ouriense tem uma estreia nada boa na Liga e começa com uma derrota bastante pesada. Um jogo onde a lei do mais forte foi nota dominante e os erros defensivos da equipa de Ourém deram azo a uma goleada à la Hóquei em Patins.
A FIGURA
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Cloé Lacasse – Um golo e quatro assistências: foi este o registo incrível de uma segunda parte praticamente perfeita. Se na primeira parte a canadiana falhou golos que, num dia bom, não falharia, redimiu-se de todo o mal que fez, onde assistiu e ainda fez um golo. Cloé Lacasse mostrou o por quê de ser uma das melhores jogadoras das encarnadas.
O FORA DE JOGO
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Joline – A holandesa esteve em campo, mas, quem viu o jogo, parecia que estava mesmo só de corpo presente. Foram diversas as vezes que estava em fora de jogo – um erro comum nas jogadoras da frente do SL Benfica – e os constantes golos falhados, numa competição com Chloé Lacasse, foram preponderantes para escolher a 11 das encarnadas. O facto de ainda ter só chegado agora à equipa, palavras do treinador, pode ser uma razão para estar assim tão perdida em campo.
ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA
As encarnadas distribuírem-se num 4-3-3 com Pauleta a ser a média mais recuada no terreno e, ofensivamente, com Joline, Nycole e Darlene a serem as peças mais avançadas. De salientar, o facto de haver diversas trocas de posição entre as jogadoras mais ofensivas. A opção pela jogada pelos flancos com a velocidade e experiência de Cloé Lacasse.
As bolas nas costas da defesa da equipa de Ourém era uma opção muito viável e fácil de concretizar. Contudo, um ponto a melhorar é, sem dúvida, o posicionamento ofensivo, pois foram “n” as vezes que os árbitros auxiliares da partida levantaram a bandeira a anular as jogadas das encarnadas.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Carolina Vilão (5)
Ana Seiça (6)
Sílvia Rebelo (5)
Carole Costa (5)
Catarina Amado (5)
Pauleta (5)
Cloé Lacasse (8)
Ana Vitória (6)
Joline (4)
Darlene (6)
Nycole (7)
SUBS UTILIZADAS
Matilde Fidalgo (5)
Christy Ucheibe (6)
Carlota Cristo (6)
Andreia Faria (6)
Beatriz Cameirão (5)
ANÁLISE TÁTICA – CA OURIENSE
Numa constante troca entre um 4-3-3 e um 4-3-2-1, mas era nestes dois esquemas que a equipa de Ourém veio defrontar o poderoso SL Benfica sem medos. Maria Baleia, Laura Spenazatto e Flávia Fartaria estavam frequentemente apoiadas pela capitã de equipa Anita Santos. O Ouriense apostava todas as suas fichas pelo lado esquerdo, onde, nos primeiros minutos, solicitou muito Ana Beja, que acabou por ser substituída. A linha de quatro defesas estava sempre bem subida no terreno e apanhavam muitas vezes as jogadoras encarnadas.
Um aspeto positivo a realçar é o facto de a saída de bola rápida desmontar por completo o meio campo do SL Benfica e quando isto acontecia era meio caminho andado para criar perigo. Contudo, a dificuldade de decidir no último passe era sempre um problema crítico.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Barbex (6)
Juliana Domingues (5)
Ana Ferreira (5)
Laura Spenazatto (7)
Anita Santos (5)
Ana Beja (5)
Flávia Fartaria (6)
Maria Baleia (6)
Pretona (5)
Viviane Aquino (5)
Thays Ferrer (6)
SUBS UTILIZADAS
Lucia Leila (6)
Sofia Silva (5)
Laura Sousa (5)
Fabiana (-)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
SL Benfica
BnR: É ingrato falar sobre uma exibição individual, mas é facto que a Joline teve um dia mau hoje, mas marcou um golo e a viu-se que estava a tentar dar ânimo à jogadora. Como é que se motiva a atleta para não se ir abaixo?
Luís Andrade: A Joline é uma jogadora nova nesta equipa e está a conhecer as nossas dinâmicas, as nossas ideias de jogo. Foi um excelente jogo, uma miúda criativa com golo e assistências. Este jogo não foi tão bom para ela, mas estava lá. Só falha quem está lá dentro. Não vejo que se tenha ido abaixo e já falei com a jogadora. Estamos contente com o resultado, pela vitória porque são mais três pontos, que é aquilo que pretendemos do jogo. Agora, com certeza, é melhorar treino a treino, melhorar em aspetos de finalização, de posicionamento. Só assim é que as atletas conseguem evoluir: com trabalho.
CA Ouriense
BnR: Quando o CA Ouriense reduz para 2-1 equilibra o jogo e consegue encostar o SL Benfica, dominando meio campo. O que falhou para a equipa quebrar ou foi a falta de preparação a falar mais alto?
Renato Fernandes: A diferença foi quando estava 2-0 fizemos uma alteração que foi: as jogadoras mais avançadas passaram a jogar mais no corredor e a jogadora dez jogou mais à frente, ou seja, bloqueámos mais as laterais. Com isso, a nossa dez ganhou bolas mais à frente e ao conseguir ganhar mais à frente nas costas da seis, a Pauleta, tivemos mais bola perto da defesa do SL Benfica. Foi essa que foi a diferença. Foi uma diferença de dois a três minutos que acabámos por ganhar sem querer.
Aproveitámos esse momento, fizemos o 2-1. Empurrámos a equipa para a frente, ainda tivemos outra que a equipa podia ter dado [golo], mas o golo mais importante do jogo e que fez a grande diferença foi o 3-1. Porque no momento em que estávamos balançados para a frente o SL Benfica com o contra-ataque foi mortífero e a equipa foi abaixo. Quando isto acontece, é um momento de viragem para o contrário. O 4-1 matou o jogo e foi gerir o esforço das jogadoras.