A CRÓNICA: PRESSIONAR PARA VENCER
O Belenenses SAD derrotou esta noite o SC Braga por 2-1, em jogo a contar para a 9ª jornada da Liga. Numa exibição com muita personalidade, a equipa de Petit chegou à vantagem na 1ª parte com golos de Miguel Cardoso e Afonso Sousa. Na 2ª parte, o SC Braga reduziu por Paulinho através de uma grande penalidade.
Os primeiros 45 minutos foram dominados pela equipa da casa, que coroou esse domínio com dois golos. O Belenenses SAD pressionou alto e mostrou-se agressivo na reação à perda da bola, forçando o SC Braga a falhar muitos passes ainda no seu meio-campo. Miguel Cardoso (32’) e Afonso Sousa (45’), este com um remate fantástico, fizeram os golos da equipa de Petit e confirmaram a superioridade dos azuis na saída para o intervalo.
Na segunda parte, e com as entradas de Schettine e Fransérgio, viu-se um SC Braga numa corrida contra o tempo e um Belenenses SAD a procurar todos os deslizes dos minhotos para lançar o contra-ataque. À passagem do minuto 62’, David Carmo foi expulso e pensava-se que o jogo estava resolvido, mas o SC Braga reduziu por Paulinho (70’) na conversão de uma grande penalidade (à segunda, depois de a primeira ter sido anulada pela saída prematura de André Moreira). Até final, o SC Braga encostou o Belenenses SAD à sua área mas o resultado não sofreu alterações.
Com esta vitória, o Belenenses SAD soma 11 pontos e sobe ao 8º lugar, enquanto que o SC Braga desce para o quarto posto da classificação, por troca com o FC Porto.
A FIGURA
Subida ao 8º lugar com 11 pontos 🔝 Seguimos Juntos 💪🏼 #TorresdeBelem https://t.co/CfxPSD9INO
— Belenenses Futebol, SAD (@OsBelenensesSAD) December 6, 2020
Pressão do Belenenses SAD – A equipa de Petit soube pressionar alto e bem o SC Braga, condicionando os guerreiros do Minho logo à saída da sua grande área. Esta pressão forçou o erro do SC Braga, que perdeu muitas bolas no seu meio-campo defensivo e possibilitou ao adversário chegar muitas vezes com perigo à sua área, fazendo dois golos.
O FORA DE JOGO
🛎 | INTERVALO – HALF TIME
Tempo de intervalo no Estádio Nacional: Gverreiros vão para o descanso em desvantagem.#LigaNOS | #BFSSCB | 2-0 | #ANOSSAHISTORIA | pic.twitter.com/aEJcyKSrD6
— SC Braga (@SCBragaOficial) December 6, 2020
1ª parte do SC Braga – A equipa do SC Braga fez uma primeira parte muito tímida, fruto também da excelente exibição do adversário. Os comandados de Carlos Carvalhal mostraram dificuldades em sair a jogar e em chegar com a bola controlada até ao último terço do terreno.
ANÁLISE TÁTICA – BELENENSES SAD
O Belenenses SAD apresentou-se no habitual 3-4-3, com Danny Henriques a ser uma das novidades no onze inicial, substituindo o castigado Henrique. Destaque também para a estreia de Sithole como titular na Liga NOS, ao lado de Bruno Ramires. As alas ficaram entregues a Esgaio e Rúben Lima, enquanto que o tridente ofensivo dos azuis foi composto por Afonso Sousa, Varela e Miguel Cardoso. No momento defensivo, o Belenenses SAD passava a 5-3-2, com o extremo do lado da bola a constituir a primeira linha de pressão ao lado do ponta de lança e os alas a descerem para a linha da defesa.
Os azuis pressionaram alto, logo na saída de bola do SC Braga, mostrando também agressividade e rapidez na reação à perda da bola. No momento ofensivo, a equipa jogou de forma muito vertical, procurando as deambulações de Miguel Cardoso tanto pelas alas, como pelas costas da defesa alta do SC Braga.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
André Moreira (8)
Tiago Esgaio (6)
Danny Henriques (7)
Tomás Ribeiro (7)
Cafú Phete (7)
Rúben Lima (7)
Bruno Ramires (7)
Sithole (7)
Afonso Sousa (8)
Varela (6)
Miguel Cardoso (8)
SUBS UTILIZADOS
Francisco Teixeira (5)
Edi Semedo (5)
Cauê (-)
ANÁLISE TÁTICA – SC BRAGA
A equipa de Carlos Carvalhal apresentou uma equipa com uma mutação tática para tentar surpreender ao máximo o Belenenses SAD. Na primeira fase de construção, os bracarenses formavam em 3-4-3, com Sequeira a ser um terceiro central pelo lado esquerdo e Galeno a ocupar toda a ala direita. Almusrati e André Castro preenchiam o miolo do terreno com Ricardo Esgaio no corredor esquerdo, mas com um atrevimento menos ofensivo que Galeno. Na frente, Iuri Medeiros e Ricardo Horta faziam o apoio a Paulinho. Com o passar do encontro, assistimos a uma mutação para 4-4-2, com Paulinho a receber o apoio direto de Ricardo Horta ou Iuri Medeiros numa fase de pressão mais adiantada. Galeno partilhava assim a ala direita com Sequeira e Ricardo Esgaio assumia-se como um lateral direito.
O SC Braga mostrou uma grande passividade, fruto talvez da ressaca europeia, não conseguindo circular a bola da melhor maneira. As chegadas à área contrária foram tímidas e o técnico arsenalista fez entrar Schettine e Fransérgio para os lugares de Iuri Medeiros e Almusrati. Assim, na segunda parte o miolo foi reforçado e Esgaio ficou mais isolado na ala direita pelo facto de Ricardo Horta estar em terrenos mais interiores no lado esquerdo. Schettine foi o apoio de Paulinho.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Matheus (5)
Bruno Viana (5)
David Carmo (4)
Nuno Sequeira (6)
Ricardo Esgaio (5)
Al Musrati (4)
André Castro (5)
Galeno (5)
Iuri Medeiros (4)
Ricardo Horta (4)
Paulinho (6)
SUBS UTILIZADOS
Schettine (5)
Fransérgio (5)
Tormena (-)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
Belenenses SAD
BnR: Petit, sobretudo na 1ª parte, o Belenenses SAD pressionou alto e forçou muitas vezes o erro SC Braga. Na sua opinião, este foi o fator determinante para fazer os dois golos?
Petit: Sim, sabíamos que tínhamos de pressionar os três defesas do SC Braga. Foi o que fizemos nessa primeira parte e obrigamos o SC Braga a jogar mal. Não há golos se não houver erros e conseguimos obrigar o SC Braga a errar. Naturalmente que na segunda parte não tenhamos tido essa pressão. Mas foi um bom jogo de futebol, bem jogado e foi uma boa vitória.
SC Braga
BnR: Carlos, qual foi o objetivo com a saída de Bruno Viana para a entrada de Tormena? Problemas físicos ou uma opção técnica?
Carlos Carvalhal: Foi esgotamento físico. Ele tinha jogado na 5ª-feira e o jogo de hoje com um central estava a exigir muito dele. O Bruno não pediu para sair mas eu senti o esgotamento total e não quis arriscar uma lesão.
Artigo da autoria por Frederico Seruya e João Castro