A CORRIDA: VAI ACIMA, VAI ABAIXO, LEWIS NO CENTRO E MAX POR DENTRO
Com Valtteri Bottas (Mercedes) na pole para o segundo GP Portugal, no traçado de Portimão, partida limpa por parte do pelotão e, à parte de Carlos Sainz (Ferrari) e Lando Norris (McLaren), ambos a ganhar uma posição, poucas alterações na ordem de corrida. À partida para a segunda volta, Kimi Räikkönen (Alfa Romeo), que havia ganho duas posições no arranque, envolve-se num incidente com o colega de equipa Antonio Giovinazzi e é forçado a abandonar, trazendo para pista o Safety Car. Boa partida também para Daniel Ricciardo (McLaren), a subir de 16º para 13º.
¡SAFETY CAR!
Momento exacto del contacto de Kimi Raikkonen, se queda fuera por daño en su alerón
Checo Pérez fue superado en la largada por Sainz y marcha en 5to#PortugueseGP 🇵🇹 #Portimao pic.twitter.com/WeZcwZjaCR
— Edward Salinas (@_EdwardSalinas) May 2, 2021
No recomeço, Bottas temporiza na perfeição o arranque e deixa para trás Lewis Hamilton (Mercedes) e Max Verstappen (Red Bull), com o holandês a passar por fora o britânico na primeira curva para assumir o segundo posto. Norris a fazer também progresso, trocando posições com Sergio Pérez (Red Bull) e Sainz para se colocar no 4º lugar. Os pneus médios pareciam nesta altura ser os ideais, já que Sainz e Esteban Ocon (Alpine), ambos em macios, iam perdendo posições para a concorrência. Mais para trás no pelotão, os dois Williams de George Russell e Nicholas Latifi e os dois Haas de Mick Schumacher e Nikita Mazepin, juntamente com Yuki Tsunoda (AlphaTauri), iam lutando pelo 15º lugar.
À entrada para a 11ª volta, Hamilton recupera o 2º posto para Verstappen usando o DRS na recta da meta e defendendo a posição na curva seguinte. A corrida começava a estabilizar, com o Top 3 a construir uma vantagem de nove segundos para a concorrência, liderada agora pelo segundo Red Bull de Pérez.
Numa corrida que se antevia de apenas uma paragem nas boxes, os pilotos em pneus macios entravam, à volta 17, na sua janela inicial de paragem. A tendência de todas as equipas parecia, no entanto, ser de estender o primeiro “stint”, todos aguardando a primeira paragem para seguir o exemplo.
Round the outside at Turn 1 🤩
The move that put @LewisHamilton well on the way to his second victory in Portugal #PortugueseGP 🇵🇹 #F1 pic.twitter.com/oV1D6vTY6M
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Mudança na liderança da corrida no início da volta 20, com Hamilton a passar Bottas. O britânico era, nesta altura, o piloto mais rápido em pista. Foi preciso esperar pela volta 22 para a primeira paragem nas boxes da corrida, com Sainz a parar para pneus médios e Tsunoda a colocar pneus duros. Incentivo dado, mais quatro pilotos a parar logo de seguida mas nenhum deles a fazer parte do Top 5. Para isso, foi preciso esperar pela volta 26, altura em que Charles Leclerc (Ferrari) troca de médios para duros, presumivelmente o conjunto de pneus que levaria até à bandeira de xadrez.
A janela inicial de paragem dos pilotos em pneus médios abria à passagem da volta seguinte, colocando o foco da corrida no Top 6, todos nessa mistura de borracha, e que era composto por Hamilton, Bottas, Verstappen, Pérez, Ricciardo e Fernando Alonso (Alpine). Ao grupo juntava-se Lance Stroll (Aston Martin), que continuava também no seu primeiro conjunto de pneus, neste caso macios. Uma boa prestação do canadiano até esta altura, que seguia em 7º, a sete segundos de Alonso. Hamilton liderava e, apesar de a troca de pneus tardar, continuava a deter as voltas mais rápidas da corrida.
A Red Bull decide, no fim da volta 35, tentar o golpe sobre a Mercedes e pára Verstappen para pneus duros. A Mercedes responde de imediato, parando Bottas também para pneus de lista branca, e o finlandês reemerge das “boxes” ainda à frente do holandês. No entanto, na travagem para a curva 5, Verstappen “mergulha” por dentro e assume o 3º lugar provisório, que, sem incidências, se tornaria 2º após a paragem do seu colega de equipa Pérez, temporariamente líder da corrida após a paragem de Hamilton na volta 37. Um Safety Car, nesta altura, traria grande retorno não só para o mexicano mas também para Ricciardo e Alonso, ainda por parar nas boxes.
This is a mammoth stint on the mediums 🥵🟡 15 laps to go 😲 #PortugueseGP 🇵🇹 pic.twitter.com/qUmjUWkgUW
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O Safety Car acabou por não chegar e o trio seria efectivamente forçado a parar, apesar de Pérez, conhecido pela sua exímia gestão dos pneus Pirelli, demorar bastante mais que o McLaren e o Alpine. Enquanto Bottas, agora em 4º lugar, recebia uma mensagem de encorajamento por parte do seu chefe de equipa Toto Wolff, Ocon passava Sainz por fora na curva 1 para subir a 7º e Mazepin, já uma volta atrás, atrapalhava o líder Pérez sob bandeiras azuis. Talvez fruto da mensagem recebida, Bottas fazia a volta mais rápida da corrida na 46ª passagem pela linha de meta.
Depois de perder a liderança para Hamilton na volta 51, Pérez é finalmente chamado às boxes para colocar pneus macios e cai para 4º, enquanto Alonso passa Ricciardo para assumir o 9º posto e Mazepin se vê penalizado em cinco segundos pelo transtorno causado a Pérez.
Com pouco mais de dez voltas para o final, Bottas comunica perda de potência no seu Mercedes e perde o contacto com Verstappen depois de uma série de boas voltas que havia compactado o Top 3. Schumacher ataca Latifi na cauda do pelotão, Giovinazzi passa Vettel para subir a 12º e os espanhóis Sainz e Alonso vão batalhando pelo 8º lugar, com o veterano da Alpine a levar a melhor sobre o “Júnior” da Ferrari.
Nos minutos finais da corrida, a pressão de Schumacher surte efeito sobre Latifi, com o alemão a subir a 17º, e “corrida às boxes” por parte da Mercedes (com Bottas) e Red Bull (com Verstappen) em busca do ponto extra para a volta mais rápida. 1:19.865 para Bottas na volta 65, suplantado provisoriamente por uma volta de 1:19.849 para Verstappen logo de seguida e a fechar a corrida, para vencer esta batalha particular. Pensava Verstappen e a Red Bull, até a FIA declarar inválida a volta do holandês por exceder os limites da curva 14 e atribuir o ponto a Bottas.
The moment @LewisHamilton took his second win of 2021! 🎉#PortugueseGP 🇵🇹 #F1 pic.twitter.com/wBl2oQauAb
— Formula 1 (@F1) May 2, 2021
À margem do drama da “mini-Qualificação” das últimas duas voltas, o grande vencedor foi mesmo Lewis Hamilton. 97ª vitória da sua carreira e segunda em Portimão, esta bastante mais suada que a primeira e que deixa o britânico oito pontos à frente de Verstappen no campeonato. Resultado que significa, também, que o jovem holandês continua sem conseguir “desfazer o nó” e estrear-se a liderar a tabela de pontos, apesar da aparente maior competitividade da Red Bull em 2021.
De Portugal, o “circo” da Fórmula 1 salta de imediato para a Catalunha, onde se irá disputar a quarta ronda do campeonato já na próxima semana.
#F1 – Full results of the #PortugueseGP 🇵🇹⬇ pic.twitter.com/rHIvouIGT9
— FIA (@fia) May 2, 2021
Foto de Capa: Fórmula 1