Roman Yaremchuk | Prioridades e paciência

    Quais deverão ser as prioridades dos encarnados em relação ao avançado?

    Esperava-se mais do avançado ucraniano que sobressaiu no Euro 2020 depois de dar nas vistas pelo KAA Gent.

    As demonstrações de impetuosidade física e oportunismo geralmente vistos nos grandes avançados de leste justificou a aposta do SL Benfica, caindo bem junto da opinião pública e da massa adepta, sentimento que se cimentou sobretudo quando o trio Darwin-Yaremchuk-Rafa ajudou ao bom futebol que o SL Benfica de Jorge Jesus chegou a apresentar no inicio da temporada.

    O encaixe do ucraniano, centrado e servindo de eixo a dois velocistas, foi uma réplica do que já fazia ao serviço da sua seleção e a coisa foi correndo bem – como no jogo em Guimarães, com dois golos antes do intervalo –até Jorge Jesus começar a tentar introduzir outras dinâmicas, providenciadas por jogadores de perfil distinto como Everton, que ganha definitivamente a corrida pelo lugar com a portentosa exibição frente ao Braga, a 7 de Novembro.

    Yaremchuk continuou como aposta maioritária em contexto europeu, descendo na hierarquia nas competições internas, sendo relegado para o segundo lugar: ainda assim à frente de Haris Seferovic, aproveitando as suas constantes indisponibilidades.

    Os problemas físicos do avançado suíço não foram, porém, a razão exclusiva desta preferência. Ficou explicito que, mesmo a 100%, ofereceria sempre menos que o novo concorrente – mesmo que fosse mais proeminente no jogo aéreo.

    Simplesmente, não se adaptava da mesma forma ao novo estilo benfiquista, cada vez mais consolidado – muito por culpa do sucesso relativo europeu, com a vitória expressiva frente ao FC Barcelona e a posterior qualificação num grupo difícil.

    Pragmático, que conjugava bem físico – a tripla de centrais, Darwin e Roman – com uma sensibilidade no trato de bola – Weigl, Grimaldo, João Mário ou Rafa – que tornava os encarnados num conjunto muito adaptável a quaisquer circunstâncias, mais maduro que as equipas de anos anteriores.

    Mas a realidade é que aquele futebol não durou muito, foi sendo cada vez menos eficaz e os resultados foram teste diagnóstico para a doença que faria cessar a saúde entre Jesus e clube.

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    Pedro Cantoneiro
    Pedro Cantoneirohttp://www.bolanarede.pt
    Adepto da discussão futebolística pós-refeição e da cultura de esplanada, o Benfica como pano de fundo e a opinião de que o futebol é a arte suprema.