📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

Pedro Emanuel: “Olhar” o Mundo de cima para baixo

- Advertisement -

a minha eternidade

No dia 12 de Dezembro de 2014 cumpriu-se uma década sobre a vitória do Futebol Clube do Porto na Taça Intercontinental. Este artigo pretende reavivar esse grandioso dia, que outorgou o clube nortenho como o melhor do Mundo, pela segunda vez na sua história. Nessa final de então, os portuenses voltaram a ser felizes em terras japonesas, imitando o que os seus antecessores de 1987 haviam feito, sob um nevão inenarrável. Essas duas vitórias foram justíssimas, com o Porto a ser amplamente superior em ambos os jogos. Na primeira final, Madjer decidiu com um chapéu brilhante no prolongamento; na partida mais recente, foi necessário recorrer-se aos pontapés da marca de grande penalidade para decidir quem arrecadava o troféu.

Aquela época de 2004/2005 estava a ser (e confirmou-se) extremamente difícil para os Dragões. Na ressaca da extraordinária temporada onde venceram a Liga dos Campeões, os portistas não conseguiram aproximar-se das prestações atingidas no ano transacto, estando a fazer um campeonato nacional muito irregular, com um número de pontos perdidos que suplantou em larga escala o seu habitual pecúlio médio. José Mourinho, o treinador campeão europeu, saíra para o Chelsea e levara com ele jogadores nevrálgicos da vitória em Gelsenkirchen. As saídas de Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Nuno Valente, Deco e, claro, do timoneiro José Mourinho, deixaram traumatismos excruciantes na estrutura de futebol do clube.

Apesar de uma época periclitante, os comandados de Victor Fernández tiveram uma prestação muito personalizada na final de Yokohama. O espanhol estudou muitíssimo bem os comportamentos híper defensivos da equipa colombiana (Once Caldas) e conseguiu dominar o jogo sem contestação vigorosa, sendo que o 0-0 no final dos 90 minutos (e posteriormente dos 120) não reflectiu o ascendente portista no jogo, com inúmeras oportunidades e três bolas nos ferros. O FC Porto teve de ultrapassar dois obstáculos hercúleos – o extravagante guarda-redes Henao (considerado como o sucessor do aclamado Higuita) e a equipa de arbitragem, que anulou erroneamente dois golos a Benni McCarthy por alegado fora-de jogo.

Nessa nona final internacional da sua história, os dragões venceram por 8-7 em penáltis, já com Vítor Baía fora da baliza, substituído por Nuno devido a uma taquicardia e quebra de tensão. Nesse jogo, actuaram de azul e branco Vítor Baía, Seitaridis, Jorge Costa, Pedro Emanuel, Ricardo Costa, Costinha, Maniche, Diego, Derlei, McCarthy e Luís Fabiano. Entraram no decorrer do encontro Nuno, Carlos Alberto e Quaresma, ficando no banco de suplentes Pepe, Bosingwa, César Peixoto e Hélder Postiga.

Mas o que marcou e marca essa final não é um golo, nem uma grande defesa, uma grande jogada ou um grande jogador. O que carimba indelevelmente aquela partida em território nipónico é o olhar penetrante, foco sedutor e intento matador do defesa central Pedro Emanuel. Aquele instante é lembrado e revivido como um marco simbólico de extrema importância na história do clube. Um segundo antes de concretizar em golo o penálti derradeiro, este jogador olha flamejante para o guarda-redes contrário e engana-o, dando a vitória justa ao Porto. Naquela suspensão do tempo, ele foi o carrasco da mentira e o repositor da verdade. Aquele instante, aquela postura, aquele fixar foram o prenúncio de uma vitória em concreto, bem como a certeza de mais sucessos vindouros. O mais sublime foi que aquele olhar condensou a substância imaterial mais proeminente neste clube – o desejo ávido e insaciável de superação, o desígnio inalienável de vitória.

Foto de capa: Página de Facebook do FC Porto

David Guimarães
David Guimarães
O David tem uma paixão exacerbada pelo Futebol Clube do Porto. Esse sentimento de pertença apertado com a comunidade de afectos portuense não lhe tolhe a razão, activa-a, aprimorando-a em forma de artigo.                                                                                                                                                 O David não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Vasco Matos critica calendário da Primeira Liga: «Sentimo-nos bastante prejudicados, mas isso tem ser o nosso combustível»

O técnico do Santa Clara mostrou desagrado com a sobrecarga de jogos mas referiu que estes fatores devem ser utilizados como motivação.

Novidades na CAN: Competição passará a ser jogada de quatro em quatro anos

A Confederação Africana de Futebol anunciou, este sábado, que a CAN será jogada a cada quatro anos e a criação da Liga das Nações Africana.

Samuel Dahl atinge a marca dos 50 jogos ao serviço do Benfica

O defesa-lateral sueco cumpriu o jogo 50 com a camisola do Benfica nos oitavos-de-final da Taça de Portugal frente ao Farense.

Ainda te lembras de Jesé Rodríguez? Está a viver uma jornada de sonho

Jesé Rodríguez regressou ao Las Palmas no último mercado de verão. O espanhol esteve uma temporada ao serviço do Sporting.

PUB

Mais Artigos Populares

Estrela da Amadora e Moreirense empatam para a Primeira Liga

O Estrela da Amadora empatou com o Moreirense durante a noite deste sábado, num encontro válido pela 15.ª jornada da Primeira Liga.

SL Benfica x Sporting CP: Leões imparáveis | Andebol

O dérbi de andebol entre Benfica e Sporting foi...

Rafa Silva arrasado: «Se tivesse de lhe dar uma nota de zero a dez pelos treinos, seria zero»

Rafa Silva foi criticado pelo treinador do Besiktas, Sergen Yalçin. O técnico assumiu que o português não se dedica.