Revolução no Manchester United FC | Mudanças levam tempo

Após derrotas do Manchester United FC por 2-1 e 4-0 frente ao Brighton & Hove Albion FC e Brentford FC, respetivamente, os alarmes soaram em Old Trafford. Será que Erik ten Hag  vai ser capaz de dar o rumo certo ao clube? Na minha opinião, todas as reações menos positivas a estes resultados são um pouco precipitadas, pelo menos de um ponto de vista a longo prazo. É claro que o United está em decadência desde a saída de Sir Alex Fergunson, mas não haverá ninguém melhor que ten Hag para levar os red devils aos patamares a que estão habituados.

Tal como Ralf Ragnick referiu na época passada, o clube precisa de uma reestruturação, precisa de uma estratégia, uma visão e de objetivos muito claros. Quando tudo isto estiver definido pelos responsáveis do clube é que será necessário perceber como a equipa quer jogar, que jogadores precisa para o fazer e quais aqueles que estão disponíveis e se enquadram na filosofia do mesmo. É um pouco por isto que o trabalho do novo técnico do clube passa, e o holandês parece começar a  impor as suas ideias, mas não será algo que acontecerá do dia para a noite. A chegada de Lisandro Martínez foi pedida pelo treinador, que procura construir um plantel ao seu estilo, mas rumores do interesse em jogadores como Adrien Rabiot e Marko Arnautovic parecem totalmente contrários à renovação que o United está a tentar fazer. Um pouco como o Liverpool de Jürgen Klopp há uns anos, a equipa de Manchester procura construir uma equipa jovem com jogadores subvalorizados que se enquadrem em determinado perfil, não jogadores estabelecidos que estão em decadência e têm problemas dentro e fora do campo, o que acaba por ser o caso do francês e do austríaco, sendo que o que passa cá para fora é que o treinador acaba por não ser a única pessoa que decide as transferências, o que é um problema naquilo que é a definição do plantel. A família Glazer parece ainda ter muita mão na política de contratações do clube, algo que não agrada aos adeptos há vários anos, seja pela falta de contratações ou pelo teor das mesmas, e isto pode ser um entrave para ten Hag, que pode sentir mais dificuldades em construir o plantel da forma que pretende.

Os resultados não irão aparecer por magia, haverá muita desilusão e muita frustração, mas é importante confiar no processo. No primeiro ano de Liverpool, Klopp acabou em 8º, falhando as competições europeias, e mesmo que tenha alcançado duas finais, da Taça da Liga e Liga Europa, perdeu ambas, numa época cheia de altos e baixos. Mas no ano seguinte, e após ter tido o tempo que pediu, a equipa parecia totalmente diferente e alcançou a qualificação para a Liga dos Campeões, com uma equipa muito diferente à do ano anterior, pois o alemão fez uma autêntica limpeza ao plantel. O Arsenal de Arteta teve um processo semelhante, e parece agora estar a colher frutos da sua reestruturação, com um grande início de época. É um pouco isto que ten Hag vai tentar recriar em Old Trafford, mas é necessário dar tempo e espaço ao treinador. A forma como o mesmo parece estar a gerir o seu grupo de trabalho também parece a indicada, especialmente tendo em conta a forma como lidou com a situação de Cristiano Ronaldo, punindo o jogador pelo seu comportamento menos bom num amigável de pré-época, fazendo com que o mesmo começasse a primeira jornada no banco, enviando uma mensagem a todo o plantel de que não importa o estatuto do jogador, existem regras e valores inegociáveis que caso não sejam cumpridos, a pessoa irá ter de acatar com as “consequências”.

É essencial permitir ao mesmo montar a sua equipa da forma que pretende, permitindo a saída de excedentários e fazendo um esforço para contratar aqueles considerados como aptos para entrar no sistema e fazerem a diferença na sua equipa. É um processo que demora algumas épocas, mas qual é a alternativa? Mediocridade? Nos últimos anos o United não luta por troféus e não é presença constante na Champions League, mesmo com contratações sonantes por valores exorbitantes e com salários astronómicos. Vamos dar tempo a esta equipa técnica, porque tenho a certeza de que esta irá levar o clube para o rumo certo.

Diogo Silva
Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.

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