A CRÓNICA: A HISTÓRIA REPETIU-SE E SPORTING SAI DA ZONA DE APURAMENTO
Um jogo de muitas decisões, com sede de vingança e memórias bem vivas – assim se definia este duelo da 4ª jornada da Liga dos Campeões. O Sporting tanto podia acabar a noite no topo do Grupo D, como no terceiro lugar; pretendia também vingar a goleada sofrida em Marselha, talvez inspirando-se no último jogo em casa para a Champions, a memorável vitória frente ao Tottenham HFC.
O Sporting entrou expectante na partida, permitindo um controlo de bola total por parte do Marselha. Havia muita intensidade, duelos, com ambas as equipas a querem sair a jogar de forma apoiada (mas só os franceses o conseguiam).
E ao minuto 17, chegou o lance fulcral do jogo: numa jogada de insistência dos visitantes, a bola entrou na grande área, Esgaio tentou afastar o perigo, mas acabou por só acertar em Harit, sendo por isso assinalado penálti. Ainda pior, Esgaio viu o segundo cartão amarelo e consequente vermelho. Na conversão, a bola de Guendouzi embateu no poste e entrou, não dando hipóteses a Israel – que ainda adivinhou o lado.
Jogo 1️⃣0️⃣0️⃣ de Ricardo Esgaio de 🦁 ao peito! #SportingCP pic.twitter.com/nyGaB62yIF
— Sporting Clube de Portugal (@Sporting_CP) October 12, 2022
De seguida, Rúben Amorim substituiu Morita por Fatawu, mas a equipa foi claramente afetada pelo golo. O Marselha partiu para cima do leão ferido e, a favor da corrente do jogo, chegou ao segundo tento. Harit escapou nas costas da defesa do Sporting e assistiu um isolado Alexis Sánchez, que marcou com facilidade. Os marselheses, em campo e nas bancadas, silenciavam o Estádio José Alvalade.
Saíram depois Coates e Edwards e entraram Marsà e Sotiris. Os da casa melhoraram um pouco antes do intervalo – Fatawu entrou bem, enquanto Nuno Santos e Trincão eram os mais perigosos, mas a equipa definia sempre mal os lances de ataque.
O Sporting começou bem na segunda parte, com Matheus Reis a fazer um remate perigoso no primeiro minuto da mesma, mas o perigo parou por aqui.
O Marselha controlava sem dificuldade a bola, criava chances, enquanto Israel ia sendo (de longe) o melhor jogador dos leões. Aos 62 minutos, o pesadelo sportinguista adensou-se quando Pote viu dois amarelos num minuto: o primeiro por uma falta sobre Balerdi, o segundo (aparentemente) por palavras.
A toada do jogo não mais mudou, havendo apenas tempo para assistir a muitos desperdícios do Marselha, que interrompeu uma série de 18 jogos consecutivos a sofrer pelo menos um golo na Champions League.
No Grupo D, Sporting e Marselha estão agora empatados com seis pontos (tendo os franceses vantagem no confronto direto), o Tottenham encontra-se na liderança com sete e o Eintracht Frankfurt em último com quatro.
A FIGURA

Alexis Sanchéz (Olympique de Marselha): O experiente avançado chileno criou muitos problemas com as suas movimentações, combinações com os colegas e com os seus remates – um deles que resultou num golo que “matou” o jogo.
O FORA DE JOGO

Ricardo Esgaio (Sporting CP): É a escolha mais óbvia, mas a verdade é que foi o jogador com a maior influência negativa no Sporting. Viu um amarelo logo aos 16 minutos, sendo expulso pouco depois, por cometer um penálti algo desnecessário.
ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP
O habitual 3-4-3 não durou muito, passando a um 5-2-2 após a expulsão de Esgaio. Ainda assim, com onze em campo, o Sporting não criou nenhuma chance de perigo e defendeu muito, sempre com uma linha de cinco defesas.
A marcação defensiva à zona foi sempre a aposta, algo que se dificultou quando a equipa começou a jogar com 10. Depois de Pote ser expulso, a equipa fez o que pôde a defender em 5-3-0, conseguindo ainda impedir um terceiro golo marselhês.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Franco Israel (6)
Gonçalo Inácio (5)
Coates (4)
Matheus Reis (5)
Ricardo Esgaio (2)
Ugarte (4)
Morita (6)
Nuno Santos (6)
Trincão (5)
Pedro Gonçalves (3)
Edwards (4)
SUBS UTILIZADOS
Fatawu (6)
Marsà (6)
Sotiris (6)
Flávio Nazinho (5)
Pedro Porro (5)
ANÁLISE TÁTICA – OLYMPIQUE MARSELHA
Atacando em 3-5-2, a equipa fazia-se valer dos seus alas (Clauss e Nuno Tavares) projetados na frente para avançar no terreno, assim como dos bons movimentos entrelinhas dos médios Guendouzi e Rongier, que alternavam muito de posicionamento e assim baralhavam as marcações leoninas.
Na frente, Sánchez atuava no corredor central, enquanto Harit partia da meia-esquerda e procurava diagonais nas costas da defesa leonina.
A equipa defendia em 3-4-3, com Guendouzi a juntar-se na frente, e aplicou uma pressão alta eficaz.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Pau López (5)
Mbemba (7)
Bailly (7)
Balerdi (7)
Clauss (7)
Rongier (7)
Veretout (6)
Nuno Tavares (7)
Guendouzi (7)
Amine Harit (7)
Alexis Sánchez (8)
SUBS UTILIZADOS
Under (6)
Kaboré (6)
Gigot (6)
Payet (6)
Gueye (-)
BNR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA:
Sporting CP
Não foi possível fazer questões ao treinador do Sporting CP, Rúben Amorim.
Olympique Marselha
Não foi possível colocar questões ao treinador do Olympique de Marselha, Igor Tudor.