Portugal 4-0 Nigéria: Começar e fechar com chave de ouro

A CRÓNICA: GOLEADA MERECIDA PERANTE EQUIPA INFERIOR

A uma semana da estreia no Mundial com o Gana, Portugal venceu a Nigéria por 4-0, graças a um bis de Bruno Fernandes e a dois golos tardios. Uma exibição competente, mas que nem sempre deslumbrou, havendo ainda espaço para melhorar.

Uma equipa que pretenda ganhar o Mundial não se pode dar ao privilégio de ceder o controlo do jogo ao adversário. Portugal teve isto em mente e, salvo raros rasgos de velocidade dos nigerianos, controlou a posse de bola.

Portugal entrou confortável em campo. O estreante António Silva teve uma exibição segura, assim como toda a defesa na primeira parte. Os virtuosos Bruno, Bernardo e Félix justificaram esta conotação com movimentações entrelinhas e com a procura (e descoberta) de espaços para explorar.

João Félix Pepe
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Assim, o primeiro golo surgiu com naturalidade, aos 9 minutos. Félix desmarcou Dalot na área, que teve tempo para tudo, até dar a bola ao seu colega no Man. United, Bruno Fernandes, para este encostar.

O jogo corria bem aos lusos, mas o 1-0 é um resultado perigoso e a Nigéria queria provar isso mesmo. Quando tinham espaço, os jogadores de José Peseiro causavam calafrios na defesa adversária, mas dessa pressão só resultou um remate enquadrado inofensivo.

A insistência de Portugal trouxe novo golo de Bruno Fernandes, de penálti, daquele que era o jogador mais activo do ataque português.

A segunda parte teve uma quebra de ritmo, sendo a Nigéria a primeira a dar um ar da sua graça nesta etapa, após um contra-ataque vertiginoso de Chukwueze, que se isolou perante Patrício, mas permitiu a defesa do guardião.

Perto do fim, Portugal quis crescer de novo, mas Dalot cometeu penálti. Na conversão, Dennis permitiu uma grande defesa de Patrício – que nunca saiu de campo – e, logo a seguir, Portugal fez dois golos de rajada.

Gonçalo Ramos marcou primeiro (assistido por Guerreiro), seguido de João Mário (assistido por Ramos). Ambos os tentos surgiram após duas óptimas jogadas colectivas. A Nigéria ainda insistiu, talvez até merecesse ter marcado, mas o resultado estava fechado e espelhava bem a exibição satisfatória da turma de Fernando Santos.

A FIGURA

Bruno Fernandes Sempre irrequieto em campo, contribui para a construção de jogo desde trás e para a criação de perigo no ataque. Forte no passe, assim como na desmarcação, os golos que marcou foram merecidos. Certamente será titular no Mundial.

O FORA DE JOGO

Osayi-Samuel – O lateral direito teve muitos problemas em suster a onda de ataques de Portugal pelo seu corredor. Para além disso, cometeu o penálti que encaminhou Portugal para a vitória.

 

ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

Com um jogo pensado e ponderado, Portugal alinhava em 4-2-2-2, mas os “mágicos” Félix, Bruno e Bernardo movimentavam-se constantemente, baralhando a defesa da Nigéria. André Silva estava mais fixo na frente e Otávio fazia a ligação entre a defesa e o ataque.

A bola passava sempre pelos centrais, onde ocasionalmente estava William. Como Portugal sobrelotava o corredor central do terreno, a largura era providenciada pelos laterais, que avançavam muito no terreno.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Rui Patrício (8)

Diogo Dalot (7)

Rúben Dias (7)

António Silva (7)

Nunon Mendes (6)

William Carvalho (6)

Otávio (6)

Bruno Fernandes (8)

João Félix (6)

Bernardo Silva (6)

André Silva (6)

SUBS UTILIZADOS

Raphael Guerreiro (7)

João Mário (7)

Pepe (6)

Vitinha (6)

Gonçalo Ramos (7)

Ricardo Horta (6)

 

ANÁLISE TÁTICA – NIGÉRIA

A equipa africana defendia em 4-5-1, com Moffi na frente e Moses e Lookman a defenderem nas alas.

No ataque, a equipa actuava em 4-3-3, procurava subir os seus laterais, mas só com ataques rápidos é que assustou verdadeiramente Portugal.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Francis Uzoho (4)

Ozayl-Samuel (4

Akpoguma (4)

Ekong (5)

Bassey (4)

Ndidi (5)

Joe Aribo (4)

Alex Iwobi (4)

Ademola Lookman (5)

Moses Simon (6)

Moffi (5)

SUBS UTILIZADOS

Chukwueze (6)

Onyeka (5)

Paul Onuachu ()

Etebo (5)

Emmanuel Dennis (4)

 

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Portugal

O Bola na Rede foi impedido de fazer perguntas ao seleccionador de Portugal, Fernando Santos.

 

Nigéria

BnR: A Nigéria teve hipótese de fazer o 2-1 aos 81 minutos, mas Dennis falhou penálti e depois Portugal marca dois golos. Por isso, acha que o resultado da noite é injusto e sai daqui com a impressão de que a sua equipa poderia ter feito mais?

José Peseiro:

A vitória de Portugal é justa, Portugal foi melhor do que a Nigéria, agora 4-0 é demasiado, se fazemos o penálti, ficava 2-1 e poderíamos não perder.

4-0 é demais, mas jogámos contra uma grande selecção. Na primeira parte, sobretudo nos primeiros 20 minutos, a dinâmica do ataque, as trocas de posições do Bruno, do Bernardo, do João Félix… seja qual for o onze, Portugal vai sempre apresentar um grande onze e hoje teve uma grande dinâmica. Nós tivemos dificuldade, no início da primeira parte, em pressionar, em encaminhar o adversário para zonas de pressão, não parámos o jogo interior de Portugal, que foi de grande qualidade e sofremos dois golos.

Depois ficou mais equilibrado, o jogo, conseguimos sair mais vezes em transição, ter bola no último terço. A segunda parte foi melhor, encontrámos melhor os nossos momentos de pressão, o nosso posicionamento, pressionámos mais alto e ganhámos mais bolas, tanto que Portugal acaba por fazer os golos em transição ofensiva e não em organização ofensiva como fez na primeira parte. Isso traduz bem o jogo, na segunda parte conseguimos colocar o jogo noutro patamar, noutra dimensão em que tivemos mais bola e, como disse, fica marcado o jogo por não conseguirmos fazer o 2-1 e depois ficar 4-0.

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