Argentina 3-0 Croácia: Argentina na final, Lionel Messi na terra

A CRÓNICA: O QUE MARADONA NÃO PRESENCIOU

A primeira meia-final do Campeonato do Mundo 2022 no Qatar opôs as duas finalistas vencidas dos mundiais de 2014 e 2018: A Argentina e a Croácia. Foi no Lusail Iconic Stadium que embateram dois talentos geracionais capitaneando a sua seleção nacional: Lionel Messi e Luka Modrić.

Ambas vindas de dois prolongamentos complicadíssimos (no caso da Croácia dois seguidos), a primeira parte começou de forma calma com as seleções a privilegiar a posse de bola controlada, com a Croácia a assumir um pouco mais a dominância do jogo, devido ao seu triângulo de meio-campistas recheado de qualidade (Brozović-Kovačić- Modrić). A pouca procura pelo golo, no começo do jogo, fica retratada pelo primeiro remate do jogo apenas ao minuto 25’, pelo benfiquista Enzo Fernández.

É exatamente dos pés de Enzo Fernández que surge o lance que dá o golo argentino. Uma bola longa de Enzo para Julian Álvarez isola o avançado na cara do guarda-redes croata, que acaba por cometer falta e penálti segundo o árbitro italiano Daniel Orsato. Messi assumiu a responsabilidade e não comprometeu. 1-0 para a Argentina. Golo do astro ao minuto 34’.

A Croácia ferida pelo golo sofrido procurou rapidamente compensar os danos sofridos, mas, apenas piorou. Apanhada desfalcada em contra-ataque pelos argentinos acabou por sofrer o segundo golo apenas cinco minutos depois, ao minuto 39’. Golo de Álvarez que fica marcado por vários ressaltos e momentos caricatos que acabaram por sorrir aos albicelestes. Dois remates à baliza, dois golos. Eficácia (e crueldade) máxima dos argentinos.

Com o sonho vivo, mas abalados pela primeira parte, os croatas entraram na segunda metade na procura óbvia do golo. As substituições realizadas na procura de uma maior presença ofensiva acabaram por dividir a equipa em dois (setor defensivo e ofensivo). Messi e Enzo aproveitaram esse espaço, fica a grande oportunidade para Lionel Messi ao minuto 58’, após combinação perfeita com o jovem benfiquista.

Foi esse mesmo espaço dado pela Croácia que fez com que ao minuto 69’ um extraterrestre calçasse as botas pelos albicelestes. É indiscritível o lance individual de Messi na ala direita, sob Gvardiol, que termina no bis de Álvarez. Um lance para ficar na memória da vasta galeria do argentino.

O terceiro golo albiceleste colocou fim à partida, que, até ao final, viu uma Argentina unida seja dentro das quatro linhas, seja no banco de suplentes, seja com os seus adeptos nas bancadas. Por sua vez, a Croácia resignou-se ao resultado e prepara agora o ataque ao terceiro lugar.

A FIGURA

Lionel MessiNão existem palavras suficientes para descrever o génio de Messi nesta meia-final. Não apenas o golo marcado nem a assistência mágica que realizou, mas toda a exibição que realizou. Esteve sempre onde a sua seleção necessitou, descendo no campo para construir e subindo para finalizar ou dar a finalizar aos seus companheiros. Uma verdadeira exibição de gala para o sete vezes bola de ouro.

 

O FORA DE JOGO

Dominik LivakovićApesar da enorme prova que realizou, que não perde qualquer tipo de mérito, a Croácia foi condenada quando Livaković comete a grande penalidade sobre Álvarez. Não deixa de ser ingrato para o guarda-redes croata depois da enorme prova realizada, sendo o principal responsável pela meia-final alcançada pela Croácia.

 

ANÁLISE TÁTICA – ARGENTINA

Os albicelestes fizeram-se arrumar no já habitual, neste Campeonato do Mundo, 4-4-2. Porém, desta vez, Lionel Scaloni não colocou em campo médios ala de raiz. Jogaram com um meio-campo muito mais dinâmico com Paredes a ocupar tarefas mais defensivas, libertando Mac Allister, de Paul e Enzo Fernández nas tarefas criativas. Em auxílio direto a este meio-campo esteve Messi que baixou várias vezes no terreno para facilitar a construção de jogo da Argentina.

Defensivamente, Scaloni, colocou dois laterias um pouco mais conservadores em Molina e Tagliafico, com Montiel e Acunã de fora devido a acumulação de cartões amarelos. A equipa argentina procurou começar a construir jogo desde a sua defesa privilegiando o controlo da posse de bola.

Ofensivamente Julian Álvarez desempenhou o papel de ponta de lança solitário que procura as costas da defesa, auxiliando-se da capacidade de passe e criação do meio-campo e de Messi.

Depois dos primeiros 15 minutos da segunda parte, Scaloni fez entrar Lisandro Martínez e alinhou num 5-3-2, retirando um elemento do meio-campo para fortalecer o centro da defesa.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Martínez (6)

Molina (6)

Romero (6)

Otamendi (7)

Tagliafico (6)

Paredes (6)

 de Paul (6)

Fernández (7)

Mac Allister (7)

Messi (8)

Álvarez (8)

SUBS UTILIZADOS

Martínez (6)

Palacios (-)

Dybala (-)

Correa (-)

Foyth (-)

ANÁLISE TÁTICA – CROÁCIA

A turma de Zlatko Dalić começou o jogo a jogar num claro 4-3-3, como tem sido regra geral. O ponto fulcral desta equipa, nos vários parâmetros de jogo, é o fabuloso meio-campo constituído por Brozović (em tarefas mais defensivas), Kovačić e Modrić. Quando a bola entra do espaço destes três jogadores o jogo muda rapidamente a favor da Croácia.

Defensivamente, Dalić, fez alinhar a habitual linha defensiva. Os dois centrais (Lovren e  Gvardiol) procuram entregar a construção de jogo aos médios, enquanto os dois laterais (Juranović e Sosa) aparecem várias vezes em zonas mais subidas do terreno.

No ataque, Kramarić, procurou ser a referência de costas para a baliza, oferecendo jogo aos dois extremos e aos médios que vinham a avançar no terreno.

A desvantagem ao intervalo fez a Croácia arriscar mais no processo ofensivo, retirando a âncora do meio-campo Brozović e colocando mais um ponta de lança em Petković. Arrumou-se em 4-4-2 ou 4-2-4, devido à intensidade ofensiva.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Livaković (5)

Juranović (5)

Lovren (5)

Gvardiol (6)

Sosa (5)

Brozović (5)

Kovačić (5)

Modrić (6)

Pašalić (5)

Kramarić (6)

Perišić (6)

SUBS UTILIZADOS

Oršić (5)

Vlašić (5)

Petković (5)

Livaja (-)

Majer (-)

 

Rescaldo da Autoria de Emanuel Ricardo

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