Chegou ao fim o capítulo Klopp?

Quem diria que este tema seria discutido. Uma equipa, o Liverpool FC, e um treinador, Jurgen Klopp, que ganhou e lutou, nos últimos anos, pelo melhor campeonato do mundo e pela Liga dos Campeões, sempre com grandes prestações, provando, uma vez mais, que o futebol vive de ciclos e a cada ano que passa esta afirmação, é notória, seja em clubes apelidados como grandes ou pequenos.

O Liverpool é, neste momento, o 10º classificado da Liga inglesa com os lugares de acesso às competições europeias a 10 pontos de distância. Se me dissessem há um ano que iria escrever esta frase, não acreditava. Além da fraca prestação na principal prova interna, nas restantes competições o cenário prevalece, tendo sido eliminado de todas as taças, com derrotas aparatosas, devido a erros cometidos pelos seus protagonistas. De recordar o jogo com o Brighton (2-1), não querendo menosprezar a equipa de De Zerbi, que está a fazer uma época excecional, contudo não é normal um resultado como este na ficha dos comandados por Jurgen Kloop, assim como a derrota estrondosa frente ao Wolves (3-0) no passado fim de semana.

Na Liga dos Campeões, o caminho também não se avizinha nada fácil, com o jogo, já no dia 21 de fevereiro, frente aos atuais campeões, Real Madrid, que pode não estar na melhor forma, mas todos sabemos que no “mata-mata” é sempre um “osso duro de roer”, algo bem visível na última época, tendo como exemplo os jogos frente ao PSG, Chelsea e City. 

O momento dos reds não é o melhor, não só a nível exibicional como emocional. Jogadores como o Arnold, Virgil van Dijk(lesionado no momento) e até mesmo o astro egípcio, Salah. Atletas que, nos últimos quatro anos, conquistaram tudo o que havia para conquistar e chegam à atual época, 22/23, em formas nunca vistas, onde os níveis de desatenção e compromisso são questionáveis. E deixo a questão, será este o momento de Jurgen Klopp, sair? tendo em conta que já não consegue extrair o melhor do seu plantel.

O treinador alemão vive dias muito cinzentos ao comando dos vice-campeões da Liga dos Campeões. A completar o sétimo ano em Inglaterra, não é a primeira vez que chega a esta marca em maus lençóis, sendo conhecido pela “maldição da sétima temporada”. Já, anteriormente, chegou à sétima temporada, no Borussia Dortmund, e foi despedido, após resultados menos positivos.

Sem dúvida que o trabalho de Kloop é inquestionavelmente um marco na história do Liverpool. Não só por ter tirado a equipa de uma “seca” de 30 anos, sem nenhum título da Liga Inglesa, como, claro, dos restantes sete troféus, com uma Liga dos Campeões, sendo que também foi vice-campeão por outras duas vezes, mas também pela forma como conquistou. Demonstrando que um treinador não é só a parte tática.

No entanto, apesar do legado que ficará para sempre eternizado na história do Liverpool, na minha opinião, esta temporada poderá ser a última de Jurgen Klopp ao leme dos reds. A instabilidade é evidente, seja pelas exibições pouco ou nada convincentes ou pelo planeamento mal calculado. Falhas ao nível tático, com a implementação de vários sistemas, alternando entre o 4x3x3 ou o 4x4x2 losango, o que revela a insegurança do alemão. 

Podendo reforçar-se, tendo em conta que o Liverpool é um dos clubes mais poderosos, financeiramente, da Europa, Klopp não conseguiu ir ao mercado com sucesso, não só em janeiro como também no verão. As compras aceleradas de jogadores para o último terço, como forma de arranjar um “substituto” para Sádio Mané, não resultaram, o que acumulou no plantel vários extremos/avançados de características similares, sendo que já tinha, do ano passado, Luis Diaz e Diogo Jota com tendência a fazer movimentos de esquerda para o meio. E nesta temporada, os reds ainda foram ao mercado e contrataram Darwin e Gakpo, que também têm esse movimento, descrito acima, como preferência, sendo que no lado direito as opções são nulas, tendo apenas Salah em primeira instância.

Já na defesa e meio campo, não houve «caras novas» para revolucionar as posições, além de Arthur (apenas três jogos disputado), sendo que no mercado de verão seria legitimo o Liverpool não se querer reforçar, sobretudo depois da época transata, onde estes dois setores davam estabilidade e força à equipa e onde os jogadores em questão desempenhavam, com distinção, as suas missões. Contudo, nesta última janela de transferências, não se compreende a inoperância da direção dos reds, depois de cinco meses abaixo das expectativas. Seria, no meu entender, os setores mais carenciados e que deviam ter sido reforçados.

Para os amantes do futebol é uma pena ver a equipa que nos deu tanto prazer assistir nos últimos anos chegar a este ponto, mas como tudo na vida, e o futebol não é diferente, as hegemonias acabam e poderá ser este o fim da gloriosa “era Kloop”.

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Miguel Costa
Miguel Costa
Licenciado em Jornalismo e Comunicação, o Miguel é um apaixonado por desporto, algo que sempre esteve ligado à sua vida. Natural de Santiago do Cacém, o jornalismo desportivo é o seu grande objetivo. Tem sempre uma opinião na “ponta da língua”, nunca esquecendo a verdade desportiva. Escreve com acordo ortográfico.

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