Um mês para tirar as teimas e decidir o futuro

    eternamocidade

    A última jornada do campeonato trouxe, em virtude da vitória portista em Moreira de Cónegos e do empate no dérbi lisboeta, uma aproximação do FC Porto à liderança do campeonato. A 14 jornadas do fim da prova, a distância para o lugar mais almejado pelos portistas é de 4 pontos, sendo que encarnados e dragões ainda se vão defrontar dentro de 10 jornadas, a 18 de abril, no Estádio da Luz.

    Contudo, e mais do que analisar a última exibição da equipa de Lopetegui frente ao Moreirense, opto, esta semana, por perspetivar o futuro a médio prazo da equipa. Mais propriamente, o próximo mês, que trará jogos muito importantes para o campeonato e, claro, o regresso da Liga dos Campeões, com a eliminatória frente ao Basileia. Aliás, olhar para o calendário do FC Porto até ao próximo dia 10 de março faz antever um verdadeiro exercício de emoção e sofrimento constante para os seis jogos que se perspetivam para os portistas. Entre Campeonato e Champions, as próximas quatro semanas trazem as receções a Vitória de Guimarães, Sporting e Basileia e as deslocações ao Bessa, a Braga e ao St. Jakob Park, em Basileia. Os problemas, como facilmente se percebe, serão mais do que muitos, e só um grande FC Porto poderá ser capaz de resistir a quatro autênticas “batalhas” no Campeonato e a uma eliminatória que pode significar muito para o crescimento da equipa em termos competitivos.

    Também por isso é que no título deste texto referi que o mês que se aproxima é uma altura para tirar teimas quanto à capacidade da equipa em derrubar os obstáculos que lhe aparecerão pela frente. Olhando para as últimas exibições portistas, continuo com a mesma opinião: a equipa de Lopetegui continua a ser capaz do 8 e do 80 dentro do mesmo jogo. Se, por um lado, a qualidade do futebol é por demais evidente em diversas ocasiões do jogo (a qualidade de jogadores como Danilo, Oliver, Brahimi, Quaresma ou Jackson Martinez ajuda muito), aquilo que mais me inquieta é continuar a ver erros infantis cometidos pela equipa quando os jogos estão perfeitamente controlados. O jogo contra o Moreirense foi apenas mais um exemplo deste facto, pois não raras vezes se viu o FC Porto a falhar passes em zona de construção, deixando o Moreirense sair em transições ofensivas com perigo para a baliza de Fabiano.

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    Hernâni foi o único reforço do FC Porto no mercado de inverno
    Fonte: Página de Facebook oficial de Hernâni

    As três derrotas da temporada são explicadas por esses mesmos erros defensivos e pela inexperiência que a equipa denota em alguns momentos. Por ver semanalmente os nossos adversários diretos a jogar (o dérbi lisboeta foi o exemplo perfeito), cada vez mais considero que, se o FC Porto perder este campeonato, será única e exclusivamente por culpa própria. Fazendo a retrospetiva daquilo que foram as 20 jornadas do Campeonato disputadas até agora, penso que o único momento em que o FC Porto foi inferior a um adversário foi na primeira parte do jogo de Alvalade. Nos desaires contra Benfica e Marítimo e nos empates contra V. Guimarães, Boavista e Estoril, salvo melhor opinião, penso que os portistas foram melhores do que os adversários, dominaram mais o jogo, criaram mais oportunidades mas só por ineficácia e inexperiência deixaram fugir os pontos (exceção ao jogo de Guimarães, onde a influência da arbitragem no resultado foi evidente). Ainda assim, com mais ou menos erros, o FC Porto podia e devia ter ganhado esses jogos ou ter pelo menos mais sete ou oito pontos do que os que tem agora. Ao olhar sobretudo para o nosso principal adversário na luta pelo título, parece-me óbvio que os portistas têm sido, na globalidade, melhor equipa, com mais qualidade de jogo. Contudo, a experiência encarnada, conjugada com alguns erros de arbitragem a seu favor, explicam a vantagem de quatro pontos que adensa as dificuldades que a equipa de Lopetegui terá para chegar ao título.

    Os quatro pontos de desvantagem para o rival fazem com que o FC Porto não dependa de si para chegar onde quer. Contudo, ainda há muitas histórias para contar neste Campeonato, e a minha sincera convicção é a de que, se a equipa portista fizer o seu trabalho até ao final do campeonato – que passa por ir vencendo continuamente os seus jogos -, os dragões poderão ser felizes no final da Liga Portuguesa. O problema é que, mesmo com um dos melhores plantéis e ataques da história do clube, ao perspetivar um jogo do FC Porto, ainda não consigo ter a certeza da imagem que a equipa vai deixar em campo: se a de uma equipa sem intensidade e amorfa, como na primeira parte nos Barreiros, ou se a de uma equipa de classe e qualidade invejável, como a que vi contra o Paços de Ferreira. Por entre as dúvidas existenciais que ainda subsistem numa equipa em crescimento, penso que é claro um aspeto: no próximo mês não pode haver falhas. Com quatro batalhas tão intensas no Campeonato (Vitória de Guimarães, Boavista, Sporting e Braga) e uma eliminatória escaldante na Liga dos Campeões, frente ao Basileia, de Paulo Sousa, é altura de trazer os “tanques para a rua” ou, futebolisticamente falando, de trazer o melhor futebol azul e branco.

    Foto de capa: Página de Facebook do FC Porto

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