Daniel Ricciardo está de volta, mas com que implicações?

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Decorridos apenas dez Grandes Prémios da temporada de 2023 da Fórmula 1, aí está a primeira alteração na grelha de pilotos. Nyck de Vries não resistiu aos maus resultados e más performances e foi substituído por um nome bastante popular, cujo regresso era certamente ansiado por muitos fãs: Daniel Ricciardo vai pilotar o carro da AlphaTauri até final da temporada. Esta decisão tem vários pontos que valem a pena ser discutidos. Vamos por partes.

Começando pelo neerlandês, a ausência de resultados e de pontos é uma explicação para a saída precoce, mas está longe de ser o único fator. De Vries já tinha vida difícil mesmo antes de entrar, com o consultor da Red Bull, Helmut Marko, a revelar que Christian Horner, chefe da equipa, “não era grande fã” do piloto. Franz Tost, responsável pela AlphaTauri, também veio dizer que De Vries não era a primeira opção para ocupar o lugar deixado vago por Pierre Gasly, referindo que preferia Colton Herta ou Mick Schumacher. Logo aí, a tarefa do piloto seria mais difícil do que a dos restantes pilotos da grelha.

Nyck de Vries nunca conseguiu brilhar nos dez Grandes Prémios que disputou, perdendo quase sempre para um Yuki Tsunoda que foi conseguindo puxar mais pelo carro. A forma da AlphaTauri também não ajudou, com a antiga Toro Rosso a ter talvez o seu pior carro desde que existe. Mas, por comparação com Tsunoda, o japonês teve bastante mais rendimento, e, embora ainda só tenha dois pontos, conseguiu tirar mais proveito de uma situação difícil. Juntando a isto toda a desconfiança que já vinha do momento da assinatura do contrato, este abandono acaba por não surpreender, sendo que aquilo que não se compreende é o facto de terem assinado com um piloto que já não lhes convencia.

Olhando agora para o tema pelo outro prisma, temos o regresso de Daniel Ricciardo à ação na Fórmula 1. O piloto, que até já representou a Toro Rosso, desempenhava atualmente as funções de terceiro piloto da Red Bull, de onde tinha saído para a Renault no final de 2019. Depois de uma última passagem mal-sucedida pela McLaren, o australiano terá outra chance de mostrar o que vale nos circuitos de Fórmula 1, embora esta mexida possa ter outras implicações no futuro.

Pessoalmente, não acredito que Ricciardo alinhasse em correr pela pior equipa da grelha atualmente se não tivesse qualquer possibilidade de regressar à Red Bull no futuro (e, se for esse o caso, é só mais uma má decisão de carreira do australiano). Se for essa a ideia, Ricciardo tentará obter os melhores resultados possíveis pela AlphaTauri e mostrar à Red Bull que está pronto para regressar à última casa onde foi verdadeiramente feliz.

E, nesse caso, Sergio Pérez estaria em perigo. O mexicano começou bem o ano na Red Bull, com duas vitórias, mas tem vindo a cair a pique ultimamente, sobretudo em qualificação, obrigando-se a efetuar muitas corridas de recuperação e estando já bastante longe de Max Verstappen no campeonato. Se a Red Bull vir que Ricciardo está a ter rendimento na AlphaTauri e que Pérez não recupera o melhor rendimento, a troca pode mesmo vir a acontecer. Até agora, a única coisa certa é que De Vries está de saída e Ricciardo terá mais uma oportunidade na Fórmula 1, num carro pouco competitivo que lhe proporcionará um contexto complicado. Veremos como tudo vai correr, mas esta movimentação pode desencadear outras no futuro.

Bernardo Figueiredo
Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.

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