A CORRIDA: NEERLANDÊS ALCANÇA O RECORDE DE VETTEL EM CASA, MAS JÁ TÍNHAMOS SAUDADES DE UM CORRIDÃO DE FÓRMULA 1
A Fórmula 1 regressou da sua pausa de verão, e, depois de uma primeira metade com corridas que alternavam entre o razoável, o mau e o medíocre em termos de entretenimento, hoje os fãs de Fórmula 1 tiveram tudo a que tinham direito. Mas há coisas que não mudam: Max Verstappen sobreviveu a todo o caos causado pela meteorologia nos seus Países Baixos, vencendo e igualando o recorde de nove vitórias consecutivas de Sebastian Vettel. Mas esta corrida tem muita coisa para contar.
No arranque, Verstappen manteve o primeiro lugar, mas, logo a seguir, começou a chover com força, levando as equipas a tomarem decisões. Verstappen liderou um grupo que se manteve inicialmente em pista com pneus de piso seco, enquanto Sergio Pérez liderou outro grupo para as boxes para colocar pneus intermédios. Os que pararam para colocar intermédios mais cedo saíram a ganhar, com Pérez a liderar a corrida e Verstappen a cair para quarto, atrás também de Zhou Guanyu e Pierre Gasly, conseguindo ultrapassar o Alfa Romeo e o Alpine e fazendo depois um undercut ao colega de equipa, numa altura em que a pista estava a secar e os pilotos regressavam todos aos pneus de piso seco.
Mas, na reta final, voltou a chover com ainda mais força do que no início, levando a enorme atividade nas boxes, com pilotos a pararem para meter pneus de chuva, até que a corrida foi interrompida com bandeira vermelha (Zhou Guanyu tinha batido e a direção de corrida, vendo esse acidente e muitos outros carros a saírem de pista, decidiu suspender a ação).
Era mais um teste para Verstappen superar, mas o campeão do mundo voltou a fazê-lo sem grandes problemas, conseguindo manter as distâncias para Fernando Alonso e Sergio Pérez, rumando tranquilamente até ao triunfo histórico, pelo tal igualar do recorde de Sebastian Vettel. Fernando Alonso também fez uma excelente corrida, com um Aston Martin bastante melhorado em relação às provas anteriores, permitindo-lhe voltar ao pódio, algo que não acontecia desde o Grande Prémio do Canadá. E Pierre Gasly também conseguiu o seu primeiro pódio numa corrida de domingo esta época (o primeiro com a Alpine), apesar de ter cruzado a linha de meta em quarto (Pérez tinha uma penalização de cinco segundos por excesso de velocidade na via das boxes e não conseguiu ganhar essa distância para o piloto francês).
Carlos Sainz conseguiu um razoável top-5, numa corrida em que a Ferrari não tinha grande ritmo, com Lewis Hamilton a acabar em sexto, apesar de ambos se terem tocado na fase final da corrida). Lando Norris, Alex Albon, Oscar Piastri e Esteban Ocon completaram os lugares pontuáveis.
Lance Stroll foi o primeiro carro a acabar fora dos pontos, seguido de Nico Hulkenberg, do estreante Liam Lawson e de Kevin Magnussen. Lawson merece um destaque positivo, sendo chamado para pilotar o AlphaTauri no sábado e no domingo, depois da lesão de Daniel Ricciardo no segundo treino livre de sexta-feira. O neozelandês teve uma penalização de dez segundos durante a corrida por bloquear Magnussen no pitlane, mas, tirando isso, conseguiu manter o carro em pista e terminar inclusivamente à frente de Yuki Tsunoda, que estava a fazer uma boa corrida, mas depois começou a perder ritmo e teve também uma penalização de cinco segundos por um toque em George Russell.
Valtteri Bottas foi 15.º, à frente de Tsunoda e de Russell, que teria pontuado se não fosse um toque em Lando Norris perto do fim, que lhe causou um furo. Para além de Zhou Guanyu, os outros abandonos foram protagonizados por Charles Leclerc, com danos na primeira volta que lhe provocaram uma corrida muito dura, e Logan Sargeant, que, depois de ter batido ontem na qualificação, voltou a fazê-lo hoje na corrida.
PILOTO DO DIA
Fernando Alonso – O espanhol tinha sido uma das revelações do início de época, não porque se questionasse o seu talento, mas porque a Aston Martin tinha surgido com um carro capaz de lutar por posições bastante interessantes, com Alonso a aproveitar para fazer pódios. Com a quebra de performance do carro nas últimas corridas, hoje El Nano voltou à melhor forma, gerindo sempre o caos de forma bastante inteligente, sendo que nem uma paragem lenta o atrapalhou. Segundo lugar bastante merecido para alguém que estava visivelmente feliz por regressar ao pódio.
DESILUSÃO DO DIA
George Russell – O destaque negativo não vai tanto para o britânico em si, mas tudo funcionou contra ele em Zandvoort. Numa primeira fase, Russell foi um dos prejudicados pela primeira ronda de paragens nas boxes, caindo bem para fora do top-10, apesar de ter começado no terceiro lugar. Pouco a pouco, com a pista a secar, foi recuperando e parecia que ainda ia conseguir acabar nos pontos, mas um toque em Lando Norris nas últimas voltas provocou-lhe um furo e levou a que acabasse no último posto. Bastante azar para quem tinha tido uma primeira metade de temporada ligeiramente abaixo do esperado.