António Barbosa: Liga 2 – A luta pela subida de diferentes formas

António Barbosa está na Tribuna VIP do Bola na Rede. É treinador de futebol e professor universitário. Da Escola de Futebol Fernando Pires, em Braga, onde se iniciou como técnico em 2002. O técnico de 41 anos tem acumulado experiências, no campo e no gabinete (coordenação da formação), ao serviço de Vilaverdense, Trofense, Famalicão (sub-23), Varzim, Sanjoanense e Lank Vilaverdense, último projeto que abraçou, esta temporada, na Liga 2, e que foi prematuramente interrompido ao fim de apenas nove jogos oficiais.

Análise à capacidade defensiva do Santa Clara, à eficiência (de nível mundial) do AVS nas bolas paradas, ou ao ataque patenteado pelo Nacional da Madeira. Eis as pistas para descodificar as equipas – e as abordagens distintas – das equipas que melhor se posicionam na luta pelo acesso à Liga 1.

Santa Clara. A defesa menos batida da Liga 2 (que também é segunda menos batida da Europa!)

O Santa Clara (GR + 5 + 4 + 1) posiciona-se no setor médio com duas linhas muito compactas, fechando o espaço entre a linha defensiva e a linha média, abordagem aliada a uma grande dinâmica, em resultado de uma forte capacidade de gerar basculações e coberturas. A pressão ao jogo dos adversários começa com uma defesa implementada logo no setor médio ofensivo, aplicando indicadores de subida da linha defensiva. A equipa acrescenta uma forte capacidade defensiva individual, que se comprova pelo número de duelos e desarmes ganhos pelos seus jogadores, que potenciam a qualidade do posicionamento inicial, e a antecipação posicional, permitindo disputar muitos lances atacando a bola de frente.  Quando no setor defensivo, a equipa consegue travar muitas das ações de tentativa de chegada à sua baliza, impossibilitando situações de remate e de último passe, o que leva a reduzir o  número de intervenções do guarda-redes. O elevado rigor tático e compromisso defensivo transforma o Santa Clara na equipa que concede menos situações de perigo na sua baliza. E a velocidade com que realiza as transições ofensivas permite que consiga chegar rapidamente à baliza adversária.

AVS. O terceiro melhor ataque e a terceira melhor defesa da prova

Equilíbrio, organização, agressividade e maturidade competitiva. O AVS é uma equipa pressionante e intensa na busca do golo. Para além da organização defensiva, procura terminar o processo ofensivo com regularidade. A verticalidade no caminho da baliza tem permitido marcar vários golos em contra-ataque, mas também ganhar bolas paradas nos setores ofensivos. Analisando os golos marcados no campeonato, 54% nascem através de bolas paradas. E dentro das bolas paradas ofensivas é de realçar os 7 golos obtidos através da marcação de livres diretos, batidos no corredor central (uma das equipas mais eficazes do mundo!). Quando em momento de organização defensiva, o AVS pressiona muitas vezes no setor ofensivo, com a sua organização a caracterizar-se pela proximidade e número de jogadores no centro de jogo, bem como pelo timing da dinâmica de pressão coletiva – que leva os adversários a cometer erros, mas que também conduz a situações de igualdade numérica contra os seus defesas. Ainda assim, por vezes, quando a pressão é batida, a equipa consegue reorganizar-se rapidamente e fechar os caminhos para a sua área.  

Nacional da Madeira. O melhor ataque da Liga 2

Destacam-se os aspetos táticos que potenciam uma capacidade goleadora que distingue os insulares das restantes equipas. A principal forma de obtenção de golos desenha-se na fase ofensiva, com a equipa a marcar sensivelmente o mesmo número de golos em ataque-posicional e em contra-ataque. Em ataque posicional a equipa procura criar espaço através da circulação da posse de bola, utilizando a mudança de flanco no setor ofensivo sempre na procura a baliza, principal gatilho para terminar o processo ofensivo. Em contra-ataque é explorada a velocidade na profundidade, sobretudo dos alas. Nos dois métodos de jogo ofensivo, os ataques à profundidade, com diagonais interiores dos alas, criam várias situações de golo. Quando pressionada, a equipa não se escusa a recorrer ao passe longo para zonas de igualdade numérica, seja na largura, seja na profundidade. Como forma de assistência, recorre ao jogo exterior e ao cruzamento, evidenciando um total de 22 assistências provenientes dos corredores laterais. No momento de finalização é de realçar a capacidade que a equipa tem de colocar jogadores dentro da área adversária, construindo assim situações que permitiram alcançar 13 golos – capitalizando as situações de vantagem ou de confronto em igualdade numérica na zona frontal à baliza.

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