Está de volta o futebol mais entusiasmante do mundo: Jornada 1 – Premier League 24/25

    A Premier League está de volta. O verão de 2024 teve Europeu e Jogos Olímpicos, o que atenuou ligeiramente os “sintomas de abstinência” que normalmente surgem entre maio e agosto para o fã acérrimo de desporto, e principalmente do desporto rei. Agora, finalmente, temos de volta o principal escalão do futebol inglês, um dos campeonatos mais aguardados e mais bem jogados do planeta.

    Neste artigo, fazemos um apanhado geral da primeira jornada da competição, lançando pequenas previsões para a restante temporada 2024/25, tendo em conta as ideias de jogo apresentadas e o potencial dos planteis.

    A jornada abriu em Old Trafford, onde o Manchester United recebeu e venceu o Fulham, orientado pelo português Marco Silva. O técnico português descreveu o encontro como “aberto e partido” e referiu a falta de controlo emocional como o principal motivo para o golo sofrido. Foi o reforço holandês Joshua Zirkzee, ex-Bolonha, que resolveu o jogo a favor da equipa da casa, quando faltavam apenas três minutos para o fim dos 90 regulamentares. Desta forma, desfez-se um empate que se vinha mantendo muito graças às intervenções dos guarda-redes. Erik Ten Hag mostrou-se satisfeito com a performance dos seus jogadores, realçando que ainda há, naturalmente, espaço para melhorias.

    O Ipswich Town conseguiu subir de divisão em duas épocas consecutivas, tornando-se a quinta equipa a lograr tal proeza, mas o primeiro teste no regresso à Premier League era de fogo. Arne Slot, substituto de Jürgen Klopp no comando técnico do Liverpool, afirmou ter ideias semelhantes às do técnico alemão e com um plantel sem grandes mexidas é natural que as consiga implementar. O Ipswich entrou combativo e disciplinado na defesa, conseguindo manter o nulo até ao intervalo e dando indicadores positivos. No segundo tempo, os reds inverteram a tendência nos duelos e começaram a dominar o jogo, com os golos de Diogo Jota e Mohammed Salah a arrumarem o assunto em cinco minutos.

    O projeto do Arsenal liderado por Mikel Arteta já vai para a sua sexta temporada. Apesar das duas supertaças e da taça de Inglaterra conquistadas nesse período, o título mais almejado continua a fugir desde a época dos invencíveis. Com um plantel muito bem estabelecido, e complementado com a chegada do italiano Riccardo Calafiori, é de esperar que os gunners voltem a tentar “roubar” o lugar cimeiro da tabela. Saka e Havertz apontaram os golos na confortável vitória caseira frente ao Wolverhampton. No plantel dos lobos, e apesar das saídas importantes de Pedro Neto e Max Kilman, há qualidade suficiente para alcançar um número de pontos respeitável e o estilo de jogo pragmático de Gary O’Neil é agradável à vista.

    Bournemouth e Nottingham Forest empataram a um golo e são duas equipas com motivos para alguma intranquilidade. Depois de uma temporada muito bem conseguida (12º lugar), os cherries viram sair para o Tottenham o seu principal protagonista, Dominic Solanke. Já para os tricky trees, orientados por Nuno Espírito Santo, prevêem-se novamente dificuldades para garantir a permanência, apesar de nomes promissores como Gibbs-White, Elanga ou Hudson-Odoi. Há curiosidade para perceber o impacto que Evanilson e Jota Silva terão nestas duas equipas, não tendo nenhum deles participado neste primeiro encontro.

    O Newcastle entrou na temporada com o pé direito na Premier League e com ideias de repetir ou melhorar a classificação de 2022/23. Aleksander Isak é cada vez mais a “estrela da companhia” e assistiu Joelinton para o golo que garantiu os três pontos na receção ao recém-promovido Southampton. A equipa do sul de Inglaterra não se conseguiu impor, apesar de se ver em superioridade numérica a partir do minuto 28, por expulsão de Fabian Schar, o que lança alguns sinais de alarme para uma equipa que vai lutar para fugir à despromoção.

    O Brighton foi à cidade de Liverpool vencer o Everton por três golos sem resposta e sugerir assim que tem argumentos para voltar a lutar pelos lugares Europeus. Fabian Hurzeler, técnico de apenas 31 anos tem a responsabilidade de suceder a De Zerbi e tentar levar o barco das gaivotas a bom porto. Já a equipa de Merseyside começa menos bem, mas sem motivos (por enquanto) para flashbacks da luta pela manutenção de 2022/23.

    O Aston Villa é uma das equipas que gera mais curiosidade na época que agora começa. A equipa de Birmingham conseguiu em 2023/24 a sua melhor classificação deste século e um regresso à Liga dos Campeões que, apesar de obviamente positivo, será “mais um fogo para apagar”. A gestão do plantel por Unai Emery será crucial para evitar uma queda na tabela por fadiga ou ausências devido a lesões. No Estádio Olímpico de Londres, o homem do jogo Amadou Onana apontou um golo madrugador e Leon Bailey e Morgan Rogers criaram algumas situações de perigo, enquanto um West Ham bastante menos ameaçador conseguiu chegar à igualdade através de uma grande penalidade convertida por Lucas Paquetá. As introduções de Fullkrug e Summerville ativaram ligeiramente o ataque da equipa londrina, mas foi Jhon Durán a marcar, ditando a vitória dos villans. Durán foi, curiosamente, um dos jogadores visados pelos hammers nesta janela de transferências, muito ativa no lado Este de Londres.

    O impacto de Oliver Glasner foi notável e o Crystal Palace acabou muito bem a época 2023/24, com seis vitórias nos últimos sete jogos, incluindo goleadas frente a Manchester United e Aston Villa. Talvez por isso se esperasse mais dos eagles neste primeiro encontro. Após a saída de Michael Olise para o Bayern, a equipa de Selhurst Park mantem Eberechi Eze como jogador mais influente e vê chegar Daichi Kamada, que terá também uma palavra a dizer. No Brentford, a iminente saída de Ivan Toney (que não fez parte dos convocados) poderia ser preocupante, não fosse a presença de Wissa e Mbeumo. Os autores dos dois golos dos bees dão garantias e as chegadas do promissor Igor Thiago (ex Club Brugge) e do internacional português Fábio Carvalho adicionam alternativas viáveis para o ataque.

    O tetracampeão regressou com olhos postos no penta e não se deixou assustar pelo Chelsea de Enzo Maresca, apesar das várias oportunidades dos londrinos para visar a baliza de Ederson. Faltou definição aos blues, que demonstraram criatividade e iniciativa na fase de construção, mas também alguma falta de discernimento no momento da finalização. O Manchester City mostrou o porquê de ser o mais claro candidato ao título, com Haaland a fazer o que faz melhor e Kovačić a tirar um coelho da cartola. Os citizens acabaram por arrecadar os três pontos de forma algo natural, embora se tenham visto notas positivas às quais os homens de Stanford Bridge se podem agarrar.

    Para fechar a jornada, o Leicester City, campeão do Championship, recebeu o Tottenham no Estádio King Power. Candidato crónico ao top-quatro, a equipa do norte de Londres passa por uma gritante escassez de troféus que deve tirar o sono aos seus adeptos mais fanáticos. Neste primeiro teste, o Tottenham entrou muito pressionante e com um bloco alto que anulou quase completamente a saída para o ataque dos homens da casa. Depois de dois cabeceamentos à figura, foi Porro o “herói improvável” a conseguir abrir o marcador, também de cabeça. Na segunda parte, Jamie Vardy quis mostrar que velhos são os trapos e posicionou-se de forma exemplar para fazer o empate. Depois do golo, os foxes ganharam confiança e aumentaram a produção ofensiva, mostrando que vieram para ficar na Premier League. O empate manteve-se até ao fim, com os comandados de Postecoglou a revelarem uma certa instabilidade no segundo tempo, quando ao intervalo o encontro parecia perfeitamente ao alcance.

    Não é uma situação de todos contra um, até porque não haverá oportunidade para parcerias, mas destronar o campeão em título vai ser uma tarefa árdua. Liverpool e Arsenal parecem ser os mais preparados para essa luta. O lote de candidatos ao título da Premier League esgota-se por aí, mas os sobressaltos criados por equipas mais modestas serão certamente determinantes para a organização do topo da tabela.

    Artigo redigido por João Santos

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