O mercado de verão é verdadeiramente importante para a preparação de uma época, que começara cedo para o Sporting Clube de Braga, a 25 de julho mais precisamente, na segunda pré-eliminatória da Liga Europa.
Com Daniel Sousa fechado desde maio, Abel Ruiz na porta de saída e muita indefinição, que dura até hoje, em torno de Simon Banza, o clube minhoto viu-se obrigado a atacar prematuramente o mercado em busca de um ponta de lança, ou dois.
Amine El Ouazzani, de 23 anos e nacionalidade marroquina e gaulesa, chegou a Braga proveniente do Guingamp da segunda divisão francesa, por uma verba a rondar os três milhões e meio de euros. Na última temporada apontou doze golos e fez cinco assistências em trinta e nove encontros.
Roberto Fernández trocou o calor da Andaluzia pela Pedreira a troco de um milhão e oitocentos mil euros, alguns dias após a abertura do mercado. Com vinte golos e uma assistência em quarenta partidas, foi o melhor marcador da terceira divisão espanhola e um dos principais responsáveis pelo regresso do Málaga ao segundo escalão.
O SC Braga já realizou oito encontros oficiais que somando aos dois de pré-temporada televisionados, permitiu observar e tirar conclusões sobre os dois novos avançados centro bracarenses.
Amine El Ouazzani (três golos em 413 minutos) é um avançado trabalhador, comprometido na pressão e na procura pela bola. Tem como principal característica o ataque à profundidade, já que é veloz, inteligente nos movimentos e tem uma envergadura física assinalável tornando-o capaz de aguentar duras cargas dos adversários.
Dotado ainda de 188 centímetros e uma boa capacidade de impulsão, é também uma boa arma para responder a cruzamentos aéreos. Tecnicamente não é tão evoluído como Simon Banza e não tem aquela ligação ao golo como tinha, noutros tempos, Lima. Com ele, a equipa ganha variabilidade de ataques.
Roberto Fernández (dois golos em 306 minutos) é aquele típico avançado de área, que era mais comum noutros tempos. Quando Carlos Carvalhal procurar ter uma referência para um jogo mais direto e um jogador que seja capaz de guardar a bola, o espanhol cumprirá melhor essa função, embora o marroquino também seja capaz de o fazer.
Dentro da área, tem mais argumentos para finalizar e tem, intrinsecamente, aquele faro de golo (responde muito bem a cruzamentos rasteiros), não fossem as duas dezenas de finalizações certeiras na temporada anterior.
Posto isto, Carlos Carvalhal tem à disposição no Braga dois avançados que sendo diferentes, têm pontos em que se cruzam, especialmente na força física. Nesta fase, El Ouazzani tem sido titular nas provas europeias, enquanto que Roberto Fernández tem sido o dono da posição no campeonato, o que faz sentido, tendo em conta o perfil e posicionamento das defesas adversárias.
Na minha opinião, à data, embora ainda sejam ambos projetos de avançados longe de estar estabelecidos, Amine El Ouazzani parte à frente, está em melhor forma e enquadra-se melhor nas pretensões do treinador e, por isso, deverá ser o titular base desta equipa, que sonha, ano após ano, com algo mais.