
A Volta a Portugal vai na 86.ª edição e, apesar de parecer que ainda há muito para superar, já muitos quilómetros foram ultrapassados.
A Anicolor/ Tien 21 é a equipa que partiu na pole position, depois da vitória de Artem Nych no edição anterior. O começo dificilmente poderia ser melhor e ao mesmo tempo previsível, com Rafael Reis mais uma vez a obter uma vitória no prólogo. O contrarelogista parece um relógio suíço e ainda não há ninguém no pelotão nacional ao seu nível, em contrarelógios curtos.
Não demorou também que Nych demorasse a aparecer e a arrebatar a amarela, novamente na Senhora da Graça. O russo geriu os tempos da corrida e parece não ter adversários ao seu nível para lutarem pela amarela. Jesus Peña, da AP Hotels & Resorts/ Tavira/ SC Farense não parece e Byron Munton, da Feirense – Beeceler, não conjugam o contrarrelógio e a montanha como o camisola amarela de 2024.
Já nos pontos, Iuri Leitão, da Caja Rural e medalhado olimpico, tem-se mostrado a bom nível neste regresso à Volta a Portugal e tem conseguido amealhar pontos por onde passa, com vários top 10 em etapas. No entanto, Nych e Hugo Nunes, da Credibom / LA Alumínios / Marcos Car parecem ser os favoritos, atendendo a estarem nos primeiros da frente, o último nas chegadas ao sprint.
Na montanha, os sprinters Hugo Nunes e German Tavani, da Aviludo-Louletano-Loulé, estão na liderança curiosamente e são capazes de amealhar mais alguns pontos em fugas. Só que há ainda a etapa da Guarda, a chegada à Torre e o final em Montejunto em que os trepadores vão entrar em ação para arrebatar a camisola. Se Nych consegue a dobradinha, é difícil por a estratégia para manter a amarela, passar por se esconder. Trata-se de uma camisola que pode ir para ciclistas de equipas nacionais, como Peña e Munton, ou internacionais.
Nos jovens, Lucas Lopes, da Rádio Popular – Paredes – Boavista, e Zac Marriage, da Israel Premier Tech Academy, já têm uma vantagem confortável para o resto da concorrência. O facto do ciclista português ter mais apoio na estrada e a estratégia da formação israelita ser menos ambiciosa na Volta pode inclinar o favoritismo para Lopes.
Nas equipas, a Anicolor lidera na pausa da Grandíssima, mas vai ser difícil aguentar o primeiro lugar coletivo, com os objetivos na geral individual como mais importante. Se conseguir, diz muito sobre a concorrência. O que parece provável é que vamos ter uma formação nacional a ganhar a classificação por equipas, depois da vítória espanhola da Euskatel-Euskadi, em 2024.