Paulo Gomes está na Tribuna VIP do Bola na Rede, depois de ter estado recentemente no Botafogo SP. Iniciou a carreira de treinador no Luxemburgo, sendo que a sua primeira experiência sénior foi no Muhlenbach, tendo estado também no US Mondorf-les-Bains. Esteve na Arábia Saudita onde foi coordenador de formação no Al Wehda e treinador no Al Najran e Al-Khaleej. Orientou ainda o Al Jabalain.
Victor Froholdt é um médio que consegue estar em todo o lado sem perder qualidade. É um atleta total, omnipresente em todas as fases do jogo, que tanto defende como ataca, tanto corta como constrói. É daqueles futebolistas que fazem uma equipa parecer sempre mais organizada, mais segura, mais competitiva.
A sua presença sente-se primeiro na forma como recupera bolas. Corajoso nos duelos, seja pelo chão ou pelo ar, Victor Froholdt tem um dom raro: ler o jogo antes dele acontecer. As suas estatísticas confirmam essa intuição, tem números de elite em interceções e bloqueios mostra que não é apenas esforço, é inteligência. Mas o dinamarquês não se limita a destruir; ele sabe transformar defesa em ataque.

Quando tem a bola, apresenta uma variabilidade notável. Capaz de baixar para atrair marcações, associar com os colegas em espaços curtos ou até aparecer no último terço em rotura, Froholdt não se esconde. Transporta, dribla, arrisca, os seus índices em condução progressiva e drible bem-sucedido são impressionantes, sobretudo para um jogador da sua idade e função. E ainda que não seja um criador nato, tem a virtude de manter a posse com critério, garantindo fluidez ao jogo.
É verdade que não enche páginas de estatísticas ofensivas: poucas assistências, baixo volume de passes em comparação com médios mais “clássicos”. Mas há momentos em que o número engana. Froholdt não precisa de tocar cem vezes na bola para ser decisivo; precisa de estar lá, no sítio certo, do lado certo do duelo, a iniciar a jogada que ninguém registará como “assistência” mas sem a qual não haveria golo.
Na minha visão, este é o grande valor de Victor Froholdt: ser a cola invisível, o equilíbrio perfeito entre combate e inteligência, entre físico e técnica. Não joga para ser protagonista, mas para que os outros possam ser. E essa talvez seja a forma mais nobre de grandeza num coletivo.