Ricardo Silva é treinador com passagem no Paços de Ferreira e Vilaverdense. Na entrevista do Bola na Rede falou das subidas consecutivas.
Ricardo Silva foi o mais recente entrevistado pelo Bola na Rede. O treinador com passagens no Paços de Ferreira e LANK Vilaverdense falou sobre as subidas consecutivas com o LANK Vilaverdense nas épocas 2021/22 e 2022/23.
«Difícil. No primeiro ano éramos “candidatíssimos”, o clube montou-se na época anterior a mim e eu tive a sorte de não fazer esse trabalho. Montámos um plantel à nossa maneira, dentro daquilo que era o contexto do CP (Campeonato de Portugal) e tivemos uma fase regular praticamente imaculada, vencendo-a. Na fase final demorámos um pouco a arrancar, porque vínhamos de um contexto muito vitorioso e encontramos maior competitividade e não estávamos completamente preparados para ele. Acabámos por perder e empatar nos dois primeiros jogos, mas depois voltámos a ligar os motores e a ter resultados muito positivos. O grupo era extraordinário e ficou muito próximo pelas circunstâncias da temporada, como por exemplo, um caso de um jogador que apanhou COVID e tivemos todos de fazer quarentena de 3 ou 4 dias todos juntos. Momentos como estes criaram uma conexão brutal e o grupo nunca mais se desligou uns dos outros. Mas é muito difícil ser candidato e subir de divisão, principalmente em divisões inferiores porque é difícil ganhar o calibre e a confiança desse estatuto em contextos amadores. Na Liga 3 foi completamente diferente. Remodelámos a equipa e fizemos um plantel espetacular, mas no início ninguém dava nada por nós. Munimo-nos de jogadores que estavam com fome, entre os 23 e os 24 anos que estavam a fazer um CP bom e trouxemos também jogadores experientes nas posições certas, o Ivo Gonçalves, o Ericson, André Soares, ou até o Zé Pedro, que foi um jogador importantíssimo para os dois anos de sucesso. Foi à volta destes jogadores com caráter que criamos a nossa identidade e com a ajuda dos nossos motores, que fazem a equipa andar pra frente a nível físico e do modelo de jogo. Criámos uma idea de jogo muito positiva que tentava sempre ser protagonista, com variabilidade dentro do nosso jogo, fruto das nossas características. Arrisco-me a dizer que, com dois ou três ajustes, poderíamos ter ficado nos primeiros sete classificados na Segunda Liga».

