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O furacão azul e branco | Alverca 0-3 FC Porto

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Foi no Estádio da Luz que se fez alusão a uma réplica de ciclone vinda dos Açores, mas no Complexo Desportivo de Alverca foi um verdadeiro furacão azul e branco que fez levantar os adeptos portistas em quatro ocasiões – três delas que deram efetivamente em golo. No momento do terceiro tento do FC Porto, em que Borja Sainz coloca a bola no canto esquerdo da baliza defendida por André Gomes, essa tempestade extrema atingiu o apogeu, fazendo com que as redes e uma grande parte do estádio abanassem com muita intensidade.

É precisamente sobre “intensidade” que grande parte deste texto se debruçará. Não aprecio muito a utilização deste termo para qualificar o jogo de uma equipa, muito menos de resumir o futebol a quem tem mais força e a quem é mais esforçado. Aliás, sou da opinião de que, em grande parte das vezes, é o cérebro – individual e coletivo – a maior arma de uma equipa. Contudo, é impossível dissociar o conceito anteriormente referido daquele que tem sido o estilo de jogo base do FC Porto. Quando Rui Borges assumiu o comando técnico do Sporting, há já quase um ano, deu a conhecer o mote “quando faltar inspiração, que não falte atitude”. Farioli, que chegou à Invicta há cerca de meio ano, parece ter-se apropriado das palavras do técnico rival, que se ligam muito bem à identidade e cultura dos dragões, e exponenciou a atitude para um outro patamar. Voltando a fazer alusão ao segundo golo na conta pessoal de Borja Sainz no jogo frente ao Alverca, o terceiro dos portistas no mesmo encontro, não só os comandados de treinador italiano têm continuado a demonstrar atitude quando a inspiração está escassa, como, em jogos mais complicados, a atitude tem sido o motor da inspiração.

Borja Sainz no FC Porto
Fonte: Pedro Barrelas/Bola na Rede

É precisamente na força, na intensidade, numa condição física muito acima de qualquer outro adversário em Portugal que o FC Porto se tem destacado. Já o disse muitas vezes e não tenho problemas nenhuns em repeti-lo: o Sporting é, até agora, a equipa mais competente em ataque organizado em Portugal. Mas o FC Porto é, por outro lado, a mais completa, tendo em conta todas as várias fases e momentos do jogo. A forma como condiciona a saída do adversário, como disputa segundas e terceiras bolas, como se organiza defensivamente, como defende e ataca bolas paradas, como se desdobra de forma tão rápida e intensa do ataque para a defesa, e vice-versa. Tudo isto deve-se, claro, ao perfil dos jogadores utilizados, à profundidade do plantel – que permite à equipa manter os índices competitivos sempre no topo – e à filosofia de treino, posteriormente transportada para jogo, por parte do ex-técnico do Ajax.

Não sendo o estilo de jogo mais vistoso que já se viu em Portugal, tem muitas características particulares que fazem apaixonar os próprios adeptos, devido à determinação e vontade de ganhar apresentada em campo. Há uma clara “fome de vencer”, que tantas vezes é associada às raízes dos azuis e brancos. Novamente, foi isso que se transpôs para a partida frente ao Alverca. Os ribatejanos foram condicionando, de forma exímia, o jogo posicional dos dragões. O FC Porto não é uma equipa que apresenta muita variabilidade no seu futebol, procura muito Alan Varela para que o médio argentino faça a bola chegar a zonas de maior perigo. O Alverca, como tantas outras equipas já têm feito, procurou condicionar a chegada da bola ao “seis” portista, juntou linhas e tornou o bloco compacto, e, na primeira meia-hora, não permitiu a criação de nenhum lance claro de golo. O único espaço que podia ser explorado pela formação nortenha era o que se criava, principalmente, no corredor esquerdo da defesa alverquense, quando Figueiredo condicionava Pablo Rosário e permitia a Alberto Costa juntar-se a Pepê num dois para um com Chissumba.

Desse espaço criado no corredor direito do ataque portista nasceu um primeiro golo, aos 27 minutos de jogo, que acabou anulado pela equipa de arbitragem, por via do posicionamento irregular de Borja Sainz. O golo que abriu oficialmente o marcador golo não surgiu por mérito e capacidade dos portistas em combinarem em espaços curtos, mas de um já reconhecido atributo dos azuis da região do Douro. Após recuperação de bola de Pablo Rosário, já no seu meio-campo defensivo, a Meupiyou, defesa-central da formação de Custódio Castro, os dragões acabaram por aproveitar, através de uma transição fulminante, o espaço e um bloco muito partido.

Jogadores do FC Porto
Fonte: Pedro Barrelas/Bola na Rede

O Alverca foi um adversário com muito mérito, principalmente, no primeiro tempo. Primeiro a condicionar o momento com bola do FC Porto, através de um bloco médio-baixo compacto, e a procurar criar perigo nas saídas para ataque, em muito conseguidas por via do mérito de Alex Amorim e Sabit a saltarem a segunda linha de pressão dos nortenhos. Aliás, a formação de Custódio Castro podia ter levado o jogo empatado a uma bola para os balneários, devido à reação positiva dos seus jogadores ao golo sofrido. Porém, a história da segunda parte já foi outra. Com o Alverca a procurar um resultado diferente e a expor-se mais, crescia a confiança dos comandados de Farioli, que se viam agora como peixes dentro de água. Era um jogo mais batalhado, com mais espaço para a equipa manobrar os ataques, e não ter de criar em áreas reduzidas. Embora fosse necessário, o Alverca não tinha capacidade para, já no segundo tempo, estar a atuar de forma tão determinada.

Da mesma forma em que assistimos os nossos “três grandes” sofrerem frente aos tubarões europeus numa perspetiva de condição física e energia, os alverquenses, bem como mais de 75% das equipas do campeonato, não têm capacidade para fazer frente e aguentar o assédio constante do FC Porto. Quando o 2-0 surge, dessa feita marcado por Alan Varela após recarga, a vontade e capacidade de correr para trás esmoreceram. As pernas começaram a pesar mais. Porém, há que congratular a mentalidade do mister Custódio, que exigiu à equipa continuar a trabalhar para chegar ao golo.

O FC Porto, pelas mãos do mister Farioli, parece ter descoberto a fórmula certa para dominar a Primeira Liga. Claro que a falta de variação do modo de atacar em organização ofensiva é o ponto mais fraco desta equipa. Há, até, alguma tendência para as equipas “extra-grandes” se fecharem mais. Contudo, as soluções em diversas fases e momentos do jogo são diversas. Há sempre muita gente a povoar as zonas de finalização e a agressividade é extrema no ataque à última linha adversária. Numa liga muito desnivelada como a nossa, em que as estruturas técnicas, tecnológicas e infraestruturas são tão desiguais, o talento individual e a capacidade física dos jogadores tem uma diferença tremenda. O FC Porto vai, assim, continuando a garantir o apoio dos seus adeptos, fazendo jus a um clube e a uma região de armas e de combate. Farioli criou um verdadeiro furacão que causa estragos por onde passa.  

Francesco Farioli no FC Porto
Fonte: Pedro Barrelas/Bola na Rede

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