Já algo se tinha notado quando o Benfica enfrentara o Estoril e, de seguida, o Rio Ave. Ainda mais quando a equipa recebera o Vizela. Mas vinha o verdadeiro teste na 16.ª jornada, com uma deslocação à cidade berço, Guimarães.
Jonas jogou 12 minutos frente ao Estoril e 23 frente ao Rio Ave. Por mais ínfimo que tenha sido esse tempo, este jogador teve mais do que tempo para mostrar a sua qualidade em campo.
Contra o Vizela jogou os 90 minutos e marcou dois golos. Contudo, uma equipa mais acessível permitia rodar jogadores, e ainda faltava ao brasileiro integrar o 11 base desta época.
Na 16.ª jornada do campeonato nacional, contra o Guimarães, Jonas viu-se a titular com as armas apontadas à porta do castelo. Jogou 71 minutos, mas estes bastaram para que as dúvidas se desvanecessem perante os nossos olhos.
Em 19 minutos estreou-se a marcar pelo Benfica no campeonato nesta época, e em 42 minutos assistiu o segundo e último golo do Benfica na partida de onde saiu vitorioso.
Porém, não são só os golos e as assistências do veterano do Benfica que estão aqui em questão. É algo mais, muito para além de fazer balançar as redes adversárias.
Jonas é um jogador incomparável na liga portuguesa. Um ponta de lança exímio que acrescenta muito à equipa encarnada. O seu posicionamento e a sua postura durante os jogos mudam também a exibição do resto da equipa na partida. O toque de bola fascinante que o jogador consegue obter deixa um brilho nos olhos dos adeptos que, das bancadas dos estádios, das cadeiras dos cafés e dos sofás lá de casa, demonstram um enorme carinho pelo jogador benfiquista.
Gonçalo Guedes mostrou-se uma excelente alternativa ao brasileiro no tempo que este último esteve de fora dos relvados por lesão e, muito sinceramente, tenho imensa pena de que o jovem jogador português não passe por mais do que isso mesmo: uma alternativa. Guedes é jovem e tem muito que jogar e aprender ainda. Jonas ensina a jogar futebol.
É algo que deixa os adeptos encarnados muito descansados: o facto de saberem que têm pontas-de-lança como Guedes e Jonas por onde escolher. Para não falar também de Mitroglou e de Jiménez.
Parando agora com os elogios à excelência tática e futebolística de “Jonas Pistolas”, há algo mais do que a sua qualidade que aqueles 72 minutos em Guimarães puseram em causa.
Jonas, Mitroglou, Jiménez, Gonçalo Guedes, Zivkovic. São, no total, cinco pontas-de-lança, havendo apenas lugar para dois.
Mitroglou parece-me uma peça extremamente importante para a tática do Benfica. É um avançado de área que deixa a defesa adversária o mais recuada possível, faz com que o jogo do Benfica ganhe mais profundidade e permite que os encarnados possam jogar mais subidos e tenham mais espaço para as transições rápidas a que já nos têm vindo a habituar.
Caso Mitroglou não jogue, restam-nos avançados velozes. Embora o Benfica já tenha jogado com dois pontas-de-lança rápidos, o hábito está longe de ser esse. Apesar de já ter resultado esta época com Guedes e Jiménez, por exemplo.
Guedes tem sido uma enorme revelação e tem uma margem de progressão enorme. No último jogo bisou pela primeira vez de manto sagrado envergado e contínua a mostrar-se presente. O único problema dele é não ser Jonas.
Estes 72 minutos de Jonas frente ao Vitória SC vieram mostrar que o goleador canarinho está pronto para voltar aos relvados. Pronto para marcar, assistir e embelezar o jogo do Benfica. Assim, estará pronto para reaver o lugar na frente de ataque. Com ele em campo, o Benfica ganhará ainda mais qualidade do que aquela que tem apresentado nos últimos jogos.
É um prazer ver este Benfica jogar. Com e sem Jonas. Há dois plantéis de destaque nesta liga portuguesa, e os dois pertencem aos encarnados. O primeiro seria o principal, com Jonas; o segundo seria o suplente. Incrível como isto tudo é culpa do Benfica!
Saudações Benfiquistas!
Foto de Capa: SL Benfica
Artigo revisto por: Manuela Baptista Coelho