A defesa do Benfica teve essa avó durante a época e agora volta a precisar dela. A temporada começou com Lindelof e Jardel no eixo central de uma defesa que tinha Nélson Semedo e Grimaldo nas pontas. Um quarteto sólido que ia ando garantias e demonstrando resultados para a alegria dos benfiquistas e de Rui Vitória, mas depois veio o primeiro calafrio.
Jardel teve de regressar à base e à enfermaria à conta de uma lesão. Lá veio à avó com agulha e linha pôr Luisão ao lado do sueco. Curiosamente, foi precisa muita linha para o brasileiro aguentar a época toda. Agora a sério, quando é que ele se reforma? É o eterno capitão e tal, mas tudo tem o seu tempo.
Bem, não desviando mais as atenções, vamos prosseguir. Tudo parecia estar bem. A equipa não tinha quebrado em rendimento, continuava coesa, Grimaldo tinha acabado de marcar um golo no Restelo frente ao Belenenses até que chegaram mais problemas.
O espanhol foi fazer companhia a Jardel no churrasco da enfermaria. Diz que levou molho à espanhola para a sardinha e que estava bom, receita da avuela. Lá veio a linha emendar o problema e sacou do banco a solução mais óbvia e que mais narizes torceu, Eliseu.

A verdade é que com pouco o muito amor, mais ou menos sprint, com ou sem barriga o Buda açoriano esteve de pedra e cal no lado esquerdo da defesa até ao fim da temporada. Aliás, esteve tão bem que acabou a época em cima de uma acelera a fazer voltas ao campo.
Agora surge um problema maior. Como já constatei antes, Luisão já não vai para novo. Logo, há que arranjar um substituto para o Capitão. Jardel, nas devidas condições, é o mais óbvio candidato ao lugar e à braçadeira. Contudo, existem dois casos que requerem mais cuidado, Nélson e Lindelof.
Começando pelo português. É verdade que ainda não saiu e que para além do interesse do Barcelona noticiado pelos jornais portugueses, que valem o que valem, parece ser quase, repito, quase certo que o jovem sintrense não vai a lado nenhum e fica mais um ano na Luz.
Já a situação do sueco é diferente. Ele já foi para o reino de Mourinho, lá para os lados de Manchester, e encontrar alguém para a vaga dele pode não ser fácil, ao mesmo tempo que pode já existir um candidato, Kalaica.
O miúdo de origem croata esteve bem e impressionou das vezes que pisou os relvados. Na última jornada do campeonato chegou inclusive a marcar um dos dois golos com que o Benfica saiu do Bessa no 2-2.
Joga bem, bom de bola no pé, sai a jogar, é novo e tem aquele quê de irreverência, provavelmente fornecido pela juventude, que faz dele o mais certo candidato ao cargo de colega de Jardel.
Numa perspectiva pessoal o caminho tem de continuar a ser este. Renovar a defesa com sangue jovem e de qualidade. Kalaica, Grimaldo e Nélson, todos, ao cuidado de Jardel. Um pouco como aquilo que Rui Vitória já tem vindo a fazer e que Jorge Jesus não é muito bom, aproveitar a juventude.
Foto de Capa: SL Benfica