Desde o início da actual época que o futebol português mais parece um zoo, tal a variedade de animais que já se fizeram representar. Tivemos periquitos, toupeiras e chegamos agora aos Porcos. Não venho aqui dizer que os animais tenham qualquer culpa pelo estado do futebol português, pelo menos os não racionais. Quero antes referir que esses animais, que tão importantes são na função que ocupam no ciclo da vida, não mereciam tão má representação feita pelo tipo de racionais que se apresentaram nos respectivos papéis.
E quanto a essa representação ficou perfeitamente perfectível quem incorporava o papel de quê, menos neste último que subiu ao palco. O Porco. E passo a explicar a situação que me faz confusão.
O porco é um animal que, pela sua natureza e forma de se alimentar, revolta o chão que pisa para retirar o que para si é mau, e pôr a descoberto algo que para si é bom. Ora, a lama, sujeira que isso provoca, não significa algo mau, mas o que resulta de algo que é fundamental para a sua sobrevivência. Se ele gosta de viver nessa sujeira, já não sei, e só o próprio animal o saberá. Sei sim que ele não tem outra alternativa, porque não lhe dão escolha.
Dito isto, quando ouvi um novo intelectual do futebol português fazer uma analogia com porcos, tentando enquadrá-los a uma situação que se passou entre duas personalidades, fiquei confuso sobre quem estaria no papel do referido animal.
Ora, se ele considera e tem a certeza que o porco gosta de viver e brincar na lama, na porcaria (algo que, como disse, apenas o porco poderá aferir) e considerando a sociedade em geral a lama como algo sujo e mau, então não seria quem proferiu a tão eloquente citação o personagem “porco”? Passo a explicar.