O FC Porto venceu os espanhóis do Reus por 2-1 em jogo a contar para a segunda jornada do grupo A da Liga dos Campeões de Hóquei em Patins, num encontro disputado no Dragão Arena.
O Dragão Arena voltou a respirar ambiente de Champions League. FC Porto e Reus ofereceram um duelo intenso entre ambas as equipas, tendo sido decidido em pequenos detalhes e, acima de tudo, nas luvas dos dois guarda-redes Xavi Malian e Cándid Ballart, que contribuíram para um grande espetáculo de hóquei em patins.
Xavi Malian e Cándid Ballart foram gigantes entre os postes e decisivos para que tivesse havido incerteza no marcador até ao último suspiro da partida. A vitória acabou por sorrir aos portistas por 2–1, o que traduz bem o equilíbrio entre duas equipas com grande tradição no hóquei em patins europeu.
Os primeiros minutos foram típicos de jogos deste calibre: estudo mútuo, rigor defensivo e nenhuma equipa a querer arriscar. Tanto Carlo di Benedetto como o criativo Hélder Nunes, estiveram uns furos muito abaixo do que se costumam exibir e quando assim é, a equipa portista ressente-se bastante desse fato.
Só aos dez minutos surgiu a primeira verdadeira oportunidade para qualquer das equipas.
Rafa, num gesto de muita classe, isolou Carlo Di Benedetto, mas Ballart respondeu com uma defesa soberba, a primeira de muitas no seu recital particular.
A entrada em pista de Rafa e Gonçalo Alves acelerou a circulação de bola dos comandados de Paulo Freitas (que recentemente se sagrou campeão europeu ao serviço da seleção nacional), dando ao jogo uma nova temperatura. Mesmo assim, o perigo continuou a surgir dos dois lados.
Aos 12 minutos da etapa inicial, Guillem Jansà (talentosíssimo defesa/médio espanhol de apenas 20 anos), armou o braço e fez o poste vibrar. Na resposta, Gonçalo Alves imitou-o com outro remate ao ferro.
O golo chegou aos 14 minutos e foi desenhado por dois dos melhores jogadores em campo. Grande jogada individual de Gonçalo Alves, que partiu a defesa espanhola, e Rafa, no sítio certo, inaugurou o marcador com classe e calma.
Antes do intervalo, houve tempo para as primeiras grandes defesas de Xavi Malian, destacando-se particularmente uma efetuada aos 16 minutos e uma outra nos últimos segundos da primeira parte, quando negou o empate a Marc Julià com uma intervenção de classe mundial.
O FC Porto recolheu aos balneários a vencer por 1–0, resultado que se podia considerar justo, visto o desenrolar dos acontecimentos na primeira parte do encontro.
O intervalo fez mal à equipa portista, tendo entrado muitíssimo mal na etapa suplementar. Vários passes falhados, perdas de bola incompreensíveis e demasiada permissividade defensiva.
Não foi de estranhar que essa apatia tenha sido severamente punida pela equipa catalã (equipa muito experiente e disciplinada), que mostrou ter uma mescla muito interessante de experiência e juventude, sendo extremamente competitiva. Aos 4 minutos, Guillem Jansà, a figura dos catalães neste jogo, fez o golo do empate com um remate seco e preciso, desfeiteando um desamparado Xavi Malian.
O Reus empolgou-se com o golo e só não culminou a reviravolta no marcador, porque Malian mostrou mais uma vez porque é um dos melhores guarda-redes do mundo e um porto seguro da equipa azul e branca. Dois minutos volvidos do golo do empate do Reus, o veterano guardião espanhol negou o 1–2 ao argentino Maxi Oruste numa defesa assombrosa, mantendo o FC Porto vivo quando a equipa parecia estar a ceder e a perder o controlo do jogo.
O jogo entrou, então, numa toada de parada e resposta, com um ritmo eletrizante, mas com os guarda-redes sempre decididos a roubar o protagonismo e a serem eficazes perante as investidas adversárias.
Rafa (que foi dos melhores em pista), voltou a deixar a sua marca no segundo tempo. Serviu Carlo Di Benedetto, que isolado (num lance que deveria ter dado golo), permitiu a defesa de Cándid Ballart. Uma daquelas perdidas nada habituais do avançado francês.
Gonçalo Alves, por seu lado, registou lances individuais de enorme qualidade, voltando a acertar no poste com uma stickada potentíssima, e, por duas vezes, viu Ballart negar-lhe golos que pareciam cantados, sendo visível a sua frustração perante essas oportunidades desperdiçadas.
Mas aos 16 minutos, chegou o momento decisivo do encontro. Penálti para o FC Porto por falta sobre o argentino Ezequiel Mena, e quem mais senão Gonçalo Alves para assumir? O internacional português, um dos maiores especialistas a nível mundial desse tipo de lances, executou a grande penalidade de forma superior, e recolocou os dragões em vantagem no marcador, fazendo o Dragão Arena explodir de alegria.
Até ao fim do jogo, o resultado não sofreu mais alterações, apesar do facto do Reus ter procurado insistentemente o empate e só não o conseguindo devido à atuação inspiradora de Xavi Malian, que exibiu nervos de aço em remates a sete e cinco minutos do fim respetivamente, e efetuando outra defesa monumental a três minutos do fim, segurando um triunfo fundamental e muito saboroso para a equipa portista. Com este resultado, o FC Porto soma a sua segunda vitória no Grupo A, e sobe à liderança isolada do grupo A com 6 pontos (beneficiando do empate 4-4 entre os espanhóis do Barcelona e os italianos do Trissino), dando assim o melhor seguimento à vitória por 3-1 na primeira jornada no terreno dos espanhóis do Igualada.

