A decisão de Jurgen Klopp em rumar ao grupo Red Bull não caiu bem na Alemanha. Dicotomia em solo germânico é bem evidente.
O projeto da Red Bull tem no RB Leipzig o seu expoente máximo e em solo alemão a maior crítica. A tradicionalidade do futebol alemão não acolheu bem a ideia do clube-empresa e os touros são, com grande margem, o clube mais odiado da Alemanha. Ora, Jurgen Klopp vai passar a integrar o projeto da marca e foi duramente criticado.
Durante toda a carreira Jurgen Klopp foi visto como porta-voz do futebol alemão, representando o país e criando uma cultura muito próxima com os adeptos, nomeadamente os do Mainz e do Borussia Dortmund, clubes que orientou. O novo diretor geral de futebol da Red Bull tomou assim uma opção muito contestada pelos adeptos e pela imprensa, citada pelo MaisFutebol.
O Der Spiegel escreveu que o técnico que se assumiu como «Normal One» na cidade dos Beatles «internalizou os mecanismos normais da indústria: o dinheiro».
O jornalista Gunter Klein, do Munchner Merkur foi muito duro nas críticas. Após escrever «Klopp está tão errado quanto os seus dentes. O dia em que Klopp morreu», o jornalista relembrou os posicionamentos políticos contraproducentes do treinador, na visão do jornalista. «Klopp, que disse que votaria sempre na esquerda, junta-se a uma empresa cujas atividades mediáticas contribuíram significativamente para a ascensão da direita», destacou o jornalista.
William Laing, num artigo de opinião no T-Online, associou a decisão de Jurgen Klopp… a um pacto com o diabo. «Assinar com a Red Bull torpedeia tudo o que os seus apoiantes acreditam que ele representa. Klopp, aparentemente, está a fazer um pacto com o diabo», escreveu o autor.