– Leonardo Jardim trocou-lhe as voltas –
«António Salvador só não queria que eu fosse para o Benfica»
Bola na Rede: Como te mudas para o Olympiacos?
Leandro Salino: O meu contrato estava a acabar. Surgiram uns rumores de que o Benfica e o Sporting tinham interesse em mim. O Leonardo Jardim estava no Olympiacos. Eu tinha sido treinado por ele no Braga. É um grande amigo meu, um treinador espetacular e que me ajudou muito. Tive um primeiro contacto com o Olympiacos, só que tinha uma proposta de renovação com o Braga por mais três anos e tinha os rumores do Benfica…
Bola na Rede: Nada em concreto?
Leandro Salino: Nada. Só rumores e os empresários a ligar. Em fevereiro, o Salvador faz-me a proposta de renovação. Eu pedi para ele esperar e disse-lhe que, até abril, lhe dava resposta. Ele só não queria que eu fosse para o Benfica. A única proposta que me chegou era do Olympiacos do Leonardo Jardim. Financeiramente, essa proposta era muito diferente da do Braga. Foi uma decisão muito difícil. Quando decido assinar o pré-contrato com o Olympiacos era abril e faltavam quatro jogos para acabar o campeonato português. Chamei o Salvador e disse que ia aceitar a proposta do Olympiacos por causa do Leonardo Jardim e, financeiramente, era uma proposta muito boa. O Salvador foi uma pessoa muito bacana e disse que não tinha como cobrir a proposta. Eu estava com 27 anos e era uma proposta muito boa para o meu futuro. Mesmo assim, joguei os outros quatro jogos.
Bola na Rede: No entanto, o teu treinador na primeira época de Olympiacos era o Míchel.
Leandro Salino: Quando eu assinei o pré-contrato era o Leonardo Jardim. A um mês, para aí, de acabar a época, o Leonardo Jardim saiu do Olympiacos e foi para o Sporting. Ele ligou-me para me levar para o Sporting, mas eu já tinha o pré-contrato com o Olympiacos. Aí, eles trouxeram o Míchel, um espanhol.
Bola na Rede: Então chegou a haver uma proposta do Sporting?
Leandro Salino: O Leonardo Jardim indicou-me para o Sporting. Eu tentei suspender o pré-contrato com o Olympiacos, só que eles não me libertaram. Ainda tentei pagar uma multa, mas não quiseram e eu acabei por ir para o Olympiacos.
Bola na Rede: Estou a ver que criaste uma boa ligação com o Leonardo Jardim…
Leandro Salino: Muito boa, por sinal. Até no Natal falamos. Dei-lhe os parabéns quando ele estava no Mónaco. Apesar de ele ser treinador, acabámos por nos conhecer mais um pouco.
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— Leandro Salino (@LSalino30) September 30, 2015
Bola na Rede: Como foi a tua adaptação à Grécia?
Leandro Salino: Foi tranquila. A equipa tinha o Paulo Machado, português, e ele ajudou-me muito. É um país maravilhoso. A nossa equipa tinha muitos sul-americanos também. Adaptei-me tranquilamente tanto à equipa, como ao país. Eu gosto de países assim, com calor, então fui para o lugar certo. Tínhamos uma equipa muito experiente.
Bola na Rede: O que é que ainda sabes dizer em grego?
Leandro Salino: [risos] Só kalinixta, kalimera, kalispera [“boa noite”, “bom dia” e “boa tarde”, respetivamente] e os palavrões deles [risos].
Bola na Rede: Três anos na Grécia, três títulos de campeão grego e uma Taça da Grécia. Dava para ser melhor?
Leandro Salino: Só faltou ganhar três taças [risos]. Foram cinco títulos. Fui disputar a Liga dos Campeões também e grandes torneios nos Estados Unidos. Depois da final com o Braga, o Olympiacos foi o auge da minha carreira. É a maior equipa da Grécia que tem adeptos fanáticos, com uma paixão estrondosa pelo clube e pelo futebol. Foram três anos maravilhosos.
Bola na Rede: Aqui, em Portugal, diz-se sempre que é muito difícil ir jogar à Grécia por causa dos ambientes. Subscreves?
Leandro Salino: Jogar lá é sempre muito complicado devido aos adeptos. Tanto no Olympiacos, como no Panathinaikos ou no PAOK. O Benfica acabou agora por ser eliminado no PAOK e não havia público. Íamos jogar a qualquer campo da Grécia e havia milhares de adeptos do Olympiacos.