– Títulos na Segunda Liga –
«Tenho a sorte de ter jogado em muitos clubes históricos e o CF “Os Belenenses” é mais um desses clubes».
BnR: A boa época em Faro, com nove golos apontados, fez-te rumar a Portimão. O Portimonense acabou por realizar uma má campanha e só não desceu porque a Liga passou de 16 para 22 clubes. Quais os problemas dessa temporada? Como vez o clube de então e o clube estável que agora está na Primeira Liga?
LZ: A minha primeira época no Portimonense foi uma época atípica. Vieram muitos jogadores novos do Brasil e que não conheciam a realidade da Segunda Liga; tínhamos uma equipa boa, não para andar nos primeiros lugares, mas para fazer uma temporada tranquila. A época não correu como desejávamos, eu acabei por fazer uma boa época individualmente, mas em termos colectivos não foi o que esperávamos. Em relação ao Portimonense, o clube cresceu muito, sim. Hoje em dia, o Portimonense tem condições como há poucos clubes que têm em Portugal e tem um estádio com a melhor relva do país. Acredito que há condições para que o clube fique muitos anos no topo e que seja um clube de eleição no nosso futebol.
BnR: Depois do Algarve, o regresso a Lisboa e a mais um dos históricos nacionais. Como é jogar no Restelo e como foi fazeres parte da equipa que conquistou a Liga?
LZ: Eu tenho a sorte de ter jogado em muitos clubes históricos e o CF “Os Belenenses” é mais um desses clubes. O Estádio do Restelo é lindo, envolvido numa zona de Belém fantástica para se estar e, a par da temporada de 17-18 no Farense, o melhor grupo de trabalho que já tive. Éramos uma autêntica família, onde toda a gente se dava bem e com um objectivo em comum, colocar o Belenenses na Primeira. Foi uma época espectacular, onde fomos campeões da Segunda Liga e esse ano vai me marcar sempre porque foi a minha primeira conquista de campeonato. E logo num histórico como o Belenenses, foi fantástico.
BnR: Van der Gaag foi o teu treinador no Belenenses. A ideia de jogo dele foi formatada pelos anos passados em Portugal ou vês um pouco do estilo de jogo holandês na sua forma de pensar o futebol?
LZ: É um misto das duas coisas. O mister jogou muitos anos em Portugal e foi um dos bons centrais do nosso futebol. É muito calculista, trabalha muito bem todos os aspectos da equipa adversária, mas preocupa-se mais com a sua equipa. Não gosta de “chutão para a frente”, prefere futebol apoiado e mais holandês, mas também sabe jogar um futebol mais cínico. Ele é um grande treinador e fez um belo trabalho. A nível individual, tive uma situação que me marcou muito quando voltei para Portimão ele deu-me muitos conselhos e ajudou-me numa fase em que eu não sabia se queria voltar ou ficar em Belém. Foi uma boa ajuda e desejo-lhe tudo de bom.
BnR: Já que falamos em treinadores, não podemos de deixar para trás o teu regresso ao Algarve e a nova conquista da Segunda Liga. Qual é o segredo de Vítor Oliveira?
LZ: Com o mister Vítor Oliveira tínhamos um grupo de trabalho muito forte em todos os aspectos. Trabalhávamos de forma muito intensa e éramos 26 jogadores com muita vontade de trabalhar e, com o mister Vítor Oliveira, um treinador com muita experiência, que sabe tirar proveito – nos momentos certos – das qualidades de todos os jogadores. É um treinador que trabalha todos os jogadores de igual maneira para que, quando precisar, todos os jogadores saberem dizer “presente”. Conhece todos os jogadores da Segunda Liga de trás para a frente e depois tem um adjunto muito bom, o Mário [Nunes]. A experiência, qualidade e conhecimento do futebol português do mister, aliado ao trabalho que o Mário faz torna-os numa dupla muito boa. O mister merece toda a carreira que tem e não é por acaso que, para o clube que o mister vá, a subida seja quase garantida.