«Tive algumas propostas, por exemplo de um clube da Polónia, mas não gosto do frio. Passei algum frio em Moreira de Cónegos e agora queria outro tipo de clima».
Bola na Rede: Este ano, voltaste à Grécia, mas desta feita, vais jogar na primeira divisão, pelo Volos NFC. Sentes-te com a mesma ambição que tinhas aos 21 anos, na primeira aventura em solo grego?
Alex Soares: Sinto-me com muita mais experiência e com mais capacidade de resolver algum problema que possa aparecer. Tenho mais confiança, porque sinto que já tenho provas dadas e, quando vim pela primeira vez, não tinha, pelo menos como profissional de futebol. Portanto, não acho que vai correr bem, eu sei que as coisas vão correr bem porque tenho outra experiência e já são muitos anos disto, que fazem alguma diferença. Não venho para a Grécia fazer nada do que não sei e esse à vontade que vem da experiência que já tenho. Vou conhecer novos estilos jogadores, novos treinadores e isso vai contribuir ainda mais para a minha aprendizagem. Não sou novo, mas também não sou velho, portanto, tudo vai contribuir para o meu crescimento.
Bola na Rede: Quais foram as primeiras sensações no novo clube? Como é um nome bastante desconhecido para os comuns adeptos portugueses, achas que é um projeto que devemos seguir de perto?
Alex Soares: É um clube novo. Quando cheguei, disseram-me que existiam dois clubes na cidade que andavam sempre em guerra e, entretanto, ambos terminaram e decidiram criar o Volos NFC, em 2017. Este é apenas o terceiro ano do clube na primeira liga grega. No primeiro ficaram em 11.º, no segundo ficaram em sétimo e, este ano, querem algo acima disso. Ainda não tenho muito conhecimento sobre o campeonato grego, mas disseram-me que existem quatro, cinco equipas que são diferenciadas das outras. Também me disseram que a nossa luta, supostamente, vai ser com o Asteras Tripolis pelo sexto lugar. Estou a gostar muito da equipa, tem muitos jogadores sul americanos e o treinador é espanhol e a malta gosta muito de jogar. Tenho gostado de ver, mais do que a fazer, porque não estou tão disponível como queria, porque perdi a pré-época toda. As condições de trabalho aqui são diferentes, mesmo para quem quer mais do que o sétimo lugar, o que pode ficar curto, mas o que importa é chegar a domingo e vencer, o que espero que aconteça.
🚨 Alex Soares, 30 years old Portuguese midfielder, ends his connection with Moreirense and signs for Volos. pic.twitter.com/9ABYXHLmEu
— World of Football (@Infogenuino) August 5, 2021
Bola na Rede: Porquê a Grécia, de novo? Existiam mais propostas em cima da mesa?
Alex Soares: Tive algumas propostas, por exemplo de um clube da Polónia, mas não gosto do frio. Passei algum frio em Moreira de Cónegos e agora queria outro tipo de clima. Também pesou muito o facto de me dizerem que era uma cidade boa para se viver e um amigo meu que conheci no Panserraikos disse-me que o clube que dava garantias. Também é verdade que aqui há muita qualidade de vida e eu, como tenho uma filha de um ano e meio, isso é muito importante. Também pesou o facto de ter tido uma má experiência na Grécia e quero ter uma boa, tanto que escolhi o mesmo número que tinha no Panserraikos por isso mesmo, porque correu mal e agora vai correr bem, quase no mesmo sítio.
Bola na Rede: Havia alguma coisa que o Alex Soares de 30 anos diria ao Alex Soares que estava a começar a carreira, fazias algo diferente?
Alex Soares: Como toda a gente, gostava de ter 20 anos com a experiência que tenho agora, mas acho que a evolução vem da experiência. Melhor ou pior, as coisas seguiram o rumo que tinham de seguir e não me arrependi de nenhum passo. Deixava o Alex tomar as decisões que tomou porque não estou arrependido de nada.
Bola na Rede: Para terminar, quais os teus objetivos pessoais para o futuro ou pensas mais no presente?
Alex Soares: Não consigo idealizar o final da carreira, mais tarde ou mais cedo vai chegar, mas, para já, não penso nisso. Gostava de fazer algo engraçado no Volos NFC a nível coletivo, nem falo a nível individual. Era fantástico conseguir festejar uma ida à Conference League ou uma Liga Europa, que é algo inédito no clube, mas importo-me bastante mais com o presente. Não é que não me importe com o futuro, mas o meu foco é mais o que acontece agora e não tanto o que vou fazer depois.