«Esta é a nossa vida, temos de dar tudo e aproveitar a oportunidade» – Entrevista BnR com Diogo Barbosa

    Um dos melhores júniores nacionais na época passada, Diogo Barbosa subiu ao escalão seguinte no país vizinho, na equipa amadora da Caja Rural. Nesta conversa com o BnR, o jovem ciclista revela como está a lidar com a adaptação à nova realidade, fala sobre a sua primeira experiência entre os Elites nacionais e pisca o olho à W52/FC Porto.

    Bola na Rede (BnR): Este ano, subiste a Sub23 e foste para Espanha, para a Caja Rural. Como está a correr esta experiência?

    Diogo Barbosa (DB): Está a ser uma experiência como esperava, tenho umas condições que em Portugal não temos. Temos muitas corridas e essas mesmas são do nosso escalão sub23, o que aqui em Portugal quase não existe, também ainda existe, mas em pequena escala. 

    Estou a gostar da experiência e tenho companheiros de equipa que me ajudam a aprender, pois são mais velhos. Tenho até três companheiros de Elites, que me ajudam a aprender, a melhorar a cada dia que passa e que a cada dia de competição que fazemos ajudam-nos a perceber aquilo que é o ciclismo. E isso que faz com que nos evoluamos mais.

    BnR: Além do facto de ser uma equipa espanhola, passaste também de Junior para Sub23. Já falaste dos teus colegas que te estão a ajudar. Como está a ser esta adaptação, não só a uma equipa com um tamanho diferente como também a passagem de escalão?

    DB: A passagem de escalão era algo que estava muito à espera e ansioso, pois diziam-me que era a passagem mais dura que um ciclista tinha na sua carreira. Estou contente com a passagem, porque é difícil, tudo bem que é difícil, mas não tão difícil como aquilo que as pessoas dizem. 

    Se nós temos os nossos objetivos, e temos como objetivo ser ciclista, e trabalhamos bem e preparamos bem a época, aí está a diferença. 

    Porque, se nós vamos para Sub23 e não estamos com o chip virado que, a partir de agora, esta fase vai ser a nossa vida, a fase de ciclista, não conseguimos ter aquela garra que se tem quando o chip já está trocado. Se lidarmos com o facto que esta é a nossa vida, temos de dar tudo e aproveitar a oportunidade que nos deram, aí sim é mais fácil de nos adaptarmos a esta que é a fase mais difícil de um ciclista, o passar de Junior para Sub23.

    Diogo Barbosa e Guilherme Mota (2º e 3º da dir. para a esq. na fila superior) são os dois portugueses na equipa amadora da Caja Rural
    Fonte: Team Caja Rural – Seguros RGA

    BnR: Falas exatamente da questão da oportunidade. Nos últimos anos temos tido mais portugueses no estrangeiro, também um aumento das equipas continentais e agora até a W52/FC Porto a subir a Pro Continental. É uma boa altura para se ser ciclista em Portugal?

    DB: O ciclismo em Portugal acho que baixou muito há uns sete ou oito anos atrás, mas agora, com a vinda do FC Porto e do Sporting para o ciclismo, acho que está novamente a subir aos poucos. Penso que com o ciclismo assim, ser ciclista cá em Portugal melhorou um bom bocado. E, cada vez mais, o ciclismo e os ciclistas portugueses estão a ser reconhecidos lá fora com o devido valor.

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