Com um currículo digno de um globetrotter, a carreira de Evandro Roncatto teria conteúdo suficiente para contar uma história de superação, digna de um filme de Hollywood: dos tempos em que era a estrela maior de um Mundial Sub-17, ao lado de Fàbregas e David Silva, até às dificuldades para receber um ordenado no final do mês. Uma carreira com altos e baixos de um atleta que se recusa a deitar a toalha ao chão e que já foi reconhecido mundialmente… por ter sido a estrela do jogo de computador, Football Manager.
– O sucesso no Mundial Sub-17 frente a David Silva e Fàbregas –
«Fomos campeões do mundo com todo o mérito».
Bola na Rede [BnR]: Evandro, antes de mais, obrigado por teres aceitado o nosso convite. Começamos pelo início da tua carreira profissional, que coincide praticamente com a conquista do Mundial de Sub-17, em 2003. Como foi essa experiência?
Evandro Roncatto [ER]: Foi muito bom e uma experiência maravilhosa na minha vida. Foi o que impulsionou a minha carreira. Acabou por ser um Mundial complicado porque empatámos no primeiro jogo, se não me engano, frente aos Camarões (1-1). Depois precisávamos de ganhar a Portugal e ao Iémen para seguir em frente. O nosso grupo era muito forte e unido e já trabalhávamos juntos há dois anos. Isso explicou o sucesso. Contra Portugal vencemos por 5-0 e isso deu-nos muita confiança, depois do “tropeção” no primeiro jogo. Depois foram só vitórias e vitórias até sermos campeões do mundo!
BnR: Eras titular indiscutível nessa equipa e, na final, o Brasil até ganhou a uma Espanha (1-0), recheada de estrelas como David Silva ou Fàbregas. Qual era o segredo dessa equipa?
ER: Foi um jogo complicado porque não estávamos habituados a jogar num campo sintético. A nossa equipa era muito forte, mas a Espanha também tinha muito bons jogadores, como os que disseste, Fàbregas ou o Silva. Só que o nosso grupo estava muito concentrado e sabíamos que tínhamos de vencer o título. Fomos campeões com todo o mérito!