«No Sporting os jogadores achavam que estávamos a curto prazo» – Entrevista BnR com Zé Pedro

– Um chavalo “vira-casacas” –

BnR: Quais são as primeiras memórias que tens do futebol?

ZP: Há uns tempos, creio que tinha acabado de sair do Belenenses e estava no desemprego na altura, aproveitei para fazer uma visita aos Ídolos da Praça, que foi onde eu iniciei. Futebol de 5 na altura, com seis anos. Fui lá à sede e assim que lá cheguei, mesmo não sendo as mesmas pessoas da altura, vieram logo “Então Zé Pedro, por aqui?”. E eu disse “Sim, iniciei aqui com os meus seis anos e até aos meus 34, até terminar a carreira, nunca mais parei.” Como moro no Montijo e vivi em Setúbal durante 10 anos, passei ali pelos Ídolos da Praça e pelos Pelezinhos, é a primeira lembrança.

BnR: Como é que chegas às camadas jovens do Benfica?

ZP: Os meus pais separaram-se quando eu tinha dois anos e eu vivi com a minha mãe desde essa altura até aos 12 anos, em Setúbal. Depois a minha mãe foi viver para o estrangeiro e eu fui viver com o meu pai para o Montijo. Nessa altura eu já era uma das referências dos Pelezinhos e um dos amigos do meu pai trabalhava lá no Benfica. No início da pré-época ele perguntou ao meu pai o que é que achava de eu ir com ele e fazer uns testes ao Benfica. O meu pai, como era benfiquista, disse que sim e eu fui, com 12 aninhos. Deram-me uma semana para eu mostrar o que valho e eu em três dias mostrei qualidades que na altura o José Paisana me perguntou o nome e falou com o meu pai, a dizer que queriam que eu ficasse.

BnR: Ficaste quanto tempo?

Três anos, dois de iniciado e um de juvenil.

BnR: Ias e vinhas de transportes do Montijo para a Luz?

ZP: Sim. Nos primeiros dois meses o meu pai acompanhou-me e fez o trajeto comigo mas depois “largou-me” e passei eu a ir sozinho.

BnR: Não devia ser fácil fazer essa viagem de transportes…

ZP: Não, não era ehehe. À 4ª-feira era o dia mais complicado porque eu tinha o barco às 17h25 e só acabava as aulas às 16h30. Tinha que sair rápido da escola, ir a casa dos meus avós deixar a mochila e pegar nas coisas do treino. Na altura a viagem de barco era 55 minutos, depois ia a pé até à Praça da Figueira ou ao Rossio para apanhar o metro até ao Colégio Militar. Daí ia a pé até ao Estádio.

BnR: Tinhas algum ídolo de infância?

ZP: Ohhh pá, tive tantos… Stoichkov, Ronaldo Fenómeno, Romário, Gullit.

BnR: Frederico Varandas disse que a primeira vez que viu Silas ao vivo, na altura jogador da UD Leiria, foi em 2002, na Praça do Rossio, a festejar o título do Sporting. É possível que alguém te tenha visto quando eras mais novo a festejar algum título de campeão?

ZP: Não, porque eu fui um bocado vira-casacas enquanto chavalo. Os meus pais são benfiquistas e depois tenho dois irmãos mais velhos e quatro mais novos do que eu. Os mais novos, um é ferrenho pelo Porto, o outro é ferrenho pelo Sporting. Na altura, ainda os três grandes ganhavam campeonatos e então eu quando um ganhava, festejava com o meu irmão que fosse adepto desse clube. Eram os meus exemplos na altura, as minhas referências, e eu seguia-os. Na minha infância fui dos três grandes eheh. Mas em miúdo nunca fui assim ligado a um clube em especial.

Frederico Seruya
Frederico Seruya
"It's not who I am underneath, but what I do, that defines me" - Bruce Wayne/Batman.                                                                                                                                                O O Frederico escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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