«O Estoril-Praia SAD superou as expectativas» – Entrevista BnR com Bruno Lourenço

Professor Neca entrevista À BnR

Depois de três temporadas a morar no escalão secundário do futebol português, o Estoril-Praia SAD voltou a ter código postal na Primeira Liga. Bruno Lourenço acompanhou a ascensão da equipa da linha. Com formação de SL Benfica, admite ter tido de procurar um caminho alternativo para crescer.

– A evolução como jogador –

«Sou melhor pessoa e melhor jogador fruto do trabalho no SL Benfica».

Bola na Rede: Prolongaste a tua ligação ao clube no final do ano passado. Sentes que o Estoril é a tua Praia?

Bruno Lourenço: Estou focado no Estoril-Praia SAD. Ainda tenho mais dois anos de contrato e quero continuar a evoluir aqui. Sinto-me bem. Estou perto da minha família e dos meus amigos.

Bola na Rede: A determinado ponto, as competições europeias pareciam estar ao alcance. Chegaram a sonhar com isso?

Bruno Lourenço: Estivemos muito tempo em lugares europeus, mas, mesmo assim, estamos muito orgulhosos pelo que estamos a alcançar.

Bola na Rede: Fizeste a formação praticamente toda no SL Benfica. Normalmente, quando se está num clube da dimensão do SL Benfica há a expectativa de terminar a formação e ingressar numa equipa de alto nível e que lute por títulos. Isso acabou por não acontecer contigo. Como foi feita essa gestão de expectativas?

Bruno Lourenço: Sou melhor pessoa e melhor jogador fruto do trabalho do SL Benfica. Passar da formação do SL Benfica para o CDC Montalegre, no Campeonato de Portugal, como foi o meu caso, foi um bocado difícil. O Campeonato de Portugal foi uma competição difícil. Tive que mudar as características do meu futebol e ser muito mais agressivo. Isso fez-me crescer enquanto jogador. A seguir, no CD Aves também tive que me adaptar à realidade onde estava.

Bola na Rede: Em que aspetos sentiste diferença entre a formação do SL Benfica e a realidade em que caíste?

Bruno Lourenço:  Foi sair da minha zona de conforto. No SL Benfica tinha tudo e depois chegas a esse tipo de realidades e não tens quase nada. Mas quer no CDC Montalegre, quer no CD Aves, fui recebido com um carinho enorme.

Bola na Rede: Até porque tu és natural de Lisboa e tiveste que ir viver para longe.

Bruno Lourenço: Senti que era uma boa aventura e que era um passo gigante que ia dar. É diferente estares em casa dos teus pais e depois ires viver sozinho. Aprendi muito e tive que me desenrascar em algumas situações.

Bola na Rede: Tendo tu o rótulo da formação no Seixal, esperavas que a tua ascensão fosse mais rápida?

Bruno Lourenço: Na altura, não havia a equipa de sub-23 e era mais difícil dar o passo para a equipa B. Só ficavam os melhores. Decidi dar um passo atrás para fazer outro percurso.

Bola na Rede: No SL Benfica, acabas por partilhar balneário com jogadores que estão agora num nível muito elevado: João Félix, Rúben Dias, jogadores da geração de 99… Espanta-te que esses jogadores estejam onde estão hoje?

Bruno Lourenço: Não me espanta de maneira alguma. Conseguiram por mérito deles. Têm a sua qualidade individual. O certo é que eles fizeram o percurso deles e há outros jogadores que têm que fazer um percurso mais ao lado e esperar mais um bocado pela oportunidade.

Bola na Rede: Há algum jogador da formação do SL Benfica que te tenha encantado em particular?

Bruno Lourenço: O João Félix, quando chegou, não se conseguiu impor. Passado um ano, quando cresceu e conseguiu evoluir, via-se o perfume a qualidade dele.

Bola na Rede: Acabas por ser um dos primeiros beneficiários da criação do campeonato de sub-23. Conseguiste ter a transição ideal entre a formação e o futebol sénior com isso?

Bruno Lourenço: Penso que sim. Quando a Federação criou a Liga Revelação fez uma boa gestão. Senti que tive um crescimento e uma evolução no CD Aves, porque os minutos e os números contam muito.

Bola na Rede: Antes da Liga Revelação, já tinhas estado no Campeonato de Portugal. Viste a Liga Revelação como um passo à frente?

Bruno Lourenço: Em termos de visibilidade, sim. Era a primeira edição e as pessoas queriam saber como é que a Liga Revelação ia funcionar. Em termos de te tornares melhor jogador, o Campeonato de Portugal era o campeonato ideal para um jogador que vinha da formação. No entanto, quando fui para o CD Aves, desciam jogadores da equipa principal, o que nos dava mais experiência, porque aprendíamos com eles. Gostei de ser o primeiro a ganhar a Liga e a Taça Revelação, mas, para mim, o Campeonato de Portugal prevalecia mais do que a Liga Revelação. 

Bruno Lourenço
Fonte: Estoril-Praia SAD

Bola na Rede: A verdade é que, quando integras o futebol sénior, não saltas nenhuma etapa: Campeonato de Portugal, Liga Revelação, Segunda Liga, Primeira Liga. Em termos de gestão de carreira, tens tido o cuidado de não dares um passo maior do que a perna?

Bruno Lourenço: É importante para um jogador ter a mais-valia de passar por todos os escalões.

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Francisco Grácio Martins
Francisco Grácio Martinshttp://www.bolanarede.pt
Em criança, recreava-se com a bola nos pés. Hoje, escreve sobre quem realmente faz magia com ela. Detém um incessante gosto por ouvir os protagonistas e uma grande curiosidade pelas histórias que contam. É licenciado em Jornalismo e Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e frequenta o Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social.

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