«O meu treinador não percebia como é que eu estava na terceira divisão» – Entrevista BnR com Pedro Martelo

    Falando desde a Irlanda, onde procura a estabilidade que sempre o iludiu, Pedro Martelo está ciente de que não atingiu todo o seu potencial. É recordado como sendo o autor do golo decisivo na final do Europeu de sub-19 em 2018, mas tem total confiança de que alcançará outros objetivos. Com uma formação rica e depois de uma passagem marcante pelo Belenenses, Martelo conversou com o Bola na Rede sobre o seu percurso, o seu crescimento dentro e fora de campo e o que procura conquistar.

    «O MEU TREINADOR DISSE QUE NÃO PERCEBIA COMO É QUE UM JOGADOR COM O MEU POTENCIAL
    ANDAVA A JOGAR NA TERCEIRA DIVISÃO».

    Bola na Rede: Olá, Pedro, muito obrigado pela disponibilidade para falares com o Bola na Rede. Vamos começar pela tua experiência mais recente, como está a correr tudo pela Irlanda, no Sligo Rovers?

    Pedro Martelo: Obrigado pelo convite. Desde já, aquilo que mais chama a atenção são os resultados que não têm sido os melhores, mas tendo em conta que é uma experiência nova, não me quero deixar abalar por tal coisa, até porque eu estou basicamente na minha pré-época [na Irlanda, o campeonato começa em fevereiro e acaba em novembro], apesar de já ter alguns jogos para o campeonato.

    Felizmente consegui agora completar o meu terceiro jogo a titular e onde joguei os 90 minutos, coisa que já não me acontecia há muito tempo e foi exatamente disso que vim aqui à procura, foi de ter esse espaço, de me poder mostrar e ganhar minutos para conseguir atingir o meu potencial. Infelizmente ainda não surgiu o golo, mas tenho a certeza que isso é algo que virá com o tempo. Não é algo que eu quero estar a matutar, apesar de o ponta-de-lança viver de golos, mas até ao momento, estou muito satisfeito em estar aqui.

    Bola na Rede: Já te ia perguntar sobre essa questão; neste momento da tua carreira, o teu principal objetivo é acumulares minutos de jogo e encontrares essa estabilidade?

    Pedro Martelo: Sem dúvida. É algo que tenho já andado à procura há alguns anos, infelizmente ainda não encontrei o sítio certo. Felizmente, agora nesta meia-temporada que estou a ter, porque o campeonato aqui é diferente, quero aproveitar ao máximo os oito jogos que ainda faltam para jogar o maior número de minutos possível.

    Bola na Rede: Como é que surgiu essa oportunidade, depois de saíres do Belenenses, e hesitaste em aceitá-la ou disseste logo que sim?

    Pedro Martelo: Por acaso, foi logo o treinador daqui que contactou logo os meus empresários, ele já me conhecia das camadas jovens da seleção. Ele abordou-me e disse que não percebia como é que um jogador com o meu potencial andava a jogar na terceira divisão em Portugal então decidiu dar-me a oportunidade de vir para aqui. E eu achei que uma pessoa que me dá essa confiança, à partida é de se aproveitar e agarrar essa oportunidade.

    Bola na Rede: Como é que caracterizas o futebol irlandês, em relação ao português?

    Pedro Martelo: É muito diferente, como é que eu hei de explicar… o futebol aqui na Irlanda é muito similar àquilo que se joga em Inglaterra, é mais físico, é mais corrido, é mais contra-ataques, é mais ter de voltar para trás para defender, é tudo muito físico. Obviamente que há tática, mas não é tanto centrado na tática e no “como é que vamos fazer agora para dar a volta a este adversário”, é mais mesmo na base de termos de dar o melhor de nós e temos de dar tudo em campo.

    Bola na Rede: Dirias que é um futebol mais emotivo e menos focado no lado tático e nos papéis que um jogador tem de fazer?

    Pedro Martelo: Não é tão tático, mas é muito exigente fisicamente, essa também foi uma das razões pelas quais eu decidi vir para aqui, acho que é uma coisa que posso melhorar no meu jogo, o ser mais intenso, o estar sempre alerta, o ter de voltar mais para trás ou ir para a frente rapidamente, sempre tudo a mil. Eles aqui fazem o jogo inteiro sempre para trás e para a frente, sempre a andar e isso foi também uma das razões que me trouxe aqui.

    Bola na Rede: Ia abordar as tuas características enquanto jogador mais à frente, mas faço-o agora. Ao ver-te jogar no Belenenses, pareceu-me seres tecnicamente bastante evoluído, mas também descias para apoiar a construção de jogo, caías para a ala para fazeres cruzamentos, seguravas a bola como um pivot; ou seja, tens bastantes características enquanto jogador, mas achas que estas podem ser subvalorizadas se não traduzires isso em golos?

    Pedro Martelo: Sem dúvida, isso acontece em qualquer avançado, por muito bom que seja, aquilo que lhe pedem sempre é golos. Não importa se faz três túneis e três cabritos num jogo se, no final de contas, não fizer golos não está a fazer o seu trabalho. Claro que eu me preocupo muito com o golo, é sem dúvida o meu objetivo para o jogo, fazer golo e ajudar a equipa a ganhar. Mas eu gosto muito de me focar também naquilo que é tentar ajudar a equipa ao máximo que eu consigo, tanto a segurar a bola, como a vir buscar a bola, a fazer a assistência, não tenho problemas nenhuns em fazer esses papéis.

    «SEMPRE QUE TINHA OPORTUNIDADE IA À BOLA E APROVEITAVA PARA SER O PROTAGONISTA».

    Bola na Rede: Passando para o início da tua carreira, vens de uma família de futebolistas e também alentejana, muitos com passagens pelo Lusitano de Évora, onde tu começaste a formação – desde pequeno já era um dado adquirido de que seguirias as pisadas da tua família no futebol?

    Pedro Martelo: Sempre tive uma paixão pelo futebol desde pequenino. O meu pai nunca chegou a alcançar o profissional, mas jogava sempre nas distritais e eu lembro-me perfeitamente que adorava ir ver os jogos do meu pai, ia aos treinos, jogava à bola com os filhos dos colegas do meu pai. Sempre que tinha oportunidade ia à bola e aproveitava sempre para ser o protagonista [risos]. Sempre foi uma coisa que eu tive ciente desde muito novo, foi que gostava de ser jogador de futebol.

    Bola na Rede: Falando da influência da tua família, és obviamente conhecido por Pedro Martelo, apesar de te chamares Pedro Correia, mas o nome Martelo vem mesmo dos teus familiares, certo?

    Pedro Martelo: Sim, tem a ver com o meu primo [Vítor Martelo] que está agora no Lusitano de Évora e desde pequenino que tinha uma grande relação com ele. Ele era conhecido pelo Martelo e quem era da geração dele conhecia-me como o primo do Martelo e lá está, sabes como são os miúdos. Os mais velhos conheciam-me como o primo do Martelo, então eu quis ficar com o nome.

    Bola na Rede: Qual é a memória mais antiga que tens do futebol?

    Pedro Martelo: A memória mais antiga? Eu consigo lembrar-me de vagos momentos, por exemplo quando fui treinar ao Benfica ainda com seis anos, lembro-me ainda de alguns momentos do treino, de estar lá e de ver aquilo pela primeira vez, ainda me lembro disso.

    Bola na Rede: Falando sobre a tua formação, começaste no Lusitano de Évora e com 12 anos vais para o Benfica – já lá tinhas feito alguns treinos, mas aí vais definitivamente para lá –, como é que te adaptaste a essa mudança de realidade?

    Pedro Martelo: Era algo que eu queria alcançar, mas não estava à espera que fosse tão cedo. Felizmente foi no ano em que mudámos de futebol de sete para futebol de 11. Eu era maior que os outros, tinha mais força, consegui destacar-me muito naquilo que foi a mudança de sete para onze. Para muitos custa por ser mais exigente, mas eu tinha uma boa genética, já era grande, mais forte e consegui adaptar-me muito bem.

    Lembro-me que nessa altura fiz muitos golos e, entretanto, surgiu o interesse do Benfica. Eu fui treinar à equipa e mudei-me mesmo no meio da época, coisa que não foi fácil porque continuei a estudar em Évora, ia para o centro de estágios, acho que três vezes por semana, faltava a um treino e ia a outros três e jogava no fim-de-semana. Ou seja, era um bocado duro ao início, tendo em conta que tinha de estudar, chegava a casa quase à meia-noite, depois de treinar. Foi um meio ano um bocado complicado. Felizmente, no ano a seguir, já fui para lá, fiquei a viver numa família de acolhimento e a partir daí foi tudo muito mais tranquilo.

    Bola na Rede: Sobre a formação no Benfica, eu já tive a oportunidade de entrevistar Pedro Mil-Homens, provavelmente já o conheceste.

    Pedro Martelo: Sim.

    Bola na Rede: Desde 2017 que é o diretor-geral da formação do Benfica e ele defende que deve valorizar-se muito, antes da formação enquanto jogador, a formação do atleta enquanto homem – sentiste essa vertente mais humana quando estiveste na formação do Benfica?

    Pedro Martelo: Sim, não só no Benfica, mas em geral, todos aqueles que se dedicam a jogar futebol desde muito cedo e que deixaram as famílias para trás para seguirem esse sonho, acho que inconscientemente se cresce mais rápido, enquanto homem. Claro que o Benfica dá as condições todas que uma pessoa precisa, mas senti uma grande diferença, que já tinha as minhas provas de responsabilidades e senti que nesse momento também cresci um bocado mais rápido.

    Bola na Rede: Depois do Benfica, segues para Espanha, para o Deportivo, quando ainda só tens 16 anos – ao enfrentares diferentes realidades desde muito jovem, como é que isso te ajudou a crescer como pessoa e como jogador?

    Pedro Martelo: A minha mudança para Espanha é algo que eu nunca me vou arrepender, acho que foi um passo muito bem dado e foi uma experiência enorme porque, desde cedo, pude aprender também outra cultura, outro futebol e outra realidade e isso ajudou-me muito nessa fase da minha vida e mesmo hoje em dia me continua a ajudar porque muito do meu futebol se deve àquilo que aprendi em Espanha.

    «ANTES DE ENTRARMOS EM CAMPO, NA RODA, METÍAMOS UMA MÚSICA E A MALTA COMEÇAVA A DANÇAR».

    Bola na Rede: Passando para um dos momentos pelos quais és mais conhecido, no Europeu de sub-19 de 2018, foste o talismã de Portugal, ao marcares na meia-final à Ucrânia e depois ao marcares o golo decisivo na final contra a Itália – foi o momento mais feliz da tua carreira?

    Pedro Martelo: Até ao momento, tenho de dizer que sim. Sempre disse que não queria ser lembrado como o jogador que tinha marcado esse golo. Lembro-me perfeitamente, logo na semana a seguir, sempre dizia que não queria ser lembrado por isto, queria fazer mais coisas e ir mais além. Sem dúvida que, até agora, as coisas não têm estado a correr como eu desejava, mas tenho a certeza que um dia mais tarde, vou ser conhecido por isso e por muitas outras coisas.

    Bola na Rede: Sobre o facto de ainda não teres deixado esse rótulo de seres o autor do golo decisivo na final desse Europeu, às vezes sentes-te frustrado por não teres atingido outros objetivos, ou estás ciente que, com trabalho, os vais acabar por atingir?

    Pedro Martelo: Sem dúvida, claro que, ao ver muitos dos meus colegas a subirem de patamar… praticamente todos os meus colegas que saíram daquela seleção estão em patamares muito elevados. Isso é algo que me deixa, não triste, não frustrado, eu pessoalmente fico muito feliz porque criei lá muitas boas amizades e fico muito feliz por eles, mas claro que eu também ambiciono algo para mim. É uma coisa que só me dá mais vontade de continuar a trabalhar e de ter a certeza que, com o trabalho e com o continuar a acreditar, que mais tarde ou mais cedo vou lá chegar.

    Bola na Rede: Falando desse colegas, conviveste com jogadores que já vingaram em grandes palcos como Jota, Florentino, Francisco Trincão ou Diogo Costa – tens alguma história de balneário curiosa que possas partilhar desses tempos?

    Pedro Martelo: Já lá vão alguns anos… que me consiga lembrar, lembro-me perfeitamente do ritual que a gente tinha. Era um ritual que era uma coisa assim um bocado assustadora, hoje em dia, em cada balneário que passo e penso nisso, penso “como é que fazíamos aquilo antes dos jogos?”. Antes dos jogos, tínhamos sempre a nossa música, que ficou marcada no nosso Europeu e mesmo antes do jogo, antes de entrarmos em campo, na roda [risos], metia-se essa música e a malta começava a dançar e era algo mesmo fora do normal porque era naquele momento que todos estão concentrados e a nossa maneira de nos ligarmos para o jogo era mesmo assim. Calhava a todos, acabar por dançar na rodinha e essa é a história mais marcante que eu tenho.

    Bola na Rede: Era uma maneira de, antes do jogo, em vez de ficarem tensos e nervosos, de se libertarem naquele momento e depois também se libertarem dentro de campo.

    Pedro Martelo: Sem dúvida, eu hoje em dia sinto que até precisava de fazer isso antes dos jogos porque aquilo aliviava-nos mesmo. Tínhamos um grande ambiente entre nós, sabíamos que ali estávamos entre família e não era por estar a dançar que éramos menos ou mais sérios, aquilo ajudava-nos mesmo a unirmo-nos ainda mais e a ganhar ainda mais confiança para o jogo.

    Bola na Rede: Qual era a música que tocavam?

    Pedro Martelo: Ah, eu não sei o nome. Posso pesquisar aqui muito rápido, ou não vale a pena?

    Bola na Rede: Depois da entrevista dizes-me.

    Pedro Martelo: Ok.

    «NO BELENENSES TIVE UM DOS MELHORES BALNEÁRIOS QUE APANHEI E ISSO FOI A CHAVE PARA AS NOSSAS CONQUISTAS».

    Bola na Rede: Passando para a época passada, quando estiveste no Belenenses, como já te disse, notava-se que eras um jogador evoluído tecnicamente e até começas a época como titular, mas foste perdendo esse lugar ao longo da época. O que é que achas que faltou para seres titular com mais regularidade?

    Pedro Martelo: Isso é uma pergunta complicada. Como é óbvio, gostava de ter alcançado esse estatuto de titular indiscutível porque fui para lá com esse objetivo, com a total confiança do míster porque já tínhamos trabalhado juntos [no Amora]. As coisas começaram muito bem. Entretanto, na quarta jornada já comecei a ser segunda opção… não tenho mesmo grande resposta para isso, sinceramente. Talvez, fazer mais golos ou o que quer que seja, mas também não tive esses jogos todos a titular para alcançar os números que desejava. 

    Bola na Rede: Ainda assim, o Belenenses chega à fase de subida da Liga 3 e a equipa era considerada como uma das menos favoritas a conseguir a subida de divisão e depois acaba por ir à final da competição – o segredo dessa equipa esteve no balneário e também nos adeptos?

    Pedro Martelo: Sem dúvida. O Belenenses é um clube enorme, ninguém tem dúvidas disso, mas aquilo que a gente construiu lá dentro também foi uma coisa muito bonita. Guardo muito boas memórias do ano passado, sem dúvida que foi um dos melhores balneários que apanhei e isso foi a chave para aquilo que foram as nossas conquistas. Apesar de toda a gente estar contra nós, nós tínhamos a certeza de que conseguíamos fazer aquilo que queríamos, que era alcançar o objetivo de subir à Segunda Liga e felizmente conseguimos.

    Bola na Rede: Quando o Belenenses garantiu essa subida, apesar de não seres muitas vezes titular aos longo da época, eras dos jogadores mais felizes nos festejos – excluindo o Europeu de sub-19, este é a conquista da tua carreira de que mais te orgulhas?

    Pedro Martelo: Sem dúvida, foi uma grande conquista na época passada porque éramos um bocado um patinho feio, toda a gente achava que a equipa não tinha isto ou não tinha aquilo, os outros tinham grandes investimentos, tinham jogadores a receber “x” e a receber o outro, mas como já ouvi muitas vezes, a mala de dinheiro não mete a bola lá dentro. Por isso, agarrámo-nos àquilo que tínhamos e claro que foi um dos momentos mais felizes da minha carreira.

    Bola na Rede: Falando ainda sobre esse balneário, vou-te fazer uma pergunta que já fiz, mas agora aplicada ao Belenenses: tens alguma história curiosa que possas partilhar dessa época?

    Pedro Martelo: Do Belenenses tenho muitas histórias e são muito recentes. Tenho tantas histórias que agora assim de repente para escolher uma… Uma que posso dizer, que foi um momento muito engraçado: havia malta que ficava mais um bocado de tempo no campo ou ia para o fisioterapeuta e não estava no balneário [risos] e houve uma vez que pegámos num manequim, metemo-lo no balneário e com a roupa de um colega nosso, vestimos a roupa dele no manequim, mesmo com os sapatos e tudo. Isso foi muito engraçado e foi mesmo o rir.

    Bola na Rede: Desde que terminaste a formação, em 2017, já passaste por oito clubes; achas que o Sligo Rovers, em comparação com o Belenenses, é um local onde tens mais hipóteses de ganhares estabilidade?

    Pedro Martelo: Sem dúvida, o meu objetivo está em ficar aqui para o ano, é algo que ainda não tenho a certeza se está confirmado, ou seja, basta fazer 50% dos jogos deste ano que o meu contrato estende-se pelo menos durante mais um ano e de certeza que para lá caminha, por isso, a minha cabeça está completamente aqui e eu quero agarrar a oportunidade e devolver a confiança que me estão a dar para poder deixar aqui uma marca.

    Bola na Rede: Esta acaba por ser a tua primeira experiência num Primeira Divisão nacional, pensaste que esta também poderia ser uma hipótese de alcançares as competições europeias?

    Pedro Martelo: Sim, um dos nossos grandes objetivos para esta época era mesmo esse. Infelizmente, num jogo que podíamos ter dado um bocadinho mais, ficámos de fora. Era um jogo da Taça, porque quem a ganha consegue entrar como 4º classificado nas competições europeias, mas isso já foi. Agora, o objetivo é tentar fazer o máximo de pontos até ao final e para o ano logo entramos nessas contas. É um dos meus objetivos, tanto meus como do clube.

    Bola na Rede: Vamos terminar a entrevista com uma série de perguntas para resposta rápida. Atualmente qual é o teu treinador de futebol favorito, ou aquele cuja equipa mais gostas de ver jogar?

    Pedro Martelo: Essa é fácil, Pep Guardiola.

    Bola na Rede: Qual é o campeonato nacional que mais gostas de seguir?

    Pedro Martelo: Liga espanhola.

    Bola na Rede: Jogador favorito da atualidade?

    Pedro Martelo: Agora apanhaste-me.

    Bola na Rede: Podes dizer mais do que um, se quiseres.

    Pedro Martelo: Não sei responder porque, lá está, não tenho assim uma equipa que eu torça mesmo, eu gosto mesmo de ver futebol em geral. Um dos jogadores que mais gosto de ver jogar hoje em dia é o Rafael Leão. Gosto muito de o ver jogar.

    Bola na Rede: Quem foi o teu ídolo de infância, ou aquele que mais te inspirou para a tua posição?

    Pedro Martelo: Mario Gómez.

    Bola na Rede: No ano passado, pelo Belenenses, marcaste um golo de pontapé de bicicleta contra a Académica – esse e o golo na final do Europeu de sub-19 são os favoritos da tua carreira?

    Pedro Martelo: Sim, mas também tenho um golo, que infelizmente não está muito bem gravado porque foi no estádio da Covilhã, foi pela Seleção, contra Cabo Verde, acho que foi nos sub-20, se não me engano. E é um golo que me marcou muito também porque gostei muito do golo.

    Bola na Rede: Como é que foi o golo?

    Pedro Martelo: O golo foi, quase a chegar à linha de fundo, um bocado depois do bico da área, como quem está para cruzar, só que em vez de cruzar, eu piquei a bola e a bola entrou ao segundo poste, na malha lateral.

    Bola na Rede: Sobre o golo contra a Académica, aquilo surgiu em algo que treinaste, ou foi algo que surge num milésimo de segundo e que decides tentar?

    Pedro Martelo: Aquilo é algo que sai naturalmente. Por acaso, já que perguntas isso, é mesmo estranho, não dá para explicar aquilo que se passa naqueles milésimos de segundo. Quando vejo a bola, acho que é o Wagner [Pina] que cruza a bola para o Flavinho, ele vai a chutar a bola e antes de o Flavinho estar a chutar a bola, eu estava a pensar já que a bola vem para mim, de ressalto, e eu vou receber a bola para cima e fazer o pontapé de bicicleta. Já estava a pensar em fazer aquilo enquanto a bola ainda estava a vir do cruzamento e eu estava a ver o Flavinho a ir para a bola. Já estava a pensar em fazer isso e fiz e felizmente saiu bem.

    Bola na Rede: E, para terminar, qual é o teu maior sonho no futebol?

    Pedro Martelo: Neste momento, o meu maior sonho no futebol é que um dia gostava de jogar a Champions League, por exemplo. Desde já, o meu objetivo é alcançar aqui as competições europeias, é algo que ambiciono muito.

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    Afonso Viana Santos
    Afonso Viana Santoshttp://www.bolanarede.pt
    Desde pequeno que o desporto faz parte da sua vida. Adora as táticas envolvidas no futebol europeu e americano e também é apaixonado por wrestling.