«Se me perguntares se gostava de integrar a equipa técnica de um Guardiola, Klopp, Zidane… Quem é que não gostava?»- Entrevista BnR com Silvino Louro

«Tenho muitos jogadores que me impressionaram na minha carreira de treinador. Mas há dois que se destacam: o Ibra e o Cristiano»

 

Bola na Rede: Vamos agora passar para a tua carreira de treinador. Estiveste em algumas das melhores equipas do mundo, apanhaste grandes craques… Há algum jogador que te tenha impressionado? Que se tenha destacado de todos os outros?

Silvino: Tenho muitos. Mas há dois que se destacam: o Ibra [Zlatan Ibrahimovic] e o Cristiano [Ronaldo]. ‘Madre mia’… o Cristiano a trabalhar… “pimba, pimba”… o homem pegava na bola quando o treino acabava e ficava ali a marcar livres. É um jogador que qualquer treinador quer ter na sua equipa. E depois, o Ibra. Meu Deus, ele às vezes, devido à sua estrutura física, fazia coisas incríveis. E tive a oportunidade de trabalhar com ele no Inter de Milão e no Manchetser United. E depois houve outros grandes jogadores, com uma qualidade técnica e táctica impressionantes. Olha como era aquela equipa do Inter de Milão [em 2009/2010]. Era uma super-equipa: Zanetti, Cambiasso, Walter Samuel, Lúcio, Júlio César, Maicon, Eto’o… “eish”…

Bola na Rede: E ainda contaram com um ponta de lança que fez uma época do outro mundo. A época da sua vida…

Silvino: O [Diego] Milito…

Bola na Rede: Exatamente…

Silvino: Só havia lá um maluco. O Baloteli…(risos) esse era um cromo… um cromo no bom sentido, claro (risos). Agora parece que vai jogar para a quarta divisão… é um maluco.

Bola na Rede: Mas vamos só falar um bocadinho do Ibrahimovic, que é um jogador que não deixa nenhum adepto indiferente. Apesar de ser um extraordinário jogador, não deve ser fácil lidar com ele… 

Silvino: Eu tinha uma relação com ele… dez estrelas. Mas ouve: ele é muito inteligente. E, sobretudo, muito humilde. Tem aquela imagem e as pessoas acham que ele tem um ego muito grande, mas isso não é verdade. Claro que diz aquelas coisas: “Olha lá, tu tens de nascer trinta vezes para teres o dinheiro que eu tenho na conta bancária…” (risos). Mas é um tipo espetacular.

Bola na Rede: Podemos dizer que o Inter de 2009/2010, treinado por José Mourinho, foi a melhor equipa onde estiveste em toda a tua carreira como treinador?

Silvino: Claramente. Era uma grande equipa e um balneário fabuloso – uma autêntica família. Aqueles jogadores só queriam ganhar e ganhar.

Bola na Rede: Começaste a trabalhar com o José Mourinho quando ele estava no FC Porto. E acompanhaste-o depois no Chelsea, Real Madrid, Inter de Milão e Manchester United. É um percurso de 17 anos, recheados de títulos.

Silvino: Ganhei 28 títulos, em 17 anos. Agora, para o Tottenham já não fui. O Nuno Santos é agora o treinador de guarda-redes. É um rapaz que também é de Setúbal e a quem eu também transmiti muitas coisas

Bola na Rede: O José Mourinho transmitiu-te que queria um elemento novo na equipa técnica… Ficaste surpreendido com esta decisão?

Silvino: Não, não. São situações que acontecem, que fazem parte do futebol. O mister tomou esta decisão, pronto. Não se passa rigorosamente nada de diferente… foi apenas uma opção do José Mourinho. E não vou voltar a falar disso porque não vale a pena.

Bola na Rede: E amigos como dantes?

Silvino: Sim, falamos quase todos os dias, por mensagem. Ainda ontem nos fartámos de rir de umas mensagens que trocámos. É assim, tranquilo. Coisas do futebol que não alteram relações pessoais. E eu, ainda por cima, tenho uma máxima: “No prato onde comi, não cuspo”. Eu só tenho a agradecer ao Zé…

Bola na Rede: E agora? Há por aí algum treinador com quem gostasses de trabalhar?

Silvino: Se surgir um bom projeto, aceito. Se me perguntares se gostava de integrar a equipa técnica de um Guardiola, Jurgen Klopp, Zidane… quem é que não gostava? Mas não quero destacar ninguém. Não podemos faltar ao respeito às pessoas que, neste momento, estão a trabalhar com essas pessoas.

João Amaral Santos
João Amaral Santoshttp://www.bolanarede.pt
O João já nasceu apaixonado por desporto. Depois, veio a escrita – onde encontra o seu lugar feliz. Embora apaixonado por futebol, a natureza tosca dos seus pés cedo o convenceu a jogar ao teclado. Ex-jogador de andebol, é jornalista desde 2002 (de jornal e rádio) e adora (tentar) contar uma boa história envolvendo os verdadeiros protagonistas. Adora viajar, literatura e cinema. E anseia pelo regresso da Académica à 1.ª divisão..                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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