FC Porto of London | O sentimento Dragão das quatro linhas para as quatro paredes

    O Bola na Rede esteve em Londres para acompanhar o Arsenal x FC Porto para a Liga dos Campeões e resolveu também fazer uma reportagem extra.

    «O que há de especial nesta casa do FC Porto? A mística e o valor que damos ao símbolo que carregamos ao peito», assim terminou a conversa entre o Bola na Rede e Álvaro Martins, presidente do FC Porto of London. Uma reflexão sobre o número 82 do Landon Road, já para lá do Rio Tamisa. Saio do metro e caminho com a bússola intuição ligada. No cantinho da orelha, ouve-se cada vez mais alto: «Puorto, Puortoooo, Puortooooo». E aí estava. No sul do coração de Londres, uma artéria azul e branca que bombeava cânticos coletivos do FC Porto, com uma cerveja na mão e o dragão no corpo. Batiam as 15h49, já era algo tarde, pois os adeptos iam deixando o conforto e a conversa para rumar ao Estádio Emirates.

    Entrei. À medida que caminhava para o bar sem grandes obstáculos, os olhos perseguiam os vários elementos associados ao clube azul e branco: quadros, fotos, camisolas emolduradas (com uma matrícula “Tio FCP”) e um memorial a José Maria Pedroto, o principal embaixador desta filial. Os cânticos, nascidos agora do sistema de som do espaço, continuavam a habitar nos ouvidos. Ao lado da entrada, escondia-se uma pequena passagem para uma divisão inferior, que combinava mais recordações com vários troféus.

    Resolvi pedir um café com um «era» e uma entrevista rápida ao responsável. Entrou a portugalidade em ação. «Era um café? Olhem [anuncia em voz alta para os restantes colaboradores] éramos para tirar um café, mas já não é preciso», atirou o empregado para o ar. E com os dentes a espreitarem, ainda acrescentou: «Só por causa dessa são 11 libras». Coisas da inflação. Pousei o café num canto ao meu lado esquerdo e conversei com o presidente da casa, Álvaro Martins, que começou por recordar as raízes. «Os presidentes fundadores tinham uma equipa de futebol e aproveitaram a vinda do José Maria Pedroto à casa do FC Porto, com quem eram amigos. Ele telefonou a Jorge Nuno Pinto da Costa para formar a casa do FC Porto of London e assim foi fundado a 14 de fevereiro de 1984».

    Um ano depois, o FC Porto de Londres conquistou o Dragão de Ouro de Melhor Filial na segunda edição da gala, um prémio que também venceu em 2018. No entanto, a inauguração oficial da casa seria realizada a 4 de junho de 1995, com a presença de Sir Bobby Robson (na altura treinador do FC Porto). Ao longo da sua história houve vários momentos marcantes como: o Diploma de Mérito da Comunidade Portuguesa (1998), visita de Pinto da Costa (2004), formação da equipa de futebol FC Porto of London (2006) que venceu vários troféus nos diversos escalões (Taça de Londres, Liga, Liga dos Campeões da LSL, por exemplo) e mais recentemente, os 40 anos da casa, que vai ser comemorado numa gala no dia 23 de março em Battersea.

    A conversa continuou e Álvaro Martins destacou que a preparação para o Arsenal x FC Porto começou logo no fim-de-semana, contando com a presença de adeptos de vários países. «Canadá, Argentina, Nigéria, Alemanha, etc…», enumerou. Sobre o dia D, disse: «Hoje já tivemos mais de 400 pessoas e estamos muito satisfeitos. Jogando o FC Porto em Londres, tínhamos de ser os embaixadores do FC Porto. A casa vai estar completamente cheia, já estamos esgotados. Mas as pessoas podem aparecer na mesma, há sempre espaço para mais um». Surgiu-me um pensamento. E em Inglaterra? O dragão também reinaria o coração dos ingleses?

    «Temos cerca de 20 sócios ingleses. Também têm direito a bilhetes [vendem bilhetes e também vários produtos de merchadising, como camisolas, chapéus e cahecóis], porque gostam do FC Porto. Têm os seus clubes, mas gostam do FC Porto. Esta casa é um lugar da comunidade. Não temos só pessoas de Portugal, temos de todo o lado», apelou Álvaro Martins. Em dia de Arsenal x FC Porto, houve também um comentário de Álvaro Martins e Ricardo Batalha (vice presidente, que também colaborou) sobre o jogo, que segue respetivamente.

    1) «Vai ser um jogo difícil, mas temos de fazer as tripas de coração, vestir o fato macaco e estarmos concentrados durante 90 minutos. Trabalhar arduamente» e 2) «Hoje vai ser 2-1 para o FC Porto. Vai ser um jogo defensivo claro, mas vamos matá-los no contra-ataque». Termina a conversa, veio o aperto de mão, o balançar da cabeça de cima e para baixo em validação e depois para o lado à procura dos seus compatriotas. Alistou os restantes adeptos como se fossem para a guerra e partiram em marcha para o campo de batalha. O FC Porto jogou, como sabem, contra o Arsenal às 20h00 e o relógio caminhava a passos largos.

    Segundo diz o site oficial do FC Porto of London, o projeto nasceu com o objetivo de criar uma equipa de futebol e tornou-se numa associação sem fins lucrativos onde «os diretores e todo o pessoal oferecem o seu tempo de forma voluntária», no sentido de «envolver a comunidade portuguesa». Não importa a nacionalidade ou qualquer outro aspeto, conectam-se com base num ponto comum: o FC Porto. Se for para cair, caem juntos. E lá iam eles, depois de uma festa e camaradagem na sede, a caminho do Estádio Emirates, onde de facto iriam cair mesmo nos esforços finais.

    Fonte: Diogo Reis / Bola na Rede
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    Diogo Lagos Reis
    Diogo Lagos Reishttp://www.bolanarede.pt
    Desde pequeno que o desporto lhe corre nas veias. Foi jogador de futsal, futebol e mais tarde tornou-se um dos poucos atletas de Futebol Freestyle, alcançando oficialmente o Top 8 de Portugal. Depois de ter estudado na Universidade Católica e tirado mestrado em Barcelona, o Diogo está a seguir uma carreira na área do jornalismo desportivo, sendo o futebol a sua verdadeira paixão.