«O clube acabou por ficar refém das atitudes dos jogadores» – Villa Athletic Club

    Muito já foi debatido sobre o Villa Athletic Club. Na ordem do dia está o jogo deste fim de semana, em que o clube fundado em junho deste ano se apresentou em campo com apenas 12 elementos e sem qualquer membro da equipa técnica. O Bola na Rede falou com uma fonte próxima do plantel do Villa e tentámos perceber a fundo o que realmente se passou no clube.

    O projeto era ambicioso e, aparentemente, com um plano estruturado. Segundo as palavras do elemento ligado aos jogadores, o Villa decidiu competir na AF Portalegre uma vez que este «parecia ser o caminho mais acessível para o projeto crescer de forma rápida, com poucas equipas e com uma competitividade baixa».

    Contrariamente a algumas notícias que foram publicadas, o que nos foi dito é que «os salários em atraso não apareceram logo no início do projeto. Apesar de existirem apoios financeiros e até alguns investidores interessados, o dinheiro acabou por não entrar ao ritmo esperado e, nos primeiros meses, foram os membros da direção que pagaram os salários e outras despesas do dia a dia». O que é certo é que, agora, «e com tudo o que se passa à volta do clube, dificilmente os potenciais interessados continuarão disponíveis» para investir no Villa.

    Sobre este braço de ferro entre a direção e o plantel, esta fonte menciona que em meados de setembro, e «face à dificuldade em encontrar recursos financeiros», a direção do clube fez uma reunião com todos os jogadores e informou da «necessidade de uma reestruturação salarial para garantir a capacidade de cumprimento salarial», algo que foi visto pelos jogadores – e não só – com desagrado.

    Na passada quarta-feira, dia 12 de outubro, tudo ainda ficou mais complicado para o Villa. Os orgãos sociais despediram o diretor-desportivo, Pedro Campos Ribeiro e, no dia seguinte, reuniram com os jogadores – que não treinam desde o início de Outubro – para discutir o futuro do projeto. Depois da falta de comparência no primeiro jogo da temporada, a segunda falta consecutiva seria motivo imediato de exclusão do clube das competições e, para a direção, isso seria algo a evitar.

    Porém, o capitão de equipa, Edinho, «não aceitou jogar no domingo» e todo o plantel acabou por ficar do lado do internacional português. Assim e segundo a nossa fonte: «o clube acabou por ficar refém das atitudes dos jogadores» e tudo apontaria para o fim da época desportiva do Villa, quatro meses depois da fundação.

    Na sexta-feira, dia 14, foi feita uma última tentativa para que os jogadores fossem a jogo, mas a resposta continuou a ser “Não”. Assim, o Villa comunicou à AF Portalegre que não iria comparecer no domingo, no jogo frente ao O Elvas CAD.

    Contudo, no domingo, os 12 jogadores inscritos pelo clube na AF Portalegre apresentaram-se em campo com os equipamentos emprestados pelo GD Samora Correia e, mesmo sem equipa técnica inscrita e no banco, venceram o clube de Elvas por 2-0. Esta decisão dos jogadores foi tomada «sem o conhecimento da direção do clube».

    O facto do jogo ter ocorrido e nestes moldes acaba por ser de difícil compreensão, uma vez que a documentação necessária para a realização do jogo poderá não ter sido entregue, já que, segundo a Rádio Portalegre, o diretor desportivo que tinha sido despedido, pediu ao Elvas uma ficha de jogo para preencher. Fica também por explicar como é que foi permitido pela equipa de arbitragem a ida a jogo de uma equipa sem qualquer treinador no banco (Meyong não estava inscrito) e como é que as autoridades permitiram que alguém da bancada que não estava na ficha de jogo entrasse várias vezes em campo para assistir os jogadores do Villa.

    Quem é Pedro Campos Ribeiro?

    A figura que sobressai desta história é Pedro Campos Ribeiro. Antigo diretor desportivo do clube que, segundo as suas redes sociais, também gerencia a carreira de alguns jogadores.

    Como dito anteriormente, e apesar do plantel contar com cerca de 24 jogadores, apenas 12 jogadores estavam inscritos na AF Portalegre. Num momento em que o clube ainda tinha verbas provenientes da direção, a meio do mês de agosto, Pedro Campos Ribeiro terá alegadamente ficado responsável pela inscrição de jogadores e equipa técnica, encabeçada por Meyong.

    Contudo, o primeiro jogador «apenas foi inscrito já em meados de setembro» e, até agora, metade dos jogadores estavam fora da lista de disponíveis. No jogo do passado domingo, nem Meyong pode estar no banco, uma vez que também não figurava nas listas do clube.

    Pedro Campos Ribeiro acabaria por ser despedido do Villa no dia 12 de outubro. No entanto, este despedimento não o impediu de estar presente no domingo e de, segundo a Rádio Portalegre, foi ele que tratou da parte burocrática do encontro da Taça da AF Portalegre.

    Há duas temporadas, esteve ao serviço do RD Águeda, nas distritais da AF de Aveiro, de onde saiu a meio da temporada devido «outros desafios», segundo Rui Anjos, presidente do Águeda. Segundo o diretor máximo do clube, a saída de Campos Ribeiro acabou por pesar nos cofres do clube, uma vez que «muitos dos investidores que [Pedro Campos Ribeiro] tinha trazido para o clube acabariam por sair também».

    Até à publicação desta notícia, o Bola na Rede tentou por diversas vezes contactar o antigo diretor-desportivo do Villa, mas não obteve qualquer resposta.

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    Vítor Miguel Gonçalves
    Vítor Miguel Gonçalveshttp://www.bolanarede.pt
    Para Vítor, os domingos da sua infância eram passados no velhinho Alvalade, com jogos das camadas jovens de manhã, modalidades na nave e futebol sénior ao final da tarde.