Ricardo Andrade deixou a marca das suas luvas no futebol português pelas exibições que, entre outras, fez diante de Benfica e Sporting ao serviço do Moreirense.
Contra o Benfica, defendeu uma grande penalidade apontada por Lima; contra o Sporting, foi um dos responsáveis pela eliminação leonina da Taça de Portugal (fez grande exibição, estando, inclusive, no início da jogada do golo que ditou a vitória cónega no prolongamento).
Tudo na época 2011/12, em que o adepto comum de futebol português reconhecia aquele guarda-redes moreno, de careca reluzente e que emanava experiência e frieza.
A frieza que revelava, e ainda revela, entre os postes, porém, contrasta com a forma calorosa como falou com o Bola na Rede sobre tudo o que viveu numa carreira que vai longa, mas que está longe de estar terminada.
Essa carreira, de 19 anos de profissional, começou a ser construída no bairro da Gardénia Azul, zona Oeste do Rio de Janeiro, embaixada de Jacarepaguá e teve como pilares não só a vontade e o talento de Ricardo, mas também as figuras da mãe, o seu verdadeiro ídolo, da sua mulher, Ana, que «em 2009, num período muito difícil em que eu sempre dizia que este seria o último treino, continuava dizendo “acredita mais um pouco, que as coisas podem mudar!”», Roberto Tigrão, «responsável pela vinda para Portugal» e Cacau.
Não, não é o fruto do cacaueiro. É o apelido de Antônio Carlos do Monte. Uma pessoa incontornável na carreira e na vida do ex-guarda-redes do Moreirense, alguém que, assume, nunca poderá deixar de referir – «foi o meu primeiro treinador, lá no Jacarepaguá FC. Ele me fez acreditar que era possível sair da minha comunidade e ganhar o mundo».