5 Guarda-redes prontos para dar o salto

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    Sou o Gonçalo Xavier, gestor da página de guarda-redes A Última Barreira. Foi-me proposto que fizesse um top de promessas para futuros melhores guarda-redes do mundo, mas alargou-se para guardiões mais desconhecidos e para os melhores guarda-redes jovens a actuar em Portugal. Sem mais demoras, começo pelo top-5 de “Desconhecidos” que merecem outros voos:

    Lukas Hradecky (Brondby/Finlândia)

    Aos 25 anos (faz 26 ainda este ano), já não caminha para novo e o rótulo de promessa tem desvanecido com o passar do tempo. Com vasta experiência em clubes na Dinamarca, o guardião de 1.90m já passou pelo Esbjerg e actualmente joga no histórico Brondby. Curiosamente seguiu para o actual clube depois de uma exibição monstruosa que culminou numa vitória da sua antiga equipa. Com 15 internacionalizações, divide a baliza da selecção principal com outro guardião, que joga na segunda liga holandesa pelo VVV.

    Não é um guarda-redes com muita capacidade de bloqueio, preferindo desviar a bola. Possui uma postura muito ofensiva no jogo, ou seja, a maioria das vezes afasta-se da linha de golo de forma a cortar o máximo possível o ângulo ao adversário. Usa bastante a sua agilidade para grandes defesas, sempre com o desvio em mente. Parece talhado para uma equipa que defenda mais, os tais “guarda-redes de engate”, mas penso ter potencial para algo mais. Uma boa opção para alguns clubes europeus, mas, se não der o salto rapidamente, terá tendência para estagnar a sua evolução.

    Hradecky tem qualidade a mais para a liga dinamarquesa Fonte: Facebook do Brondby
    Hradecky tem qualidade a mais para a liga dinamarquesa
    Fonte: Facebook do Brondby

    Roman Bürki (Friburgo/Suiça)

    Uma das revelações da Bundesliga. Pertence a um clube que está “aflito” para se manter na primeira divisão. Faz 25 anos ainda em 2015, mas está numa situação diferente. É, efectivamente, uma promessa do futebol Mundial, e teve esta época a primeira experiência numa liga mais competitiva (chegou do Grasshoppers, da Suíça). Excedeu as expectativas até dos mais crentes. Que época soberba que está a fazer e, se o Friburgo não desceu já de divisão, bem que pode agradecer ao suíço.

    Com 1.87m, é elegante em tudo o que faz. Se defende bem em cima da linha, também o faz fora dos postes. Forte nos cruzamentos, sai pela certa apenas e define bem. Agressivo nas saídas aos pés dos adversários, é difícil de ultrapassar. A sua personalidade e postura em campo gera desconforto ao adversário, encarando-o de frente e não se escondendo do encontro em nenhuma ocasião! Tendo um historial de equipas “fracas” e de contextos competitivos de baixo nível, aprimorou a arte de ser massacrado. E dá-se muito bem com isso, portanto a mudança para um nível de equipa grande podia ser difícil. A sua equipa actual tem pouca pressão para obter resultados. Estará tudo bem se sofrer um golo, apesar de fazer 6/7 defesas por jogo. Numa equipa grande isso não pode acontecer. Tudo depende do contexto em que se joga.

    Diz-se que será o substituto de Weidenfeller no Dortmund, e se na primeira época já está a ser associado a um gigante na Alemanha… só se pode esperar o melhor deste guardião! Será certamente alguém a dar o salto qualitativo na sua carreira em breve.

    Bürki foi uma das revelações da Bundesliga Fonte: Facebook de Roman Bürki
    Bürki foi uma das revelações da Bundesliga
    Fonte: Facebook de Roman Bürki

    Simone Scuffet (Udinese/Itália)

    Bem sei que não é desconhecido para a maioria dos adeptos, mas é alguém que merecia estar numa situação melhor do que ser suplente de Karnezis uma época inteira. Não que o grego esteja mal, mas o menino é demasiado talentoso para não jogar alguns jogos que sejam.

    Apareceu aos 17 anos na época transacta na Udinese, aproveitando a lesão de Brkic. E certo é que o mundo ficou fascinado com aquele miúdo que acabava os encontros com mais de uma mão cheia de intervenções. A personalidade em campo e atitude para o jogo deixava os mesmos adeptos com um sorriso nos lábios. Afinal, de onde vinha aquele jovem sem experiência? Certo é que no final da época ainda conseguiu dizer que não ao Atlético de Madrid por estar a pensar na sua educação, e desde então não mais jogou. Teve uma lesão que o afastou dos relvados, e a prestação de Karnezis no Mundial’14 pela Grécia ditou-lhe a titularidade até hoje.

    Como referi, tinha uma atitude positiva no jogo, possuindo uns reflexos fantásticos. Fruto talvez da inexperiência, desviava muitas vezes para a frente, e não foram poucas as vezes em que sofria golos em recargas. Mas quando o clube estava mal colectivamente ele dizia presente como podia e acabava a maioria dos jogos sendo massacrado. Isso impressionou os adeptos, que lhe deram o rótulo de uma das maiores promessas em Itália. Ainda irá a tempo? É muito cedo, mas terá, certamente, espaço suficiente para crescer em breve.

    Scuffet foi suplente nesta temporada Fonte: Facebook da Udinese
    Scuffet foi suplente nesta temporada
    Fonte: Facebook da Udinese

    Augusto Batalla (River Plate/Argentina) 

    Com 19 anos feitos há dias, é suplente no clube argentino do River Plate. Mas foi na selecção argentina de sub20 que se destacou recentemente, levando inclusivamente a contactos do Real Madrid tendo em vista a sua contratação (diz-se que seguirá por empréstimo para Espanha na próxima época). Ajudou a vencer o Sudamericano 2015 sofrendo apenas 2 golos em 5 jogos, contra selecções de valia como o Brasil, Uruguai, Colômbia, entre outros países da América do Sul.

    Além da evidente qualidade técnica, evidencia uma característica que o distingue dos demais: liderança. É o capitão da equipa e tornou-se viral um vídeo de um discurso no balneário para os seus colegas antes do jogo do título. E o discurso resultou, pois acabaria por ser campeão. Aquilo eram palavras para um Ceni de 40 anos, não para um jovem de 18 anos. Incrível! Terá um futuro brilhante certamente. Qualidade tem, é inteligente e bastante maduro para a idade. Tem tudo para se evidenciar e vingar num bom clube do futebol europeu.

    Augusto Batalla foi um dos líderes da selecção argentina de sub-20 Fonte: goal.com
    Augusto Batalla foi um dos líderes da selecção argentina de sub-20
    Fonte: goal.com

    Bartlomiej Dragowski (Jagiellonia/Polónia)

    O mais desconhecido deste top 5, mas com uma qualidade tremenda. Referenciado pelo Benfica recentemente, rejeitou o clube encarnado por querer ter X jogos a titular e ter essa garantia de que não passaria pela equipa B. Pelo menos é o que se diz…

    Ainda com 17 anos (vai fazer 18 no final deste ano), já foi titular em metade dos jogos pelo clube polaco, que se encontra em terceiro lugar. Surpreendeu pela qualidade de intervenções e segurança. “Frio”, como é apanágio dos de leste, tem uma tomada de decisão que o distingue. Percebe quando tem de bloquear e quando tem de desviar, e são raras as vezes que compromete.  Mas a beleza das suas intervenções é algo de salutar. A sua confiança em campo com tenros 17 anos é notável. Se estivermos num momento de apreciar um pássaro a voar, assistir aos voos de Dragowski seria um bom serão.

    Dragowski é um prodígio do futebol polaco Fonte: ekstraklasa.net
    Dragowski é um prodígio do futebol polaco
    Fonte: ekstraklasa.net

    Chego assim ao fim deste top-5 de “Desconhecidos” que merecem melhor nas suas carreiras. Notas de destaque ainda para Gudiño (a explorar noutro artigo), Karius, Kapino (ambos do Mainz) , Fabri (Corunha), entre muitos outros. Existe bastante qualidade por aí fora, é uma questão de se dar as oportunidades necessárias.

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