Análise do Grupo B | Euro 2020

    RÚSSIA

    A SELEÇÃO

    A Rússia, seleção número 38 do ranking FIFA, chega ao Euro 2020 depois de uma fase de qualificação tranquila, apurando-se em segundo apenas atrás da Bélgica, que agora reencontra na fase final da prova.

    Sem qualquer competição vencida no escalão sénior, os russos procuram ainda a glória de um título para a sua seleção. O mais próximo que estiveram da final de um campeonato europeu foi em 2008, tendo perdido para a Espanha – que venceria a prova – nas meias-finais.

    A ESTRELA

    Artem Dzyuba – Aos 32 anos, e mesmo com Cheryshev e Golovin na convocatória, é inevitável que Dzuyba não recolha toda a atenção. É a maior ameaça às balizas adversárias e posiciona-se no segundo posto na lista dos melhores marcadores da história da Rússia – está apenas a um golo (29) do melhor, Aleksandr Kerzhakov (30).

    Sabendo que a maturidade é amiga do ponta de lança, é com naturalidade que Dzyuba chega ao Euro 2020 com a segunda melhor marca goleadora da carreira; depois dos 23 golos em 2015/16, o russo apontou esta época 22 golos em 34 jogos, ajudando FK Zenit à conquista do sétimo título nacional.

    A REVELAÇÃO

    Aleksey Miranchuk – O eterno dilema dos jogadores russos foi trucidado por Miranchuk na presente época; continuar a carreira na Rússia, apostando pelo seguro, ou arriscar na aventura estrangeira à imagem de Arshavin?

    Há alguma dificuldade no atleta russo comum em afirmar-se nos grandes campeonatos europeus. Talvez pela mentalidade ou pelas características dos campeonatos, mas Miranchuk passou ao lado dessa tormenta e realizou uma época assinalável ao serviço da Atalanta BC.

    Arrancou a época na Rússia, onde apontou dois golos em cinco jogos, e na primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões estreou-se a marcar pelos italianos numa vitória por 0-4, contra o FC Midtjylland. Desde então alinhou em mais 30 jogos e apontou mais seis golos, terminando a época dos clubes com 36 jogos e nove golos.

    Atua preferencialmente como médio ofensivo, mas pode desempenhar também o papel de segundo avançado. O médio criativo de 25 anos apresenta um nível técnico acima da média e uma rapidez assinalável nas suas ações. Tem uma grande visão de jogo, mas é também capaz de se mostrar em ações defensivas, sendo bastante agressivo na pressão e ao mesmo tempo bastante correto; raramente vê um cartão amarelo. Aliando a afirmação num grande campeonato europeu, Miranchuk pode revelar-se mais importante para a seleção russa do que parece à partida.

    O SELECIONADOR

    Aos 57 anos, Stanislav Cherchesov vai no sexto ano ao leme da seleção russa. O balanço dos até agora 53 jogos resulta em 22 vitórias, originando uma taxa de sucesso de apenas 41 porcento. Apesar de tudo, é um número aceitável para uma seleção pouco poderosa na atualidade.

    Enquanto treinador principal começou na Áustria, onde passou pelo FC Kufstein e pelo Wacker Innsbruck, antes de rumar ao campeonato russo. Entrou pela porta do FK Spartak Moskva, onde esteve dois anos, e nos dois seguintes chefiou o extinto FC Zhemchuzhina Sochi.

    Até chegar à seleção russa, Cherchesov ainda orientou o FC Akhmat Grozny, o FC Amkar Perm, o FK Dynamo Moskva e, por fim, foi campeão e venceu a Taça pelos polacos do KP Legia Warszawa. São esses os seus únicos títulos enquanto treinador principal.

    ATÉ ONDE PODEM IR?

    Tendo por base a melhor participação russa em europeus – as meias-finais em 2008 – dificilmente a seleção de Stanislav Cherchesov conseguirá igualar o feito, ainda menos superá-lo. O futebol reserva-nos muitas surpresas, mas desmentir a linha anterior seria uma verdadeira obra dos deuses deste desporto.

    Com algumas limitações a nível defensivo e que contrastam com a interessante criatividade do meio para a frente, suplantar a Dinamarca e apurar-se em segundo lugar seria uma daquelas boas surpresas e os oitavos-de-final serão, realisticamente, a meta máxima para uma seleção russa com muita experiência e alguma juventude – média de idades de 27,9. Além disso, para se apurar como um dos terceiros melhores, teria de vencer a Finlândia e pontuar tanto com a Dinamarca como com a Bélgica. Duro…

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    Diogo Pires Gonçalves
    Diogo Pires Gonçalveshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo ama futebol. Desde criança que se interessa por este mundo e ouve as clássicas reclamações de mãe: «Até parece que o futebol te alimenta!». Já chegou atrasado a todo o lado mas nunca a um treino. O seu interesse prolonga-se até ao ténis mas é o FC Porto que prende toda a sua atenção. Adepto incondicional, crítico quando necessário mas sempre lado a lado.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.