Suécia 1-2 Ucrânia: Dovbyk, o herói improvável

    A CRÓNICA: JOGO EQUILIBRADO RESULTOU EM PROLONGAMENTO CRUEL PARA OS SUECOS

    O último jogo dos oitavos de final era também o de menor cartaz, mas, apesar de um início lento, quem escolheu ver o Suécia x Ucrânia não saiu desiludido. Num duelo muito disputado, até foram os suecos a estar por cima, mas foi a Ucrânia a seguir para os quartos de final. Artem Sovbyk nunca tinha marcado pela sua seleção, ainda não tinha jogado no Euro 2020 e parecia destinado a ficar no banco. O azar de Besedin abriu-lhe as portas do relvado e a oportunidade de se tornar o herói ucraniano.

    Depois de conquistar o primeiro lugar no Grupo E, a Suécia voltou a aparecer muito organizada, mas na primeira meia hora não conseguiu criar oportunidades dignas de registo. Do outro lado, a Ucrânia levou algum tempo a adaptar-se ao esquema de três centrais, que Shevchenko recuperou dos encontros de qualificação para o Mundial 2022, em março. Forsberg de um lado e Shaparenko do outro iam sendo os elementos mais agitadores.

    Apesar do ascendente inicial da Suécia, foram os ucranianos a inaugurar o marcador, ao minuto 28, com direito a uma assistência de trivela de Yarmolenko. O golo foi da autoria de Zinchenko que fuzilou, de primeira, as redes de Robin Olsen.

    A resposta sueca não tardou e o empate foi carimbado aos 43, com selo do pé esquerdo de Emil Forsberg. O pontapé de fora da área, do jogador do RB Leipzig, sofreu um desvio e deixou Bushchan sem hipóteses de defesa. Uma igualdade justa para uma primeira parte dividida.

    No segundo tempo, os postes assumiram o protagonismo. Primeiro foi Sydorchuk a atirar aos ferros da baliza sueca. Dois minutos depois, foi Forsberg a ter pontaria a mais. Aos 69, mais uma vez Forsberg – um autêntico pesadelo para a defesa ucraniana – e mais uma vez os ferros. Desta vez, foi a trave a negar o 2-1 aos suecos. Pelo meio, também Bushchan foi chamado a intervir, com uma boa defesa a remate de Kulusevski.

    Os 90 minutos esgotaram-se sem que ninguém conseguisse desfazer a igualdade e o jogo avançou para prolongamento. Os 30 minutos de tempo extra foram de pouca ação e o jogo parecia encaminhado para os penáltis, até ao golo de Artem Dovbyk… Aos 120+1. Ironicamente, o avançado do FK Dnipro entrou para substituir o lesionado Besedin, que esteve apenas 10 minutos em campo devido a uma lesão após entrada duríssima de Danielson. Segue-se a Inglaterra, para os homens de Shevchenko, com a promessa de ser, no mínimo, um osso duro de roer.

     

    A FIGURA

    Emil Forsberg – Pouco servirá para apaziguar a frustração do avançado sueco, mas Forsberg não poderia sair deste Europeu sem o prémio de “Figura” deste jogo. Durante os 90 minutos, repetiu as grandes exibições da fase de grupos e foi o melhor em campo. Chegasse a Suécia mais longe e seria candidato a melhor da competição.

    O FORA DE JOGO

    Alexander Isak – Foi um dos destaques da Suécia na fase de grupos, apesar de não ter marcado qualquer golo. Hoje teria sido o jogo ideal para a estreia a marcar, mas apesar do bom movimento no golo de Forsberg, Isak raramente criou perigo. Passou ao lado do jogo.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SUÉCIA

    A Suécia apresentou-se no habitual 4-4-2, com a única novidade, em relação ao jogo frente à Polónia, a ser a inclusão de Kulusevski no onze, no lugar de Quaison. Os suecos voltaram a apostar numa base mais fechada, com espaço para transições rápidas, a explorar a mobilidade da dupla de avançados, Kulusevski/Isak.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Robin Olsen (5)

    Lustig (6)

    Lindelof (6)

    Danielson (5)

    Augustinsson (6)

    Sebastien Larsson (7)

    Albin Ekdal (6)

    Kristoffer Olsson (8)

    Emil Forsberg (9)

    Kulusevski (6)

    Alexander Isak (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Bengtsson (5)

    Emil Krafth (6)

    Robin Quaison (5)

    Marcus Berg (6)

    Viktor Claesson (5)

    Helander (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – UCRÂNIA

    Depois de ter usado um 4-3-3 tradicional na fase de grupos, Shevchenko mudou radicalmente o esquema e apostou num 3-4-3. À frente dos três centrais esteve a dupla Stepanenko/Sydorchuk, a assumir as funções mais defensivas no meio-campo, com Zinhenko e Matviienko nas alas. No ataque, a dupla Shaparenko/Yarmolenko, com mais liberdade, a atuar nas costas do ponta-de-lança Yaremchuck. Sem grande surpresa, no momento defensivo, o esquema ucraniano transformava-se num 5-3-2, de forma a povoar o último terço e encurtar os espaços na defesa.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Bushchan (7)

    Zabarnyi (7)

    Sergey Kryvtsov (6)

    Matviienko (7)

    Karavaev (6)

    Sydorchuk (7)

    Stepanenko (6)

    Zinchenko (9)

    Yarmolenko (7)

    Yaremchuk (4)

    Shaparenko (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Malinovski (7)

    Besedin (-)

    Makarenko (6)

    Tsygankov (6)

    Artem Dovbyk (8)

    Roman Bezus (-)

    Artigo revisto por Joana Mendes

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Vasco Borges
    Vasco Borgeshttp://www.bolanarede.pt
    Frequentador de estádios e consumidor de bifanas desde os 5, aprendeu cedo que é melhor a ver do que a jogar futebol. Aos 22, estuda Jornalismo e vai escrevendo sobre os jogos que valem o preço do bilhete e as estórias que só se ouvem no bar, ao intervalo.                                                                                                                                                 O Vasco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.