Alemanha 1-2 Japão: Reviravolta surpreendente complica as aspirações germânicas

    A CRÓNICA: CONFIAR NO PROCESSO E ACREDITAR QUE PODE DAR CERTO

    Primeiro jogo do grupo E com Alemanha e Japão a defrontarem-se num duelo onde o favoritismo era evidente. Espanha e Costa Rica são as outras duas equipas e era por isso importante vencer esta partida, considerando que nuestros hermanos são sempre candidatos à vitória da competição.

    Os germânicos rapidamente fizeram valer as suas individualidades e tomaram conta das rédeas da partida, ainda que sem efeitos práticos. Muita posse de bola, muitos ataques, mas poucas oportunidades criadas, tabém muito devido à boa organização defensiva característica do Japão. Pareciam, na verdade, impenetráveis, mas aos 32 minutos o guarda-redes acabou por cometer um erro fatal: cometeu penalti sobre Raum, sem grande necessidade, e Gundogan atirou a contar para a Alemanha. 1-0 ao fim dos primeiros 45 minutos, já depois do VAR ter anulado o segundo a Havertz, que colocou a bola no fundo das redes, mas partindo da posição de fora de jogo.

    Para os segundos 45 minutos o selecionador nipónico sabia que tinha de alterar alguma coisa, ou a sua equipa ia continuar remetida ao seu meio-campo. Fez entrar jogadores ao longo do jogo e, para sua enorme felicidade, o seu plano começou a dar frutos. A Alemaha não conseguiu aumentar a vantagem e foram os japoneses a fazer abanar as redes da baliza de Neuer. Minamino e Doan entraram aos 75 e, passado um minuto, o avançado do Mónacofez um cruzamento/remate que obrigou Neuer a um desvio que parou nos pés de Doan, que atirou a contar para o Japão.

    Os germânicos estavam claramente desconfortáveis no jogo e foi o Japão a aproveitar melhor essa instabilidade. Num livre no seu meio-campo defensivo, Itakura mandou um chutão que resultou numa assistência para Asano. O avançado do Bochum aproveitou a desatenção de Sule que o colocou em jogo e consumou a reviravolta no marcador, com 83 minutos no cronómetro.

    Até final a Alemanha bem tentou, mas não conseguiu criar muitas oportunidades, entrando assim com o pé esquerdo no Mundial. O próximo jogo será frente à poderosa seleção espanhola, e uma derrota poderá ditar o afastamento da competição. Já o Japão vai defrontar a Costa Rica e, caso venca, está praticamente qualificado para a próxima fase do Campeonato do Mundo.

     

    A FIGURA

    Hajime Moriyasu, selecionador do Japão – A primeira parte não correu bem, com a equipa muito recuada no terreno e sem capacidade para sair com bola. Ainda assim, e mesmo em desvantagem, o selecionador conseguiu mexer nas peças certas para dar à sua equipa mais profundidade e capacidade de se chegar perto da área adversária. Conseguiram fazer a reviravolta frente a uma das mais poderosas seleções do mundo e têm a passagem aos oitavos de final bem encaminhada.

     

    O FORA DE JOGO

    Niklas Sule – É central de raiz, mas foi utilizado a defesa direito. Com a sua estatura e peso, dificilmente conseguiria dar alguma coisa à equipa a nível ofensivo, e isso veio a verificar-se. Sempre que a bola chegava aos seus pés, o jogo germânico era colocado em pausa, sendo por isso necessário atacar pelo lado esquerdo. O grande problema surge quando também a nível defensivo o jogador acaba por comprometer. O segundo golo do Japão é culpa da sua falta de concentração, uma vez que não está comprometido com a restante linha defensiva, colocando o adversário em jogo de forma infantil. Uma derrota que muito advém desta escolha de Hansi Flick. 

     

    ANÁLISE TÁTICA – ALEMANHA

    Hansi Flick dispôs a Alemanha num 4-2-3-1 com uma grande mobilidade nos homens da frente, algo muito característico do futebol alemão. Sule atuou como defesa direito, Rudiger e Schlotterbeck no centro e Raum na ala esquerda, fazendo a equipa atacar sempre mais pelo lado esquerdo, deixando Sule mais colado aos dois centrais no momento ofensivo. Kimmich e Gundogan foram os dois médios centro, no apoio à linha ofensiva composta por Gnabry na direita, Musiala na esquerda, e Muller e Havertz no centro, com o atleta do Chelsea FC a ser o homem mais adiantado. As constantes subidas de Raum permitiam a Musiala vir para dentro, libertando assim Muller para zonas mais próximas do avançado, algo que ele tanto faz no FC Bayern de Munique. É uma equipa que abafa o adversário nos seus últimos 30/40 metros e que sente alguma dificuldade quando sofre contra-ataques.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Neuer (6)

    Sule (4)

    Rudiger (6)

    Schlotterbeck (6)

    Raum (7)

    Kimmich (6)

    Gundogan (6)

    Gnabry (7)

    Muller (6)

    Musiala (7)

    Havertz (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Goretzka (5)

    Hoffman (4)

    Fullkrug (4)

    Gotze (5)

    Moukoko (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – JAPÃO

    O selecionador nipónico dispôs a equipa também num 4-2-3-1, ainda que com especificidades diferentes das da equipa germânica. Sakai, Itakura, Yoshida e Nagatomo atuaram na linha mais defensiva, com a proteção dos dois médios mais recuados, Endo e Tanaka. Ito, Kamada e Kubo foram os três homens mais ofensivos, jogando no apoio ao avançado, Maeda.

    A seleção do Japão jogou como tinha de jogar, muito recuada e compacta atrás, procurando o contra-ataque através da velocidade e qulalidade dos homens da frente. A primeira parte nãosaiu nada bem, com o Japão a conseguir completar apenas 93 passes, sem qualquer aproximação à baliza de Neuer. Foram para o intervalo a perder por um golo, mas, na segunda parte, com as mexidas do treinador, a equipa transformou-se e deu a reviravolta ao marcador. Vitória tática, construída pelo selecionador e pelos homens que fez entrar ao intervalo e durante a segunda parte.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Gonda (6)

    Sakai (7)

    Itakura (7)

    Yoshida (7)

    Nagatomo (6)

    Endo (7)

    Tanaka (6)

    Ito (7)

    Kamada (8)

    Kubo (6)

    Maeda (7)

    SUBS UTILIZADOS 

    Tomiyasu (7)

    Mitoma (7)

    Asano (8)

    Doan (8)

    Minamino (8)

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    Guilherme Vilabril Rodrigues
    Guilherme Vilabril Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Guilherme estuda Jornalismo na Escola Superior de Comunicação de Comunicação Social e é um apaixonado pelo futebol. Praticante desde os três anos, desde cedo que foi rodeado por bola e por treinadores de bancada. Quer ser jornalista desportivo, e viu no Bola na Rede uma excelente oportunidade para começar a dar os primeiros toques.