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O RESCALDO
A Nigéria voltou a ganhar num campeonato do Mundo, curando uma sede de vitórias que dura desde 1998 ao derrotar a Bósnia por 1-0 no Arena Pantanal, colocando-se numa situação privilegiada no que à qualificação para os oitavos-de-final diz respeito – basta-lhe empatar com a Argentina ou esperar que o Irão não ganhe à Bósnia para conseguir um feito que não é conseguido desde a última vitória das Super Águias em Mundiais.
O lance do golo que sentenciou o encontro foi ilustrativo daquilo que se passou durante os 90 minutos: Emenike “troca” Odemwingie e faz de extremo, explorando a lateral esquerda adversária com a velocidade, a força e o querer que só assistem aos audazes para assistir o companheiro que permutara com ele, de forma a que este inaugurasse o marcador.
Esta jogada foi o espelho perfeito do que aconteceu no encontro entre africanos e europeus, no Arena Pantanal: uma força de vontade e uma agressividade dos primeiros a varrer completamente a apatia dos segundos.
A Bósnia pareceu reagir bem ao golo consentido, chegando de forma consequente à àrea adversária nos últimos 15 minutos da primeira parte, mas isso não foi transportado para a segunda, que revelou uma formação com muito pouco critério na sua construção ofensiva e com uma estranha apatia e até desinteresse que, normalmente, não assiste a estreantes em Campeonatos do Mundo, focados que estão em brilhar para mostrar o seu valor e fazer contar cada minuto disputado no maior certame futebolístico. Vai contra aquilo que é normalmente pré-estabelecido, os chavões, os clichés do futebol…
… tal como, aliás, este encontro o foi, revelando uma Nigéria muito bem organizada defensivamente, assumindo um rigor tático impressionante para uma seleção africana, a quem costumam ser associadas displicências posicionais e ataque sem critério… um pouco à imagem do que foi a Bósnia de Dzeko, Pjanic, Misimovic e companhia, que nunca conseguiram levar verdadeiro perigo às redes contrárias durante a segunda parte em ataque organizado, com excepção à bola que Dzeko atirou ao poste já nos descontos.
Fica, deste encontro, uma lição de que os estereótipos futebolísticos nem sempre são fiáveis e que, felizmente, o futebol ainda pode surpreender, revelando seleções completamente distanciadas da zona geográfica de origem.
A Figura:
Emenike – O cabecilha de um grupo terrorista será sempre o mais procurado. Emenike foi, por esse, prisma, o inimigo público nº1 da Bósnia durante 90 minutos. Apesar de, no desenho tático que apareceu nos ecrãs de televisão, ser o ponta de lança da Nigéria, foi muitas vezes o organizador do ataque das Super-Águias, vindo buscar jogo atrás ligeiramente descaído para o lado direito, onde fez, com Odemwingie uma dupla temível, assistindo o colega para um golo e criando as principais situações de perigo da sua selecção.
O Fora-de-Jogo:
Apatia bósnia – A forma como a Bósnia se apresentou no segundo tempo foi aquilo que mais desiludiu ao longo de todo o encontro. De jogadores criativos como Misimovic ou Pjanic e de futebolistas explosivos como Dzeko ou Ibisevic seria de esperar rasgos individuais que tornassem a noite futebolística de Sábado mais apelativa.