Revista do Mundial’2014 – Austrália

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Fundada em 1961, a seleção australiana vai jogar, pela quarta vez na sua história, um Mundial de Futebol – três das quais consecutivas. Depois de uma primeira fase de grupos tranquila, os australianos, que disputaram o apuramento na Confederação Asiática de Futebol, sentiram grandes dificuldades para carimbar a presença no Brasil na segunda fase do apuramento. A fase menos conseguida da Austrália ditou a saída do técnico Holger Osieck, que foi substituído pelo grego-australiano Ange Postecoglou apenas a oito meses do início do Mundial de Futebol.

Na verdade, os socceroos – nome inspirado na mistura das palavras Soccer (futebol) e Kangaroos (Canguru) – estão atualmente na 59ª posição do Ranking FIFA, o que reflete na perfeição a pouca qualidade dos jogadores australianos.

Apesar da pouca tradição futebolística, o futebol é, atualmente, o terceiro desporto mais praticado na Austrália. Aliado à recente expansão da modalidade no país, já são vários os futebolistas australianos que atuam nas ligas europeias e, também, na liga americana. A qualidade, porém, continua a anos-luz de distância das grandes seleções europeias e sul-americanas.

O objetivo da seleção australiana será o de repetir a prestação do Mundial de 2006, na Alemanha, onde atingiu os oitavos de final da competição (caiu aos pés da Itália). Inseridos no grupo B, juntamente com a Espanha, Holanda e Chile, facilmente percebemos que o objetivo de repetir 2006 é quase utópico.

OS CONVOCADOS

Guarda-redes – Eugene Galekovic (Adelaide United FC), Mitchell Langerak (Borussia Dortmund), Mat Ryan (Club Brugge)

Defesas – Jason Davidson (Heracles Almelo), Ivan Franjic (Brisbane Roar FC), Ryan McGowan (Luneng Taishan), Matthew Spiranovic (Sydney Wanderers), Alex Wilkinson (Jeonbuk), Bailey Wright (Preston)

Médios – Oliver Bozanic (Luzern), Mark Bresciano (AL Gharafa), James Holland (Áustria Viena), Mile Jedinak (Crystal Palace), Massimo Luongo (Swindon Town), Mark Milligan (Melbourne Victory), Tommy Oar (Utrecht), Matt Mckay (Brisbane Roar), James Troisi (Atalanta), Dario Visodic (Sion)

Avançados – Tim Cahill (New York Red Bulls), Ben Halloran (Fortuna Dusseldforf), Matthew Leckie (Frankfurt), Adam Taggart (Newcastle Jets)

A ESTRELA

Tim Cahill Fonte: Brazil14.org
Tim Cahill
Fonte: Brazil14.org

É a grande estrela da seleção australiana e a referência do grupo. Com 22 golos marcados em 52 internacionalizações, Cahill tem 15 anos de futebol inglês nas pernas (Millwall e Everton) e é, naturalmente, o futebolista mais experiente dos 23 que vão ao Brasil. Dotado de um potente remate, de um cabeceamento fortíssimo e de uma excelente visão de jogo, o australiano pode jogar como médio-ofensivo ou como avançado. Os 34 anos de idade já fazem mossa na prestação do jogador, que tem como pontos negativos a velocidade e as mudanças rápidas de direção. Ainda assim, Cahill é dos poucos jogadores da seleção australiana capazes de decidir um jogo sozinho.

O TREINADOR

Ange Postecoglou  Fonte: Getty Images
Ange Postecoglou
Fonte: Getty Images

Ange Postecoglou foi jogador dos South Melbourne entre 1983 e 1993. Em 1996, assumiu o comando técnico do seu antigo clube, mas foi com os Brisbane Roar que atingiu a glória, ao conquistar dois Campeonatos Nacionais. Postecoglou foi defesa, enquanto jogador, e as suas equipas são conhecidas por consentirem poucos golos. Parece-me ter a filosofia de jogo perfeita para as aspirações dos australianos, que muito passarão pela solidez defensiva. O sistema tático será, ao que tudo indica, um 4-2-3-1 que, em grande parte dos 90 minutos, se transformará num 4-5-1 super defensivo. Resta saber em que posição irá o selecionar australiano utilizar Tim Cahill: como referência ofensiva ou como organizador de jogo.

O ESQUEMA TÁTICO

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O PONTO FORTE

 O futebol da seleção australiana é, em quase tudo, inspirado do futebol britânico – com as devidas diferenças. Podemos esperar uma aposta intensa no jogo aéreo: passes longos e cruzamentos à procura de um cabeceamento. Esta virtude no jogo aéreo não se fica pelo futebol ofensivo, uma vez que a Austrália demonstra grande competência, também, a nível defensivo nas bolas.

O PONTO FRACO

 Com a exceção do jogo aéreo… quase tudo é um ponto fraco. O nível dos jogadores é bastante mediano e dificilmente conseguem surpreender. Os defesas são, no geral, demasiado macios e excessivamente lentos. O meio-campo pode, num ou noutro caso, ter um rasgo de criatividade, mas serão facilmente anulados.

Por fim, a constante procura da linha de fundo, com o objetivo de cruzar para a grande área adversária, torna a seleção australiana demasiado previsível.

A Austrália começa o torneio com o Chile, no próximo dia 13, o que até pode ser visto como uma vantagem, já que os chilenos são, na teoria, o adversário mais acessível da fase de grupos. No entanto, penso que só um milagre, ou um Mundial desastroso das restantes seleções do Grupo B, faria da Austrália uma das seleções dos oitavos de final.

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Pedro Beleza
Pedro Beleza
Benfiquista até ao último osso, mudou-se do Norte para Lisboa para poder ver o seu Benfica e só depois estudar Jornalismo. O Pedro é, acima de tudo, apaixonado pelo desporto rei e não perde uma oportunidade de ver um bom jogo de futebol.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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